segunda-feira, 16 de julho de 2012

Crítica - O Espetacular Homem Aranha

Quando o primeiro filme do Homem Aranha foi anunciado a muito se falava de um filme do herói para as telas do cinema, pois na década de 80 já existia um seriado que mostrava as suas aventuras. Em 2002 pelas mãos do diretor Sam Raimi finalmente chegava as telas "Homem Aranha" (Spider Man, EUA 2002), que como todo o primeiro filme de um herói contava a sua origem, para depois partir para a ação e Raimi seguiu essa cartilha muito bem, assim como o ator Tobey Maguire que vivia Peter Packer (o alter ego do herói). O sucesso foi imediato e um segundo filme era certo de acontecer, e em 2004 chegava as telas "Homem Aranha 2" (Spider Man 2, EUA 2004), agora com a origem já estabelecida o diretor Sam Raimi podia explorar outras faces do herói como as responsabilidades que os super poderes traziam e o segundo filme se mostrava ainda melhor que o primeiro. Faltava agora então fechar o ciclo e "Homem Aranha 3" (Spider Man 3, EUA 2007) acabou ficando só na promessa, pois com muitos vilões na tela ficava difícil para desenvolver da forma correta as tramas paralelas e poder fechá-las também.

Após um tempo Raimi declarou que havia terminado o seu trabalho com o herói, mas Hollywood queria mais e logo trataram de arrumar uma maneira de trazer o universo do herói de volta as telas. Para tanto trouxe o diretor Marc Webb (do ótimo 500 Dias com Ela) e os roteiristas James Vanderbilt, Steve Kloves e Alvin Sarget para escrever o reboot (a moda pegou mesmo em Hollywwod), para começar tudo novamente nas telas e escalou Andrew Garfield para viver Peter Parcker, neste que foi batizado de "O Espetacular Homem Aranha" (The Amazing Spider Man, EUA 2012), cinco anos após o terceiro filme que fechou a trilogia anterior.

A história volta então a infância de Peter Parcker quando somos apresentados aos pais dele e descobrimos que o seu pai trabalha para a Oscorp e esta empenhado em uma pesquisa de regeneração de orgãos humanos, em conjunto com o Dr. Curt Connors (Rhys Ifans).

O tempo passa e Peter já está no colégio quando acidentalmente descobre no porão da casa dos tios uma maleta com documentos que perteceram ao seu pai e os mesmos levam Peter a sede da Oscorp onde este será picado pela aranha que irá transformá-lo no herói. Até esse ponto nenhuma novidade, mas é ai que as novidades irão começar a prejudicar a narrativa e todo o universo do herói.

Primeiro diferença é que as teias usadas por Peter não são mais orgânicas e sim são construídas por ele. Segundo o Dr. Curt Connors, que irá se transformar no Lagarto trabalha para a Oscorp e não é mais o professor de Peter (como mostrado nos dois últimos filmes do herói) e o talvez o ponto mais grave de todos no roteiro é que o Peter Parcker de Andrew Garfield não é tão desastrado e franzinho como o vivido por Tobey Maguire na trilogia anterior.

Logo o grande pecado deste filme seja exatamente o roteiro que tenta inventar uma "nova" origem para o herói só que utilizando alguns elementos já existente da trilogia anterior. Então na falta de um roteiro que sustentasse o filme, foram necessárias muitas cenas de ação para tentar consertar de alguma forma o roteiro e mesmo assim não foi possível salvar o filme, nem mesmo os efeitos 3D, que por sinal, foi bem utilizado pelo diretor Marc Webb, chegam a salvá-lo.

No final o que se salva no filme são os efeitos especiais (que hoje em dia nem chegam a ser um atrativo), que foram muito bens executados e trabalham a favor das cenas de ação, que aqui vale o destaque para a cena em que o herói passa de guindaste em guindaste na tentativa de chegar a torre da Oscorp e neste ponto o 3D agrada e da a impressão que o público esta realmente sobre os prédios de Nova York.

Então "O Espetacular Homem Aranha" acaba por decepcionar não só os fãs do filme, como aqueles que nunca leram uma história do herói antes. Lógico que a já famosa cena pós-crédito dos filmes da Marvel deixam claro que um segundo filme esta por vir e ao que tudo indica este irá sair já em 2014. Só nos resta torcer para que este seja melhor que o primeiro, o que não será muito difícil e além disso que o filme seja realmente espetacular como o título promete.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Crítica - A Era do Gelo 4

A exatos 10 anos entrava em cartaz o primeiro filme da franquia e "A Era do Gelo" (Ice Age, EUA 2002) não só se tornaria um sucesso de bilheteria, mas também serviria para alavancar a carreira internacional do diretor e animador brasileiro Carlos Saldanha, que assumiria a franquia como diretor nos dois filme seguintes: "A Era do Gelo 2" (Ice Age: The Meltdown, EUA 2006) e a "A Era do Gelo 3" (Ice Age: Dawn of the Dinossaurs, EUA 2009). Após três filmes parecia que não havia mais história nenhuma para ser contada e a franquia poderia sem problema algum parar no terceiro filme.

Porém os números da série indicavam que um quarto filme seria sucesso na certa, mas é verdade que vários filmes que chegam ao quarto capítulo, com raras excessões, já chegam desgastados e quase sem mais história nenhuma a ser contada resta então repetir velhas piadas e tentar garantir o sucesso no nome já criado pela franquia. Mas para a surpresa de todos "A Era do Gelo 4" (Ice Age: Continental Drift) adiciona novos elementos a série, retira alguns e joga a série para uma nova direção com mais ação e não deixando de ser engraçada e mostra ter ainda fôlego para continuar nas telas.

Neste capítulo da série o esquilo Scrat continua na sua saga para tentar enterrar a sua noz e será a partir desta tentativa que ele será o responsável pela divisão da Terra em continentes e a cena inicial já rende boas risadas ao público. Enquanto isso o bando formado por Manny, Diego e companhia seguem a sua vida no vale tranquilamente até a aparição dos pais de Sid, que deixam a avó aos cuidados dele e voltam a abandoná-lo. E esta nova personagem é uma das melhores adições já feitas na série.

Além disso Manny tem que lidar com a sua filha adolescente que esta na idade de querer sair de perto do bando para conhecer rapazes da sua idade, mas devido a seu ciume e superproteção este acaba por não se entender quase sempre com a filha e envorgonha-la na frente de outros mamutes jovens.

Em meio a isso tudo e devido aos continentes estarem se reacentando o bando será separado e Manny, Diego, Sid e a Avó de Sid serão lançados ao mar e em meio a várias situações acabam por esbarrar com um bando de piratas, outra nova adição na série que garante bons momentos e boas tiradas também. Somente a adição de Luís (o roedor amigo de Amora) não acrescenta muito a história no desenrolar da trama, somente será bem utilizado no clímax do filme. Já os gambas Eddie e Crash apesar das poucas aparições no filme ainda continuam com cenas ótimas.

Com essa história e sem fugir do foco central da série que é a família "A Era do Gelo 4" se mostra como uma das melhores continuações desde o filme original. Outro ponto alto do filme é o 3D que realmente funciona, então se tem vários objetos saindo da tela em direção a platéia e a profundidade ainda melhor que no terceiro filme da série onde o 3D foi utilizado pela primeira vez.

Outro ponto que chama atenção no filme é a ação que os diretores Steve Martino e Mike Thurmeier imprimiram a série, pois não faltam cenas em que o 3D irá funcionar como ferramenta para essas cenas, e diga-se de passagem essas nunca estiveram presente nos demais filmes da série (salvo a cena dos pterodáctilos do terceiro filme). Logo a ação entra nos momentos certos e contribui para a narrativa.

E em meio a isso tudo ainda existe as intromições do esquilo Scrat que estão como sempre divertidíssimas, destaque para a cena das sereias e a cena final, que é infinitamente mais engraçada do que a cena final do personagem no céu no segundo capítulo da série.

A "Era do Gelo 4" é uma surpresa e tanto, pois quando todos acharam que este seria um filme caça níquel em 3D o mesmo se mostra engraçado, lança a série em uma nova direção, adiciona novos e engraçados elementos e deixa claro que podemos esperar por mais filmes da série daqui a alguns anos, lógico que desde que seja com um roteiro a altura que a série merece.