sexta-feira, 24 de junho de 2011

Crítica - Se Beber Não Case Parte 2

Quando Todd Phillips lançou em 2009 o filme "Se Beber Não Case" (The Hangover, EUA 2009) o que chamava a atenção eram as situações inusitadas vividas pelos três protagonistas Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis), quando estes organizavam a despedida de solteiro de Doug (Justin Bartha). Só que estes tomavam um porre e esqueciam completamente o que ocorrera na noite anterior, além de perderem o noivo e não saberem onde os mesmo se encontrava. A comédia rendeu muitos elogios da crítica e do público e lógico que com todo esse sucesso era inevitável que uma sequência fosse acontecer.

E dois anos depois "Se Beber Não Case - Parte II" (The Hangover Part II, EUA 2011) chega aos cinemas e seguindo a mesma estrutura do primeiro, pois tudo que deu certo no primeiro volta no segundo filme. Agora a premissa do filme é o casamento de Stu, só que este para não repetir o que ocorreu na despedida de solteiro de Doug resolve fazer somente um café da manhã, onde não haverá riscos de todos tomarem um porre homérico novamente.

Para garantir que nada irá dar errado Stu não convida Alan para o seu casamento, só que a pedido dos amigos este acaba por ceder e resolve levar Alan para Tailândia onde será realizado o seu casamento. Só que Alan não fica satisfeito com a amizade que Stu tem com o irmão de sua noiva Teddy (Mason Lee) e resolve dar um porre nele somente para tirá-lo do caminho, só que isso será o estopim para tudo que irá ocorrer no segundo filme.

Se no primeiro filme o cenário era Vegas, agora é a vez de Bangkok com todo o seu submundo servir de cenário para mais uma noite do grupo de amigos que tem que novamente descobrir o que ocorreu na noite anterior para descobrir onde está Teddy.

O que mais chamava atenção no primeiro filme era a estrutura do roteiro, em que cada situação puxava uma outra mais engraçada , no segundo filme essa estrutura se repete e as surpresas já não são tão surpreendentes, pois em alguns momentos dá para adivinhar o que irá ocorrer, porém outras surpresas não são tão óbvias assim e são estes os melhores momentos do filme.

A melhor adição para o filme é sem dúvida o pequeno macaco que acompanha o grupo pela sua peregrinação pelas ruas de Bangkok para descobrir o que ocorreu e onde estatria Teddy. Outro personagem que retorna e ainda melhor é Mr. Chow (Ken Jeong) que desta vez acorda da bebedeira junto com os protagonistas.

Se por um lado o roteiro não apresenta muitas surpresas, as situações são mais pesadas do que no filme anterior e desta vez até cenas com algum sangue foram adicionadas ao longa. Além das piadas terem um teor mais picante do que no filme original.

Ao final do filme novamente as fotos irão revelar o que ocorreu durante a noite em que os três amigos ficaram vagando por Bangkok, porém muitas coisas são reveladas durante o desenrolar da trama e isso é um outro ponto que este filme perde em relação ao seu original que era o fator surpresa.

Ao que parece a franquia pode parar neste segundo episódio sem ter a necessidade de ocorrer um terceiro episódio, pois não existe mais história para contar e se não houverem casamentos em um possível terceiro capítulo o título em português irá perder todo o sentido.

No final "Se Beber Não Case Parte II" cumpre o que promete, não desaponta o público, mesmo sendo a sua melhor piada o pequeno macaco, pois são dele os melhores momentos do filme.

domingo, 19 de junho de 2011

Crítica - Kung Fu Panda 2

Quando o primeiro "Kung Fu Panda" (Kung Fu Panda, EUA 2008) saiu nos cinemas não me chamou muita a atenção, apesar de ser um cinéfilo de carteirinha e adorar animações em computação gráfica, a história de um Panda que era "filho" de um ganso que sonhava em ser um mestre do Kung Fu em uma China antiga, seria apelação demais para um roteiro.

Passado algum tempo assisti ao filme quando o mesmo foi lançado em  DVD e a minha opinião foi um roteiro interessante, com bonitos cenários, paleta de cor adequada e uma carga filosófica até que exagerada para um filme infantil, não havia muita graça nem piadas, o filme era sério até demais para crianças pequenas e interessante para adultos que curtiam filmes de Kung Fu.

Parecia então que a Dreamworks iria ficar somente com o primeiro filme, isso seria uma certeza até porque a mesma lançou um longa metragem direto para o mercado de DVD com o título "Kung Fu Panda: Os Segredos dos Cinco Furiosos" (Kung Fu Panda: Secrets of the Furious Five, EUA 2008) no mesmo ano do lançamento do primeiro filme.

Então como em Hollywood a regra é lançar sequencias de franquias que podem se consolidar, a Dreamworks lança em 2011 "Kung Fu Panda 2" (Kung Fu Panda 2, EUA 2011) e para a minha surpresa o filme supera em muito o seu antecessor, trazendo uma história mais fluída e sem muitos rodeios de roteiro e vai direto ao ponto.

Desta vez reencontramos o Panda Po (voz de Jack Black no original) e seus amigos no Vale da Paz. Após ter vencido Tai Lung no primeiro longa, Po continua o seu treinamento com o mestre Shifu (voz de Dustin Hoffman no original) e este revela a Po que ele deve encontrar a sua paz interior para prosseguir com o seu treinamento e se tornar um grande mestre do Kung Fu. Só que uma nova ameaça surge para colocar em risco não só a China como o próprio Kung Fu, pois Shen (voz de Gary Oldman no original) utilizando da tecnologia criada pelo seu povo pretende utilizar uma arma criada por ele para oprimir o povo Chinês e ter um império somente para si, após ter jurado vingança aos seus pais e ser expulso da corte após matar vários pandas para que uma profecia feita pela feiticeira da corte não se realizasse.

Partindo dessa premissa o filme segue com um roteiro coeso até o seu desfecho, e sem a carga filosófica do primeiro filme, este segundo tem o seu pilar mais forte nas cenas de luta e ação, e a violência das lutas não parece estar disfarçada dos olhos dos espectadores. Pelo visto os roteiristas optaram por um roteiro bem mais adulto para este filme e com mais cenas de ação.

Um técnica interessante foi utilizar recursos de animes para contar em flashback o passado de Po, e isso diferencia a ação que se passa no passado da ação que se desenrola no presente, além de dar um toque mais dramático a trama.

A trilha sonora é toda instrumental ao longo do filme e não há muitas novidades com o que já havia sido mostrado no primeiro filme.

Só que o grande destaque do filme é sem sombra de dúvidas o 3D, que desta vez foi utilizado a favor da animação, o roteiro foi pensado para este formato e tudo se encaixa. Os cenários tem belíssimas paisagens e a profundidade que o 3D possibilita as tornam mais belas. Mas existem vários momentos do filme em que objetos de cena ou os próprios personagens vem para fora da tela. Pode-se dizer então que Kung Fu Panda 2 é um filme para se assistir nesse formato e que realmente vale o ingresso.

Lógico que com tantas perfeições o filme teria que ter alguma imperfeição e essa está exatamente na última cena exibida no filme, nada contra deixar portas abertas para um terceiro episódio, pois dá a impressão que algo fica fora do roteiro basta prestar um pouco de atenção. Mas isso não é o suficiente para tirar toda a magia e a mensagem que esse filme tem para passar para o público.

Ao final da sessão o público não sai arrependido e tem a certeza de ter assistido a um bom filme de animação, com um 3D que realmente vale a pena e a certeza de em breve voltar mais uma vez para o Vale da Paz e quem sabe para um desfecho triunfal para uma série que não prometia nada em seu primeiro filme, tem um segundo filme excelente e nos resta torcer para um terceiro melhor ainda.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Crítica: X-Men - Primeira Classe

De tempos em tempos Hollywood tenta reciclar o que já foi feito anteriormente e dar uma nova roupagem a filmes que já ganharam as telas do cinema em anos anteriores. Primeiro foram os reboots que "reinventaram" algumas das franquias como "Batman", o não tão bem sucedido "Superman - O Retorno" e mais esta por vir. Porém uma nova moda esta surgindo em Hollywood a de contar as origens dos personagens e foi exatamente desta premissa que surgiu a idéia de contar a origem de certos heróis.

A primeira tentativa foi com "X-Men Origins: Wolverine" (EUA, 2009), onde a idéia principal era contar a origem do personagem Wolverine, desde a sua infância, passando pelo momento em que ele se torna a arma X e de como ele perdeu a sua memória. Porém o tiro saiu pela culatra e o filme que tinha tudo para dar certo é uma sucessão de equívocos que deixaram os fãs desapontados e parecia ser o final desta idéia.

Dois anos se passaram e a Marvel Studios e Fox resolveram colocar na tela um projeto muito mais ousado, pois após ter consolidado a franquia dos mutantes da Marvel no cinema com a trilogia X-men. Era hora de contar a origem daquela equipe e "X-Men: Primeira Classe" (X-Men: First Class, EUA 2011) surpreende a todos pela sua linha narrativa, roteiro e atuações que dão vida aos personagens.

O filme começa com a mesma cena que abriu o filme X-Men original de 2000, com Erik Lehnsherr ainda garoto sendo levado para um campo de concetração alemão e vendo os seus pais serem executados. Na próxima cena vemos Charles Xavier ainda menino encontrando uma outra mutante em sua casa e então ele acaba por acolhe-lá. Após essa introdução o filme avança para os anos 60 onde uma nova ameaça está surgindo, pois o mundo está a beira de uma guerra nuclear e quem está por trás desse plano é Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e líder do Clube do Inferno que quer utilizar a guerra para exterminar os humanos e o mundo se tornar somente dos mutantes.

Enquanto isso Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) já adulto começa a perseguir os seus algozes em várias partes do mundo, até conseguir encontrar o nazista que assassinou a sua mãe a sangue frio na sua frente. Em uma das suas viagens é que o seu caminho irá cruzar com o de Charles Xavier (James McAvoy), após esse último ser recrutado pela agente da CIA Moira McTaggert (Rose Byrne) para localizar e juntos tentarem neutralizar os planos de Shaw, mas este tem o seu próprio grupo de mutantes ao seu lado e é neste momento que Xavier percebe que se quiser enfretar Shaw deve recrutar o seu próprio grupo de mutantes e treiná-los.

Para colocar tudo isso na tela foi recrutado o diretor Matthew Vaughn, que já tinha dirigido o excelente "Kick Ass: Quebrando Tudo" (EUA,2010) e com um ótimo roteiro nas mãos e uma excelente direção de atores faz com que "X-Men: Primeira Classe" seja um filme que supera todas as expectatívas.

Como é um filme que trata de origens muitos que conhecem a história dos mutantes verão no filme como surgiram alguns dos apetrechos utilizados pelos personagens em filmes que se passam no presente, então iremos ver a criação do Cérebro (máquina utilizada pelo Professor Xavier para localizar mutantes), o primeiro Black Bird e entre muitos outros.

Porém o grande destaque do filme é sem sombra de dúvidas as atuações de James McAvoy e Michael Fassbender, como Professor Xavier e Magneto respectivamente, que tinham a responsabilidade de criar toda a base dos personagens que nos filmes anteriores foram interpretados por Ian McKellen (Magneto) e Patrick Stuart (Professor X). Os atores conseguem fazer isso e ainda prepararem os seus personagens para os próximos filmes da franquia que virão.

Os efeitos especiais estão mais modernos e com isso quem ganha é o público que pode ver na tela os mutantes utilizando os seus poderes em muitas cenas do longa, como na cena da Crise dos Mísseis Cubanos onde os mutantes de Shaw lutam contra os mutantes de Xavier e Erik.

Talvez o único ponto negativo do filme seja a mutante Emma Frost (January Jones), que apesar do figurino sensual de sua personagem, não soube dar vida a Rainha Branca do Clube do Inferno, como a personagem dos quadrinhos que se valia de sua sensualidade, aliada aos seus poderes de telepata para conseguir o que desejava dos seus inimigos. Porém esse pequeno detalhe não é suficiente para estragar todo o resto.

Ao que parece novamente a Fox e a Marvel estúdio tem nas mãos a oportunidade de começar uma nova franquia dos mutantes em uma época diferente, que irá deixar muitas portas abertas para as histórias que serão contatas a partir daí.

Porém o mérito maior do filme é tratar de uma questão que é presente no universo mutante, que é a questão das diferenças raciais entre humanos e mutantes, além dos mutantes aceitarem o que eles são. São esses mutantes que vão defender a humanidade dos mutantes que se viraram contra a mesma. E essa é a base de todas a história dos mutantes da Marvel.

No final o filme é um ótimo exemplar de que aliado a um bom roteiro e boas atuações dos atores é possível contar as origens dos personagens de forma que estes devem ser tratados e quem sai ganhando é o público. Agora é aguardar para que em um futuro próximo possamos ver nas telas uma segunda classe e quem sabe um filme que irá conectar a antiga geração de mutantes com a que todos nós conhecemos no filmes da trilogia original.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Crítica - Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas

Quando anunciaram que iriam fazer um filme baseado em uma atração da Disney para as telas do cinema e que esta atração seria o Piratas do Caribe, pensei que essa idéia não iria vingar e não passaria do primeiro filme.Porém esqueceram de contar que o protagonista do filme seria o excelente ator Jonnhy Depp e com ele a bordo ao lado de outros bons atores a franquia iria navegar nas telas por muito tempo.

E a franquia chega agora ao seu quarto longa e com fôlego ainda para muito mais e "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas" (Pirates of the Caribbean: On Strange Tides, EUA 2011) mantém o ritmo dos outros filmes da série e chega até ser melhor que o longo e demorado terceiro capítulo da série, que tinha quase três horas de duração.

No início do filme reencontramos o Capitão Jack Sparrow (Jonnhy Depp) em Londres, tentando livrar da prisão o seu amigo Gibbs que está sendo julgado por pirataria em uma corte inglesa. Porém não foi esse fato que levou Jack a Londres e sim os rumores de que ele estaria contratando uma tripulação para ir atrás da lendária Fonte da Junventude e quem assistiu ao terceiro filme, irá logo se lembrar da cena final onde o pirata estava de posse do mapa onde estava o caminho para a tal fonte, logo a ação desta vez deixa as águas caribenhas para ir para a Europa.

E após escapar das tropas do Rei George e descobrir que o pirata Hector Barbossa (Geofrey Rush) agora é um corsário a serviço da Coroa Inglesa. Jack então esbarra com Angélica (Penélope Cruz), uma mulher do seu passado, que está se passando por ele para contratar uma tripulação para ir atrás da Fonte da Juventude, porém sem Jack não seria possível chegar a fonte, pois ele conhece o ritual e o que deve ser feito para encontrá-la, a partir dai o pirata vai parar no Queen Anne's Revenge o navio de Barba Negra (Ian McShane), de quem Angélica diz ser filha e a partir dai ele não sabe quem deve temer mais o pirata ou Angélica.

Apesar de não ser mais dirigido por Gore Verbinsky (diretor dos três longas anteriores), a direção de Rob Marshall não compromete em nada o ritmo do filme, que continua a ter os mesmos elementos básicos dos anteriores e isso é sem sombra de dúvidas um dos grandes trunfos desse filme.

Saem personagens dos filmes anteriores e entram novos, o casal central que antes era formado por Will (Orlando Bloom) e Elizabeth (Keira Knightley), agora é formado pelo Reverendo Phillip (Sam Claflin) e Syrena (Astrid Berges-Frisbey), que não tem a mesma força do casal da trilogia anterior, porém não compromete a trama.

Devido e este fato o filme é todo de Depp, que usa e abusa dos trejeitos criados por ele para o personagem desde o primeiro longa e que a cada capítulo pode ser mais desenvolvido e explorado pelo ator, e são dele como sempre as melhores tiradas do filme e as melhores cenas de ação também.

Outro acerto do filme é que este apresenta uma história fechada e não como ocorreu no segundo longa da franquia que a história só iria acabar no terceiro filme. Lógico que pontas ficam soltas para preparar o público para o quinto longa da série que não deve tardar a chegar as telas do cinema.

A trilha sonora continua envolvente e pontua bem as cenas de ação do filme, além de já ser uma marca registrada da franquia.

A exibição em 3D Digital não acrescenta muito a trama, somente em algumas cenas como as das sereias e as cenas na Fonte da Juventude, ganham alguma vida com o recurso 3D, no mais o roteiro é tão bem desenvolvido que o público até esquece que esta assistindo a um filme em 3D.

Com todos esses fatores a seu favor o quarto longa da franquia mantém o ritmo dos anteriores e deixa as portas abertas para novas aventuras do Capitão Jack Sparrow nas telas do cinema. E aqui um aviso após os créditos existe uma cena escondida e está cena é mais um indício que uma quinta aventura está para acontece muito em breve.