O grande vencendor do Oscar 2011 que arrebatou 4 estatuetas no último dia 27/02, se mostra merecedor dos prêmios de melhor filme, diretor, ator e roteiro original e o "Discurso do Rei" (The King's Speech, Inglaterra, Austrália e EUA) foi sem dúvida o melhor filme de 2010.
O filme apresenta aos espectadores a história do Rei George VI (Colin Firth), que tinha que vencer a sua gagueira para fazer um discurso para a nação inglesa, onde seria comunicado que a Inglaterra estaria entrando definitivamente na 2º Guerra Mundial. Porém o único problema seria vencer essa dificuldade, e muitos médicos e terapeutas já haviam tentado sem sucesso curar o monarca da sua gagueira. A solução encontrada pela Rainha Elizabeth (Helena Bohan Carter) é contratar Lionel Logue (Geoffrey Rush) um terapeuta que se utiliza de novas técnicas na tentativa de curar a George e fazê-lo discursar para todos os ingleses.
No ínicio o próprio George dúvida dos métodos de Lionel e acha que ele é igual os outros médicos e terapeutas que tentaram curá-lo sem sucesso, porém a convivência entre os dois se torna uma amizade baseada na confiança e isso será crucial para determinar o sucesso do tratamento.
O filme não apresenta cenas de ação elaboradas, muito menos efeitos especiais. É um filme que se baseia no seu roteiro para contar ao público uma história de superação e de como vencer os medos interiores. Para isso o roteiro traça um perfil elaborado de cada personagem, além de mostrar todo um cenário político da época para que o público possa entender o quão importante é o discurso que George precisa fazer a nação para comunicar que a Inglaterra entraria na guerra.
Outro aspecto interessante do filme é mostrar como eram as relações familiares entre os membros da família real britânica na década de 40 quando a história se passa. A relação entre George e o seu irmão mais velho Edward, legítimo sucessor do trono após a morte do pai o Rei George V (Michael Gambon), é conturbada pois George não aceita o romance do irmão com uma mulher que já havia se divorciado duas vezes antes de iniciar o seu relacionamento com Edward. Esse fato leva George a se questionar se a atitude do irmão está correta e se ele seria capaz de assumir o lugar do irmão caso fosse necessário.
Com todos esses aspectos o filme teria tudo para ser lento e cansativo, porém o roteiro é escrito de forma que toda a ação transcorra de forma a prender a atenção do espectador para que o mesmo fique curioso para ver como tudo aquilo irá terminar e se George terá exito no seu discurso.
A relação de Lionel com George é o ponto alto do filme e devido ao entrosamento entre Colin Firth e Geofrey Rush ter dado tão certo, a partir de uma excelente direção de atores por parte do diretor Tom Hooper é que o filme flui de forma perfeita sem cansar o espectador.
Um filme que além de ser uma lição de superação e de amizade, mostra ao público que todos os medos podem ser superados e vencidos. Ao final da projeção não restará dúvidas que o filme mereceu ser coroado como o melhor filme do ano pela academía e ter o seu lugar de honra ao lado de outros grandes filmes que o cinema já produziu até hoje.