domingo, 29 de novembro de 2009

Pré Estréia - O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

Terry Gillian já havia se aventurado pelo cinema fantástico antes só para citar o excelente "As Aventuras do Barão de Munchausen" (The Adventures of Baron Munchausen, EUA 1988) ou no espetacular e surpreendente "Os Dozes Macacos" (Twelve Monkeys, EUA 1995). Com esses filmes e alguns outros no curriculo o diretor egresso do grupo de humor inglês Monty Phyton faz um filme que beira a perfeição em termos de cinema fantástico e "O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus" (The Imaginarium of Doctor Parnassus, EUA 2009) é um excelente exemplar deste tipo de cinema.

Com uma premissa simples, porém eficiente Terry Gillian nos apresenta a um grupo de teatro mambenbe que vive nas ruas de Londres a procura de pessoas que ousem a entrar no imaginário do Dr. Parnassus (vivido por Christopher Plummer), logo ficamos sabendo que o motivo para essa busca do Dr. e sua trupe por essas almas, nada mais é devido a um antigo pacto que este tem com o Sr. Nick (Tom Waits) que é ninguém menos que o diabo. O trato iria conceder ao Dr. Parnassus a vida eterna, ter o amor de sua vida e entregar a sua bela filha Valentina (vivida pela atriz Lili Cole) quando esta completasse 16 anos de idade.

Porém o Sr. Nick propõem uma nova aposta ao Dr. Parnassus dando a chance deste salvar a alma de sua filha, em três dias quem coletar primeiro cinco almas vence a aposta e o Sr. Nick teria que liberar Valentina.

É neste momento que a trupe resgata Tony (Heath Ledger) - o ator morreu durante as filmagens e a maneira encontrada por Gillian para substitui-lo não por um mas por três atores foi perfeita e coisa de quem realmente entende de cinema - e este se junta a trupe, só que não estava nos planos do Dr. Parnassus que este iria se apaixonar por Valentina despertando o ciúme em Anton (Andrew Garfield), que nutre uma paixão secreta pela garota.

Visualmente é um filme muito bem fotografado, principalmente nas cenas que se passam dentro do imaginário, nada exagerado e na medida certa. E as cenas que se passam em Londres mostra as partes mais sujas e decadente da cidade e com isso Gillian consegue passar a idéia de que aquela trupe vive a beira da sociedade.

As cenas em que Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell vivem Tony, sempre dentro do imaginário se encaixam perfeitamente na história e não comprometem a narrativa e muito menos o trabalho que vinha sendo realizado por Ledge, antes da sua pré-matura morte. Ao contrário garantem cada um ao seu estilo de atuação enriquecer ainda mais o personagem.

Outro destaque do filme é o ator Verne Troyer, o anão que vive o fiel companheiro e conselheiro do Dr. Parnassus e são dele as melhores tiradas do filme. O personagem é uma espécie de consciência do Dr. e esta sempre pronto a retirá-lo das armadilhas preparadas pelo Sr. Nick.

Com uma direção eficiente, um roteiro inteligente e uma fotografia perfeita, o filme cativa o público que aos poucos vai entrando na história e fica intrigado para saber como tudo aquilo vai acabar. Confesso que eu mesmo fiquei surpreendido com a qualidade do filme e tenho certeza que Terry Gillian atingiu a maturidade em filmes fantástico.

E como um dos personagens mesmo diz lá pelas tantas quando é indagado que se é possível ter um final feliz... "isso nós não podemos garantir", pois cabe a cada um de nós escrevermos esse final feliz para nós mesmo a nossa maneira nas nossas vidas. Afinal qual é o final feliz perfeito para cada um?

Pré Estréia - O Fantástico Senhor Raposo

Wes Anderson é um diretor singular que se aventura por vários gêneros em seus filmes, mas sempre mantendo o sua marca registrada que é o humor ácido e com piadas inteligentes. Depois de realizar os excelentes "Os Excentricos Tenebauns" (The Royal Tenebauns, EUA 2001), "A Vida Marinha por Steve Zissou" (The Life Aquatic with Steve Zissou, EUA 2004) e "Viagem a Darjeeling" (The Darjeling Limited, EUA 2007), chegou a vez de Anderson convocar os atores que sempre trabalham com ele e inovar mais uma vez com o excelente "O Fantástico Senhor Rapouso" (The Fantastic M. Fox, EUA 2009) e detalhe é uma animação em stop-motion.

Com um roteiro inteligentíssimo, ritmo ágil e um humor ácido no ponto certo, Anderson realiza uma animação para adultos que coloca muitos temas do cotidiano representados nas personages.

Tudo começa quando o Sr. Rapouso (dublado por George Clooney) junto com a Sra. Rapouso (dublada por Meryl Streep) seguindo os seus extintos planejam roubar alguns frangos de uma granja local, porém acabam por ficar presos em uma armadilha e é neste momento que a Sra. Rapouso anuncia que esta gravida e pede ao marido para se eles sairem da armadilha ele ira arrumar um emprego e irá sair da vida de "crimes".

O tempo passa e o Sr. Rapouso esta insatisfeito com seu trabalho e com as suas posses materiais, é ai que ele resolve se mudar para uma árvore maior, mas já com a intenção de dar o seu último grande golpe. Com a ajuda do zelador de prédio ele elabora o seu plano e o coloca em execução e neste meio tempo ainda tem que receber em sua casa o sobrinho Kristofesson que é tudo o que ele queria que o seu filho Ash fosse. E aqui Anderson coloca mais uma vez os temas explorados em seus filmes anteriores, mas com muita competência.

É claro que o grande golpe do Sr. Rapouso da errado e ele acaba por colocar toda a sua família e seus amigos em perigo, pois os fazendeiros resolvem revidar e colocam em prática uma verdadeira operação de guerra para capturar o Sr. Rapouso e companhia.

Outra qualidade do filme é que os bonecos assumem os trejeitos dos atores que emprestam a sua voz para cada um dos animais, logo os trejeitos de Clooney foram incorporados ao Sr. Rapouso, assim como os trejeitos de Meryl Streep (que dá um show na dublagem), o elenco de dubladores ainda conta com Bill Murray (Badger), William Dafoe (Rat) entre outros, todos perfeitos.

Semelhanças com a "A Revolução dos Bichos" (livro de George Orwen) até existe, mas são poucas, pois o que se ve na tela é exatamente cada raça seguindo os seus extintos, enquanto os humanos não poupam esforços em promover uma verdadeira guerra contra o Sr. Rapouso e companhia, estes por sua vez querem levar uma vida digna e sem discriminações.

Wes Anderson convence com a sua primeira animação em stop motion e revela que tem talento para a coisa, a cena em que o Sr. Rapouso e os outros animais roubam as fazendas como uma vingança é cheia de sutilezas, sem contar os discursos do Sr. Rapouso a mesa... perfeitos e sutis.

No mais é uma animação para gente grande e amantes da sétima arte, que não vai agradar ao público em geral, pois o que vemos na tela tem a marca registrada do diretor humor ácido na medida certa e muitas metáforas bem ao seu estilo. Um filme que merece ser visto e apreciado como arte, pois o trabalho do diretor é exatamente esse arte.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Crítica - Lua Nova

Qual a receita para se fazer um filme de vampiro teen? Primeiro junte atores com rostos bonitinhos, torne os vampiros vegetarianos (isso mesmo eles não mordem ninguém) adicione a receita alguns quilos de pancake (quanto mais melhor) e lobisomens de peito nú sob a chuva densa... pronto esta feito "Lua Nova" (New Moon, EUA 2009) que consegue ser tão lento quanto o seu antecessor "Crepúsculo" (Twilight, EUA 2008).

O filme começa do mesmo ponto onde o seu antecessor parou e o público reencontra o casal Bella e Edward conversando sobre o seu relacionamento - o mesmo papo chato que permeia todo o primeiro capítulo - e de como Edward pode ser perigoso para ela e isso tudo no dia do aniversário de 18 anos de Bella.

É neste ponto que Alice resolve fazer uma festa para comemorar o aniversário de Bella na casa dos Cullen, porém um incidente ao abrir um de seus presentes faz Bella se cortar e despertar em Jasper - um dos irmãos de Edward - a sua vontade por sangue humano, mesmo sendo contra a tradição dos Cullen tomar sangue humano. Edward se vê obrigado a defender Bella de Jasper e daí irá se questionar se ele também não é uma ameaça a vida de Bella.

Edward então toma a decisão de deixar Bella, esta por sua vez fica inconsolada e se isola do mundo por alguns meses. Após o período de reclusão Bella acaba por se envolver com Jacob Black (que por sua vez também esconde um segredo) e este por sua vez que já nutria uma paixão por Bella vê a chance de te-la ao seu lado uma vez que Edward se foi.

Se o foco do primeiro capítulo eram os vampiros, quem ganha espaço neste segundo capítulo da saga são os lobisomens, mas nem mesmo essa mudança de foco garante um ritmo melhor ao filme que se mostra tão lento quanto o seu antecessor.

Mesmo a mudança de direção que ficou a cargo de Chris Weitz (A Bússola de Ouro) não imprime um ritmo melhor ao filme, se igualando ao mesmo ritmo do seu antecessor e sem acrescentar maiores novidades a trama.

A atuação dos atores não ajuda a imprimir ritmo algum ao filme e as atuações beiram ao risível em algumas cenas, principalmente na cena do sonho de Bella e Edward na floresta.

O filme segue lento e com os questionamentos de Bella sobre com quem deve ficar até a sua parte final. Quando Edward resolve ligar para Bella... e ele esta nada mais nada menos escondido em uma favela do Rio de Janeiro (deve ser o local preferido para um vampiro se esconder). E na cena seguinte já está na Italia se entregando aos seus antepassados... e ai o filme assume o seu lado Romeu e Julieta, com Bella indo atrás do seu amado para resgatá-lo dos clã dos Volturi.

Tudo no filme soa previsível e os flashbacks com cenas de Crepúsculo não ajudam em nada na narrativa, desta vez até a aparição dos vampiros malvados do primeiro longa se mostra totalmente fora do contexto da narrativa do filme e nada vem a acrescentar.

No final das contas, "Lua Nova" se mostra tão burocrático e lento quanto o seu antecessor e o seu roteiro segue a mesma receita e não acrescenta nada a trama, fora pífias e obvias revelações. É um filme totalmente dedicado ao público adolescente feminino e nada mais que isso.
Os efeitos especiais não chamam tanta atenção e nem as transformações dos homens em lobos chama muita atenção.

Poderia ser um filme melhor que o anterior se não fosse o roteiro lento e a ausência de surpresas na trama central. Outro erro do filme é a trilha sonora teen que não acrescenta nada a trama.

No mais o espectador que for atrás de um filme de vampiros vai levar gato por lebre... ou melhor vampiro por lobo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cult - Deixe Ela Entrar

Em tempos em que os vampiros se tornam bonzinhos, não sugam o sangue de humanos e as telas de cinema são invadidas por Edward Cullen e companhia. Um filme vindo da Europa - para ser mais preciso da Noruega - resolve tratar o tema vampirismo como esse merece realmente ser tratado. E Deixe Ela Entrar (Lat den Rätte Komma in, Noruega 2008) tem tudo o que o gênero tem a oferecer de melhor e é tratado de forma séria.

A premissa do filme é simples e não leva muito tempo para que a história se desenrole. Logo no início da projeção os espectadores são apresentados a Oskar um garoto solitário que é o saco de pancada da escola, filho de pais separados e que não tem muita a atenção dos mesmos. E logo em seguida somos apresentados a Eli a vizinha de Oskar também solitária, porém não por opção e sim por sua condição se ser uma vampira e necessitar de sangue humano para sobreviver.

Uma onda de bizarros assassinatos começa a assolar a pequena cidade e logo os mesmos tomam conta das manchetes dos jornais locais. Não há segredos no filme e logo ficamos sabendo que o "pai" de Eli é o autor dos assassinatos que tem por objetivo colher sangue das vítimas para alimentar Eli.

É neste ponto que Oskar começa a observar Eli e tentar uma aproximação da garota, o que Eli evita no início vai se transformando em uma atração pelo menino a cada encontro do jovem casal.

A fotografia também não decepciona e o cenário sempre coberto com a camada espessa de neve dá o tom de solidão exato que os personagens vivem em seus cotidianos.

Aos poucos a amizade de Oskar e Eli vai aumentando e chega o momento de Oskar encarar a verdade sobre a sua amiga, enfrentar o valentão da escola e tomar uma decisão que pode mudar os rumos da sua vida.

Com boas atuações, um roteiro eficiente e uma direção de atores muito bem conduzida, o filme se sobressai a todos os seus companheiros do mesmo tema. Pena que está reduzido a duas míseras salas aqui no Rio de Janeiro. Porém na disputa com o aclamado "Lua Nova" (continuação de Crepúsculo) que trata do mesmo tema, "Deixe Ela Entrar" ganha a disputa com méritos e coloca os vampiros da saga escrita por Stephanie Meyer no seu devido lugar e mostra com quantos caninos se faz um filme de vampiro, inteligente, sutil e ao mesmo tempo sedutor como o tema pede.

domingo, 15 de novembro de 2009

Comentários - 2012 (por Márcia Bezerra)

Parece que está virando uma tradição aqui no Blog os comentários sobre as críticas dos filmes aqui postados, desta vez os comentários ficaram a cargo da Márcia Bezerra (Marcinha), que após recomendações para assistir 500 Dias com Ela, me propos o desafio de assistir 2012. Desafio aceito e cumprido e já com a crítica aqui postada seguem abaixo as impressões da nova comentarista de filmes do Movies & Cultures.


Um filme eletrizante, que faz os telespectadores segurarem-se em suas cadeiras,perderem o folego e que em minha opinião faz por merecer O Oscar por efeitos especias. Sem dúvidas o melhor que já vi nessa categoria, sem falar nos atores, produção, direção.

Crítica - 2012

Quantas maneiras existem de destruir o mundo tendo a seu dispor milhões de dólares, efeitos especiais de última geração e um roteiro que dispensa histórias e parte logo para as cenas de ação? Todas essas respostas podem ser facilmente encontradas em 2012 (EUA 2009) do diretor Roland Emmerich. Após arrasar os EUA em Independece Day (1996), detonar Nova York em Godzilla (1998) e congelar o hemisfério norte inteiro do planeta em O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, EUA 2004). Emmerich não se dá por satisfeito e como desgraça pouca é bobagem partiu para a destruição mundial em 2012.

A premissa do filme é bastante interessante e parte do princípio que a extinta civilização Maia teria previsto o fim dos tempos para a fatídica data de 21/12/2012, dia em que a Terra entraria em colapso. O que podia ser uma história para ser explorada com seriedade se transforma nas mãos de Emmerich em um punhado de cenas de ação e correria - muito bem realizadas diga-se de passagem - e nos intervalos entre uma cena e outra lamentações e redenções que soam as vezes ao risível. E não podiam lógico faltar as frases de efeito dita pelos personagens que são marca registrada do diretor.

O ponto de partida se dá em 2009 quando um geólogo indiano descobre que a Terra está entrando em colapso devido as emissões dos raios solares e de um suposto alinhamento planetário (o tal alinhamento previsto pelos maias), a partir dai o Presidente dos EUA (vivido por Danny Glover na sua versão Barack Obama) se engaja com outros líderes mundiais para a construção de arcas para "salvar" quem estivesse disposto a pagar a módica quantia de 1 bilhão de doláres para entrar na mesma e outros líderes mundiais que devem ser preservados. Neste ponto até a excelente animação da Pixar Wall-E soube tratar o tema com mais seriedade.

Outro ponto fraco no filme são os personagens que parece que estão ali somente para correr, pular, nadar e fugir dos gigantescos terremotos, erupções vulcánicas e tsunamis que estão presente em toda a projeção.

Jonh Cusack e Amanda Peet vivem o casal central do filme e é em torno de seus personagens que a história gira. O personagem de Woody Harrelson é sem sombra de dúvida a melhor coisa no filme, porém fica pouco tempo na tela, aqui outro erro da produção em não o aproveitá-lo melhor no filme.

Não há dúvidas que o Oscar de efeitos visuais já esta garantido para 2012, porém aqui vale dizer que efeitos de última geração não garantem mais uma atração para o público que está se tornando cada dia mais exigente com o que assiste nas telas dos cinemas.

Talvez se Emmerich tivesse realizado 2012 em 3D o filme ganharia algo mais e poderia ser um entretenimento melhor do que ficou. Ou talvez ele esteja guardando essa idéia para quando ele resolver destruir a galáxia, duas galáxias ou quem sabe o universo. Só não pode destruir a atenção do público até lá.

domingo, 8 de novembro de 2009

Crítica - Os Fantasmas de Scrooge


Visualmente perfeito e com uma história atemporal - o clássico de Natal escrito por Charles Dickens - o filme conta como o velho avarento Ebenezer Scrooge passou de um menino cheio de sonhos e esperança a um velho rabugento, frio e sem gosto nenhum pelo Natal. E é com essa premissa que o filme chega para abrir oficialmente a temporada de filmes de fim de ano nos cinemas, com cópias dubladas e algumas cópias em 3D.

Os efeitos tridimensionais oferece ao público novas experiências com essa tecnologia, pois as cenas panorâmicas pela cidade são de encher os olhos, assim como as cenas onde neva, parece que a neve esta caindo realmente na sala de projeção.

"Os Fantasmas de Scrooge" (A Christmas Carol, EUA 2009) é um filme para toda a família, porém as crianças mais novas podem se assustar com algumas cenas do longa.

Estrelado por Jim Carrey que vive 4 personagens no filme, o velho Scrooge e os três espirítos, o dos natais passados, o do natal presente e o do natal futuro e Gary Oldman (perfeito como sempre) que vive mais alguns personagens no filme, Bob Cratchit (o empregado de Scrooge), Marley (o fantasma do ex-socio de Scrooge) e dá voz ao pequeno Tim (filho de Cratchit) no filme.

Após a visita do fantasma de seu ex-sócio Marley, que avisa Scrooge da visita dos três espíritos na noite de natal é que o filme realmente decola e leva o espectador para a jornada que irá mudar a vida do velho avarento de uma vez por todas.

É verdade que o livro de Dickens é mais profundo do que o que se passa na tela nos 97 minutos de duração do longa, porém a essência do conto está toda lá só que agora se valendo da tecnologia 3D para contar a história.

O diretor Robert Zemeckis se vale da experiência adquirida com a direção de "O Expresso Polar" e "Beowulf" que se utilizaram da mesma técnica deste daqui para aperfeiçoa-la ainda mais e dar ao público o melhor que a tecnologia 3D digital pode oferecer. E um dos acertos de Zemeckis é conservar o ano em que se passa a história no final do século XIX, assim como no livro.

Outra grande atração do filme é a sua trilha sonora, com destaque para a belíssima A Christmas Carol interpretada por Andrea Boccelli em italiano, vale a pena ficar na sala para escutar em som surround a canção mesmo enquanto sobem os créditos.

No final o público irá sair satisfeito da sala com a certeza de ter assistido um clássico do natal com uma nova roupagem e que não compromete em nada a obra atemporal de Charles Dickens.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Comentários - 500 Dias com Ela (por Glaucia Mitoso)


E o filme "500 Dias com Ela" já começa a gerar os primeiros comentários. Conversando via MSN com uma amiga e agora colaboradora do blog Movies & Cultures ela expressa no texto abaixo as suas impressões sobre esse filme.

As vezes tenho a nítida impressão que as produções parecem estar conversando, e na conversa o último de uma leva de produções retratando uma mesma temática, acaba concluindo o assunto. E foi essa sensação que tive com “500 Dias com Ela”. Depois de “A Verdade Nua e Crua” (The Ugly Truth, EUA 2009) que brinca entre duas personagens com convicções sobre o relacionamento entre homens e mulheres extremamente opostas, porém com a mesma busca. E em “A Proposta” (The Proposal, EUA 2009) que começou a desenhar os fatores inesperados da convivência, no encontro real do amor.


"500 Dias com Ela", esbanja em estética, esbanja em sabedoria dramática, esbanja em doses sutis, e termina como a vida é, sempre nos levando para um patamar acima.


Um filme gostoso de ver, gostoso de ler, gostoso de pensar, e principalmente de sentir. Suga as metáforas e formatos agressivos representativos dos desencontros e da agressividade contida nos relacionamentos atuais, que em menos ou mais potência toca a diversidade de emoções numa grande confusão, limitando e distanciando o ser-humano do amor mais delicado e real.


Se pudesse resumir, diria que é um filme na categoria filme de arte, e para espectadores de sensibilidade. Mas como a dramaturgia é um gigante iluminado, tenho esperanças que invada os questionamentos daqueles que pouco exercitam a habilidade de entender as sutilezas da vida e da busca pelo amor feliz.

Crítica - 500 Dias com Ela

Recentemente são vários os filmes em que o tema relacionamentos é o tema principal da narrativa, seja em "Ele Não Está Tão Afim de Você" ou no nacional "Apenas o Fim", ambos já comentados aqui no blog. Mas "500 Dias com Ela" (500 Days of Summer, EUA 2009) tem algo a mais para mostrar ao público do que os já mencionados aqui.

Para início de conversa o filme não é uma história de amor, e isso fica bem claro na narração in-off logo no início da projeção. O filme é sim uma história sobre o amor e que vai trazer a tona os questionamentos que todos os relacionamentos trazem.

No filme acompanhamos a história de Tom Hansen (Joseph Gordon Levitt), um rapaz que acredita que o amor nunca irá acontencer para ele, mas que mesmo assim não perde a esperança de encontrar alguém. Durante uma reunião na empresa em que trabalha ele conhece Summer (Zooey Deschanel) moça que não acredita no amor e que evita relacionamentos e que expressa isso de forma clara em uma das frases da sua personagem no filme.

Contando de forma não linear, pois o filme vai e volta no tempo para contar ao público os momentos mais marcantes do relacionamento das personagens. A cena em que Tom sai de casa e imagina a sua vida como um grande musical, após ter a sua primeira noite de amor com Summer é perfeita.

Outro acerto interessante do filme é colocar exatamente em uma pré-adolescente e irmã de Tom no filme, a personagem que será a conselheira dele e que irá faze-lo entender o que deu errado para que este possa seguir em frente com a sua vida.
Atenção também a tela onde a contagem dos dias no filme é realizada, ela muda de tonalidade ao longo de toda projeção.

A trilha sonora é um show a parte indo desde os clássicos do "The Smiths" a melosa "She's Like the Wind" interpretada por Patrick Swayze, e cada música da trilha tem o seu significado na história, alias qual relacionamento que não tem a sua própria trilha sonora.

Um filme cativante e que vai fazer todos de modo geral a pensar no que assistiram. Para os que estão ainda em busca da sua alma gêmea é uma injeção de ânimo na dosagem certa. Para aqueles que tem um relacionamento instável faz com certeza refletirem sobre a pergunta "Será que é isso que eu quero para o resto da minha vida?" Para os que já estão casados e felizes com os seus pares irão ver na tela retratado toda a jornada que percorreram para chegarem até aquele ponto.
Só sei que ao sair do cinema eu vi tudo o que ocorreu na minha vida até hoje e com a certeza que eu já tive a minha dose de Summer, agora... bem... contar o final seria tirar toda a magia do filme. Ahh e muita atenção a última narração in-off do filme, resume tudo o que se passou de forma clara.