domingo, 11 de outubro de 2009

Crítica - Tá Chovendo Hamburguer


Desde ano passado o número de produções que são escritas pensado no novo formato de 3D Digital vem aumentando, porém não é só de efeitos 3D que se pode viver uma produção, pois para a mágica ser completa é necessário aliar um bom roteiro aos efeitos visuais que a tecnologia 3D permite.

No caso de Tá Chovendo Hamburguer (Cloudy with a Chance of Meatball, EUA 2009), temos somente efeitos 3D que são de encher os olhos da platéia, mas faltou o essencial para o cardápio desta produção da Sony Animation ser completa, um roteiro bem elaborado.

A história se inicia com Flint Lockwood (voz de Bill Hader no original) sonhando em ser um inventor famoso, só que este é ridicularizado pelos colegas de escola durante uma apresentação no colégio. Somente a sua mãe acredita em seu potencial. Os anos passam e vemos um Flint adulto tentando de todas as maneiras inventar algo para salvar a sua cidade.

Após arruinar a inauguração de um parque temático em sua cidade, devido a um acidente com uma de suas últimas invenções - uma máquina que materializa comida - que Flint tem a grande chance de sua vida para provar a todos o que ele realmente é. Neste meio tempo ele conhece a reporter Sam Sparks (voz de Anna Faris no original) que foi enviada para cobrir a inauguração do parque temático. Depois disso dá para saber direitinho o que está por vir ao longo dos 90 minutos de filme.

O visual do filme é original, pena que falte um bom roteiro para se apoiar. Os destaques ficam para as cenas onde a cidade é coberta por sorvete e a cena da casa de gelatina construída por Flint na sua tentativa de conquistar Sam.

O filme pode seguramente encantar as crianças mais novas pelo seu visual e somente isso. Porém é certo que com tanta comida e uma paleta de cores as vezes exagerada, que é capaz dos mais velhos enjoarem da comilança e pedirem logo para pular a sobremesa e irem logo para o cafezinho.

E lógico que todos os conflitos de um tipo de filme como estes estão na tela, como o do pai de Flint que nunca disse ao filho que o amava e lá pelas tantas cria coragem de dizer isso para o filho.

Uma fita que vai agradar somente aos mais novos . Mas vai servir para a Sony Animation tirar uma lição que quando servir algo novo nos cinemas que seja a refeição completa para toda a família e não somente o cardápio infantil.

sábado, 10 de outubro de 2009

Análise - Festival do Rio 2009


Foram 15 dias de cinema onde produções do mundo inteiro passaram pelas telas.

Muitas produções valeram a pena como "Bad Liutenant - Port of Call New Orleans", com Nicolas Cage no papel de um policial viciado em drogas que tem que resolver um caso de assassinato em uma New Orleans arrasada pelo furacão Katrina. "Bastardos Inglórios" de Quentin Tarantino, que não apareceu aqui no Festival alegando estar cansado pela promoção do filme, foi aplaudido por um Cine Odeon lotado, e como uma amiga disse ao final da sessão - "O Quentin não sabe o que perdeu." e perdeu mesmo. Em breve vou postar aqui no Blog a crítica do filme.

Outras surpresas do Festival são "Ricky" (de Françoi Ozon) um filme leve e mágico que faz o público sair leve do cinema. "Sede de Sangue" (de Chan Wook Park), o diretor responsável pela trilogia da vingança nos dá um filme de vampiros onde todos os elementos relacionados ao vampirismo são discutidos, em tempos de vampiros teens e congêneres, Park faz um filme correto sobre o tema e acrescenta mais um brilhante filme a sua carreira.

Andy Garcia foi outro ator que andava sumido e volta com o filme "Confusões em Família" (City Island, EUA 2009), é uma comédia que a muito tempo não se via nas telas, sai o humor besteirol e entra a comédia inteligente como nas melhores sitcons, a história é conduzida de forma que uma piada irá puxar outra ainda melhor mais para frente.

Mas nem só de grandes produções se vive o Festival e aqui merece destaque um filme da mostra Midnight Movies entitulado "Black Dynamite" é um exemplar que o cinema Blaxplotation ainda tem uma sobrevida nas telas. Na história o personagem título sai distribuindo tapas e bordoadas a torto e a direito para resolver o assassinato do seu irmão, com um roteiro desconexo e frases de efeito de todo e bom filme trash, agrada em cheio ao publico que curte o cinema trash.

Lógico que decepções também são inevitáveis e aqui leva o troféu o fraco e pretencioso "Vida de Balconista", produção independente feita pelos donos da Cavideo o filme tenta ser engraçado e não consegue, com piadas fracas e um roteiro fraco os seus 80 minutos parecem três horas e nada no filme funciona, nada vale a pena e o público permaneceu apático por toda a sessão e deve ter se perguntado o que estava fazendo ali. Melhor assistir as reprises de "O Balconista" de Kevin Smith do que assistir a esse aqui. E ainda temos que lembrar que Quentin Tarantino é um só e o público não aceita imitações.

A mostra Dox dedicada aos documentários cumpriu o seu papel e os destaques ficam por conta do excelente "Petróleo Bruto" (Crude, no original) e "Plastic Planet" e "No Impact Man", este último sobre o experimento que uma família novaiorquina faz por um ano de viver sustentavelmente, "Fogo Sob a Neve" também cumpre o seu papel e trata da invasão chinesa ao Tibet.
Entre os destaques deste ano também podemos citar documentário "When You Are Strange" de Tom Diccilio sobre a carreira dos The Doors, lógico que o enfoque maior vai para Jim Morrison, o vocalista da banda, que com o seu jeito irreverente conquistava a platéia. Ainda vale destacar a excelente narração de Jonnhy Depp durante toda a projeção dando o tom certo ao documentário.

A mostra latina veio mais forte esse ano e os filmes argentinos que já são presença certa no Festival cumpriram o que prometeram. "O Segredo dos Seus Olhos", "Chuva" e "Um Namorado para a Minha Mulher" fizeram o público entrar em suas histórias e aplaudí-los. Destaque para "Um Namorado para a Minha Mulher" que é uma comédia leve e que a atriz Valeria Bertuccelli, que também é atriz de "Chuva", faz uma personagem hilária e não poupa ninguém com as suas críticas a sociedade em geral.

Entre o entra e sai de uma sala para outra, dispustas pelos ingressos mais disputados o Festival deste ano valeu a pena, espero que o 2010 seja ainda melhor.