sábado, 24 de dezembro de 2011

Crítica - Os Muppets

Antes de mais nada que fique um aviso "Os Muppets" (The Muppets, EUA 2011) apesar de estar sendo vendido como um filme infantil é mais direcionado para o público adulto que acompanhou e cresceu assistindo ao Muppets Show nas décadas de 70 e 80, ou seja, é um filme totalmente nostálgico e saudosista.

O tempo passou e os Muppets cairam no esquecimento do público, que agora procura por outros tipos de atrações com tantas opções sendo vinculadas não só na televisão e na internet. Porém os bonecos que outrora fizeram sucesso irão ter uma segunda chance de retomar o seu sucesso e voltar ao estrelato que tinham no seu passado e será com base nesse argumento que o roteiro irá se basear.

A história começa com a aparição de um novo muppet, criado exclusivamente para esse filme, Walter vive com o seu irmão Gary (Jason Segel) na pacata Smalltown. É lá que também vive Mary (Amy Addans), namorada de Gary a 10 anos e que está planejando uma viagem a Los Angeles com o namorado para comemorar os 10 anos de namoro e este é somente o ponto de partida do filme.

O roteiro é todo construído para ser um filme de retorno dos bonecos criados originalmente por Jim Hensom e que agora são propriedade da Disney. Logo após Walter por um mero acaso descobrir o plano de Tex Richman (Chris Cooper) para ficar com os Studios Muppets e decretar de vez o fim do grupo. É neste momento que Walter convence Gary e Mary a ajudá-lo a localizar cada um dos Muppets, reuní-los para que este façam um último show e tentem arrecadar os 10 milhões de dólares que precisam para salvar o teatro e o próprio nome do grupo.

Aos poucos o público vai descobrindo o que aconteceu com cada um dos Muppets após a separação do grupo. O primeiro a reaparecer é Kermit (antes conhecido como Caco), aos poucos reencontramos Gonzo, Fonzie, as Galinhas e todos os demais Muppets, até chegar vez de Miss Piggy, que hoje vive em Paris como editora de moda e a sua aparição rende uma brincadeira com "O Diabo Veste Prada", e sem dúvida é uma das melhores tiradas do filme.

E lógico que não poderiam faltar os números musicais que antes permeavam o Show dos Muppets na televisão e no cinema nos filmes dos anos 80. E são exatamente esses momentos que rendem as melhores tiradas dos filme e que somente os adultos irão entender, pois as referências a cultura pop dos anos 80 estão em quase todo o longa.

Os convidados famosos que compareciam ao Show dos Muppets também estão de volta e desta vez é o ator Jack Black que interpreta a si mesmo durante o show que os bonecos montam para tentar arrecadar os 10 milhões de doláres. Entre outros famosos estão ainda presentes em aparições rápidas Whoopi Goldberg, Selena Gomez, Neil Patrick Harris entre outros.

Com um roteiro simples, mas eficiente o filme agrada aos adultos (que curtem muito mais por entender a maioria das piadas) e crianças um pouco mais crescidas, que irão ter contato com os Muppets pela primeira vez. A Disney então faz a sua tentativa de lançar o grupo novamente nos cinemas para quem sabe uma nova cine série, porém novamente somente o tempo dirá se os Muppets realmente estão de volta ou irão continuar no ostracismo.

A depender deste filme tudo indica que novos filmes virão com o tempo uma vez que a Disney pavimentou a estrada para mais filmes.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Crítica - Happy Feet 2: O Pinguim

Em 2006 o diretor George Miller fez uma animação em que o mote da história era o de ser aceito por uma sociedade onde o protagonista da história era diferente, pois ao invés de cantar o pinguim Mano (dublado por Elijah Wood) era exímio dançarino, porém todos os seus pares eram cantores e usavam esses dotes para conquistar as suas fêmeas e se acasalarem. O filme além de ter esse mote, ainda tocava na questão das diferenças entre as raças e a ação predatório que os humanos representam para os animais, o final um pouco sombrio para um desenho animado deixava a mensagem muito clara.

Quatro anos depois Miller volta a visitar o universo dos pinguins imperadores em "Happy Feet 2: O Pinguim" (Happy Feet Two, EUA 2011), só que o tom sombrio do primeiro filme ficou de fora da trama e desta vez entra em cena questões como paternidade, união, humildade e a busca do nosso lugar no mundo. É verdade que a trama é bem mais simples que a do primeiro filme, mas por outro lado este segundo filme é mais emotivo e com cenários muito mais elaborados do que o original.

Na trama Mano e Glória (agora dublada por Pink, em substituição a Brittanny Murphy falecida em 2009), tiveram um filhote Erik, que assim como o seu pai quando era um filhote está em busca do seu talento e do seu lugar no mundo, enquanto isso Mano passa a ter como desafio de ser um bom pai para o filho, tarefa que não será nada fácil uma vez que o pequeno Erik sonha em voar, sonho esse que ficará mais forte, quando o caminho de Erik cruza o de Sven, um "pinguim" voador que prega que tudo é possível e que basta desejar forte para se conseguir o que quer.

Após fugir do local onde ficam os pinguins imperadores, com dois de seus amigos Erik segue Ramom até a terra onde este saiu no primeiro filme para viver na companhia de Mano e dos demais imperadores, fato com que faz que Mano siga o grupo até o local onde vivem os outros pinguins para encontrar Erik e levá-lo de volta a terra dos imperadores. Porém ao encontrar o filho novamente e retornar com ele e os amigos para a terra dos imperadores um enorme iceberg racha e aprisiona todos os imperadores, deixando esses sem comida e os condenando a morte e a merce dos predadores, caso não encontrem uma saída.

A estrutura de usar músicas de sucesso na história ainda esta presente, porém em menor número do que no filme original, a cantoria se resume a dois grandes números um na abertura do filme e outro no seu desfecho, em que Under Pressure do Queen ganha uma versão que não deixa nada a desejar a original. As demais canções do filme servem para contar a história e deixar a trama um pouco mais emotiva.

Com tanta carga emotiva imperando na tela era óbvio que algum alívio cômico fosse utilizado pelo diretor e entra em cena Bill e Will dois camarões, que deixam o seu cardume para conhecer o mundo exterior, após Bill se questionar se eles devem permanecer na base da cadeia alimentar ou fazer algo para mudarem esse cenário, mais uma vez entra em cena os questionamentos de encontrar o seu lugar no mundo.

E para embalar todo esse pacote entra a questão da união entre diferentes raças e a de saber dar um passo para trás, para somente depois seguir em frente.

A experiência do filme fica ainda melhor se assistido em salas 3D. Mas o impacto maior é assistí-lo em IMAX 3D, ai sim a imersão é total e desta forma o público irá entrar mesmo na história, e nos belíssimos cenários criados por Miller e sua equipe para dar mais uma vez vida aos seus pinguins.

Com um roteiro mais elaborado que o do primeiro filme, com uma carga emotiva maior e com cenários deslumbrantes Happy Feet 2 é um filme encantador, que irá agradar a adultos e crianças, mesmo filme sendo mais voltado para os pequenos, os pais irão pescar melhor algumas mensagens que estão no filme (principalmente as sacadas musicais), porém os pequenos irão aprender lições importantes como a humildade, seguir os seus sonhos e jamais desistir deles até encontrar o seu lugar no mundo. O tema do filme pode até ser batido, porém os belíssimos cenários aliados a experiência de 3D IMAX garantem um programa de final de ano para toda a família.