sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Crítica - Megamente

A cada dia que passa os desenhos animados digitais ficam mais próximos do público adulto do que o público infantil e adolescente para os quais são realmente deveriam ser dedicados e "Megamente" (Megamind, EUA 2010) a nova aposta da Dreamworks para transformar em franquia, após o término de uma de suas franquias mais rentáveis com o capítulo final de Shrek lançado em 3D este ano.

A idéia central do filme é a eterna luta entre o bem e o mal, neste caso entre o herói Metro Man e a eterna tentativa do vilão Megamente em destruí-lo, e ai entram os bons e velhos clichês de qualquer filme de super-heróis, a mocinha é sequestrada, o vilão expõem o seu último plano para dominar a cidade e por fim coloca o seu plano em ação para destruir o seu arquirival. Porém para a surpresa de Megamente (dublado por Will Ferrell) ele consegue destruir o herói e após a sua "vitória" se vê sem ter o que fazer e este será a grande questão do filme.

Sem o seu arquirival por perto, Megamente tem a idéia de criar um novo herói para que ele possa voltar a sua rotina de vilão, porém o feitiço virá contra o feiticeiro e Titã que deveria ser o herói, se torna um supervilão e caberá a Megamente se tornar o herói, salvar a mocinha e a cidade

Para os pequenos pode parecer um pouco confusa a trama do filme e estes não irão entender a maior parte das piadas cheias de referências que o filme tem ao longo dos seus 92 minutos de duração. Já os adultos se divertem com o filme e ainda ganham de bonus o visual em 3D do filme, que não é um dos melhores já feitos para o cinema digital 3D, porém não compromente, pois o roteiro é um dos pontos altos do filme.

O filme tem um ritmo ágil como se exige de um filme de super heróis e as sequências de ação ganham um ritmo ainda melhor com o uso do 3D e a trilha sonora escolhida novamente de forma perfeita pela equipe do filme.

E a trilha sonora é sem dúvida alguma um dos grandes destaques do filme, que tem músicas que vão desde Guns'n'Roses (a ótima Welcome to the Jungle) até Michael Jackson (Bad), além da trilha sonora composta para o filme que se encaixa perfeitamente a ação que se desenrola na tela.

Como início de uma nova franquia a Dreamworks acerta em cheio e tem tudo para criar uma franquia de sucesso, como toda a introdução dos personagens principais já foi contada neste primeiro filme, os próximos se ocorrerem podem explorar ainda mais seus personagens e se os roteiristas quiserem explorar mais a trama terão a liberdade para faze-lo sem muito esforço.

No fim Megamente é um filme que agrada em cheio ao grande público, não só pelo 3D, mas pela trama muito bem escrita. Que a Dreamworks desta vez acerte em uma franquia e saiba parar quando for a hora, pois se não o fizeram nem os superpoderes e a genialidade de megamente poderão salvar a franquia.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Crítica - A Rede Social

O que se esperar de um filme que narra a história da criação de uma rede social na internet e torna os seus criadores bilionários da noite para o dia, antes mesmos deles completarem 30 anos de idade? Sem falar que o filme é narrado em flashback e o espectador tem que ir montando a história aos poucos para somente no final entender todo o contexto. Com essas premissas "A Rede Social" (The Social Network, EUA 2010) tinha tudo para ser um filme que não atrairia a atenção da crítica e ser mais um entre tantos filmes que tratam do tema internet.

Porém o filme acerta em todos os aspectos desde o roteiro, as atuações e chegando a direção perfeita de David Fincher e já está cotado para ser um dos grandes vencendores do Oscar em 2011.

O filme tem uma narrativa ágil desde a sua primeira cena, onde encontramos pela primeira vez Mark Zuckerberg (vivido pelo ator Jesse Eisenberg) conversando com a sua namorada Erica, em um bar próximo a universidade onde estudam, a conversa segue e ao final Erica rompe o namoro com Mark e é este fato que se torna decisivo para que Mark trace em sua mente os primeiros esboços para criar o Facebook.

Ao chegar ao seu alojamento Mark pede ao seu colega Eduardo Saverin (vivido pelo ator Andrew Garfield) que lhe de uma equação para que ele possa criar um site onde irá comparar garotas da faculdade, batizado de Facemash, e é devido a esta brincadeira que tem milhares de acessos em poucas horas e literalmente torna o fluxo de dados na universidade um caos que Mark irá chamar atenção de três alunos da universidade que irão lhe solicitar a criação de um site de relacionamentos o precursor do Facebook.

Após a primeira cena, o filme é contato todo em flashbacks, pois Mark será processado por três colegas de faculdade por "roubar" a idéia do Facebook e por Eduardo que se sente traído pelo amigo por ter sido o financiador da idéia e depois ser descartado, após Mark ser influenciado por Sean Parker (vivido por Justin Timberlake de forma perfeita) criador do Napster que já tinha tido problemas com a justiça e vê uma chance de ganhar algum dinheiro com a idéia do Facebook.

O filme é perfeito do início ao fim, mesmo tendo um roteiro ágil, a direção de David Fincher dá o ritmo certo ao filme e arranca atuações perfeitas de seus protagonistas.

A trilha sonora não compromete o filme e dá o ritmo certo a história que está sendo contada, até porque não há cenas de ação em "A Rede Social".

Ao final os espectadores terão a certeza de ter assistido a um dos melhores, senão o melhor filme do ano de 2010, que com certeza irá figurar em várias listas dos 10 mais ou 5 mais que surgem sempre nesta época do ano.

O próximo passo será o filme conseguir emplacar as suas seis indicações ao Globo de Ouro e dai será um passo para colocar na mão a tão desejada estatueta do Oscar. E não será surpresa se isso ocorrer, no caminho de "A Rede Social" estão dois filmes "Cisne Negro" (Black Swan, EUA 2010) e "O Discurso do Rei" (The King's Speech, Inglaterra 2010) e como a própria frase que promove o filme diz você não faz 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos, mas o filme tem de tudo para emplacar e levar a estatueta.