Em 1990 o diretor Paul Verhoeven lançava nos cinemas o filme "O Vingador do Futuro" (Total Recall, EUA 1990), que trazia ainda Arnold Schwarzenegger como o protagonista em uma história baseada em um conto de Phillip K. Dick, onde um operário após visitar uma empresa chamada Recall lembrava de flashes do seu passado como um agente. Vinte e dois anos depois o diretor Len Wiseman resolveu fazer um remake do filme e atualizar, digamos assim, o já consagrado filme de Verhoeven.
Antes de mais nada um aviso o novo "O Vingador do Futuro" (Totall Recall, EUA 2012), desconsidera por completo os mutantes do longa de 1990, assim como o planeta Marte que não passa de uma mera citação logo no início do filme e mais nada. Wiseman só conservou o mote central da trama em que Douglas Quaid (Colin Farrell) um operário após tomar conhecimento de uma empresa chamada Recall resolve ir até lá após ter sonhos em que ele se vê como um espião e que tem a chave para terminar com um regime opressor que dominou a Terra após uma guerra química de grandes proporções onde só restaram dois "continentes" que ainda se pode viver, que são eles a Côlonia e a Federação, e para passar de um para o outro é necessário embarcar em uma espécie de metrô futurista conhecido como a Queda, que passa pelo centro da Terra e leva os habitantes de um lado para o outro.
A trama do filme se baseia na falta de espaço nos dois continentes que sobraram, logo, o governo da Federação arma um golpe de estado para tomar posse da Colônia, subjulgar os seus habitantes e tomar posse de mais espaço. Para isso começa uma campanha que irá culminar em um guerra que irá matar milhares de pessoas da Colônia. Só que essa trama já vinha sendo investigada por um agente, que teve a sua memória apagada, ou seja, Quaid não é a pessoa que acredita ser na realidade e tudo ao seu redor é uma "verdade" inventada pelos governantes da federação. Porém é só isso que o filme original tem de parecido com o reboot.
O diretor Len Wiseman imprime um ritmo muito mais rápido a sua versão, logo existe ao longo de todo o filme cenas de perseguição sejam elas se utilizando de carros voadores ou com os protagonistas saltando entre elevadores furistas nas metropoles futuristas do filme. Entre uma perseguição e outra o diretor aproveita para explicar as motivações da trama que vão se revelando aos poucos para o público, mas até nesse aspecto o diretor erra a mão, pois as revelações já são conhecidas de quem conhece o filme original com ligeiras modificações.
Os efeitos especiais são o grande atrativo do filme, já que o roteiro peca em alguns momentos, porém não se faz uma ficção científica sem uma boa trama para se sustentar, e nesse aspecto o filme original de 1990 tinha de sobra e se valia dos efeitos especiais de última geração para a época em que foi lançado.
O elenco principal formado por Collin Farrell, Kate Benckinsale e Jessica Biel, até tentam convencer com as suas atuações, talvez a que se destaque mais é Kate Beckinsale que vive a personagem Lori, que no original era a personagem de Sharon Stone. Já Farrell não tem o mesmo carísma de Schwarzenegger. Já Jessica Biel não acrescenta nada a sua personagem Melina.
Devido a todos esses pontos o novo "O Vingador do Futuro" é somente uma diversão passageira, cheio de cenas de ações grandiosas do início ao fim e que perde feio para o filme original de 1990, que irá permanecer um clássico da ficção científica. Por isso não espere que este novo longa substitua o anterior, pois esta muito longe disso. É verdade que o visual da nova versão é impecável diante do anterior, mas faltou exatamente a essência do anterior e um roteiro a altura para fazer desse reboot um clássico como o anterior. Por isso é melhor ficar no passado e rever várias vezes o original e deixar o filme atual somente com o visual do futuro que ele propõem.