quinta-feira, 7 de junho de 2012

Crítica - Homens de Preto 3

Quando o primeiro filme foi lançado em 1997 trazia uma história que misturava comédia, ficção e aventura e isso tudo embalado com muitos efeitos especiais e a trilha sonora de Danny Elfman. O sucesso foi imediato e tudo indicava que uma continuação era mais do que certa, porém a mesma só viria a ocorrer cinco anos após o filme original e "Homens de Preto II" (M.I.B II, EUA 2002), chegava as telas com um roteiro mais fraco que o original e ainda prejudicado devido aos atentados com as Torres Gêmeas que fez com que o final do filme tivesse que ser todo refilmado, pois a cena final se passava naquela locação.

Tudo indicava que após o segundo filme não haveria mais nenhum filme para dar continuidade a série, porém 10 anos após o segundo filme e sem tomar partido da existência deste, "Homens de Preto 3" (M.I.B III, EUA 2012), chega as telas dos cinemas com uma história a altura do primeiro filme da série. Tudo começa quando um alienígena que foi preso pelo Agente K (Tommy Lee Jones) e enviado para uma prisão de alta segurança na Lua consegue fugir e jura se vingar pelos 40 anos que passou preso. Para isso ele viaja no tempo e mata o Agente K no ano de 1969 alterando a linha do tempo e fazendo com que a Terra sofra uma invasão alienígena no presente. Para impedir que isso ocorra o Agente J (Will Smith) deve voltar no tempo e se juntar ao jovem Agente K (Josh Brolim) e impedir que este seja morto por Boris, o Animal (Jemaine Clement).

O roteiro acerta em cheio ao voltar no tempo e colocar um ator mais novo para viver o Agente K no passado e revelar alguns segredos que ficaram escondidos até agora dos espectadores. Outro acerto do roteiro é utilizar a década de 60 como cenário para a maior parte da ação do filme e se utilizar do movimento Hippie como a base para as piadas sobre alienígenas, então entram em cena Andy Warholl e a sua The Factory, entre outras personalidades da época.

Porém as idas e vindas no tempo podem deixar alguns espectadores confusos, logo para isso foi criado um personagem, que apesar da pouca participação no filme, aparece nas horas certas para deixar tudo explicado e ninguém se perder na história, e o alienígena Griffin (Michael Stuhlbarg) é um dos melhores personagens já criados para a série até o momento, perdendo somente o posto para o cachorro alienígena dos dois primeiro filmes da série, que alias não aparece neste terceiro, porém é homenagedo em uma das cenas do filme.

Os efeitos especiais foram aprimorados nestes 15 anos que separam o primeiro filme deste, logo colaboram para dar mais dinâmica a trama e permitir sequências como as dos saltos no tempo e a da perseguição com as motos de uma roda.

E seria mesmo necessária uma versão 3D do filme? Na verdade o 3D é somente um aperitivo a mais que não compromente em nada a qualidade do filme. Lógico que algumas sequências ganham mais vida com os efeitos 3D como as dos saltos no tempo e a sequência final do filme, mas fora isso não comprometeria em nada em nada está sequência.

Ao final o público ficará satisfeito com o que viu e não precisará ter a sua memória apagada por um neuroralizador gigante em formato de Estátua da Liberdade, como feito ao final de Homens de Preto II, pois este filme trás de volta toda a originalidade do primeiro longa, acrescenta elementos a trama, não mostra piadas repitidas e sim cria novas situações, além de brincar com fatos históricos da recente história da humanidade e ainda tem tempo de criar cenas mais dramáticas.

Com tudo isso Homens de Preto III não é um filme caça-níquel para embarcar na onda do 3D e sim um filme que já deveria ter sido feito a algum tempo, porém a espera de 10 anos valeu a pena e se este for o último da série fecha com chave de ouro tudo que começou a 15 anos atrás.