quinta-feira, 24 de junho de 2010

Crítica - Kick Ass: Quebrando Tudo

Os filmes de super heróis voltaram com força total as telas dos cinemas no início da primeira década do ano 2000 com o sucesso de X-Men (X-Men, EUA 2000). Logo em seguida veio o sucesso de Homem-Aranha (Spider Man, EUA 2002) e após isso muitas outras produções vieram sejam elas mais cabeças como o caso do excelente Watchmen (Watchmen, EUA 2009) ou o surpreendente Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, EUA 2008) que deu uma nova vida a franquia do Homem Morcego nas telas, que após vários filmes equivocados nos anos 90, encontrou o equilibrio certo que os fãs tanto esperavam.

E no último dia 19/06 chegou as telas dos cinemas mais um exemplar de filmes de super heróis, que tem algo a mais a oferecer aos fãs das revistas em quadrinho deste gênero. O filme em questão é Kick-Ass: Quebrando Tudo (Kick-Ass, EUA 2009) que chega com o compromisso de ser um filme para redefinir algumas coisas ao gênero de filmes de heróis.

No início do filme o público é questionado pelo protagonista Dave Lizewski, vivido pelo ator Aaron Johson, porque nunca ninguém tentou se tornar um super herói e sair por ai combatendo o crime, e é a partir deste questionamento que Dave resolve colocar uma fantasia verde, se armar de dois tacos de baseball e sair por ai combatendo o crime com o alter ego de Kick-Ass.

Só o que Dave não sabe é que muito em breve o seu caminho irá cruzar com outros dois super heróis por puro acaso do destino. Estes heróis são Big Daddy (vivido pelo ator Nicolas Cage) e Hit Girl (vivida pela atriz mirim Chloe Moretz), que tem um acerto de contas com Frank D'amico, um gangster da cidade de Nova York, responsável por ter feito algo que prejudicou Damom McReady no passado e isso leva ao mesmo a criar o alter ego do Big Daddy.

O filme tem inúmeras referências ao universo dos quadrinhos e ao cinema contemporâneo, seja na eletrizante sequência final onde a Hit Girl participa de um intenso tiroteio ou nas citações aos quadrinhos que estão presente nos diálogos de muitos personagens.

A trilha sonora é outro atrativo a parte em Kick-Ass, mesclando rock, pop e música instrumental o filme ganha ainda mais qualidade na sua narrativa. Alias a narrativa e a montagem é outro ponto alto do filme, se lançando de vários recursos narrativos o diretor Matthew Vaughn (que também dirigiu o excelente, mas desprezado Star Dust - O Segredo da Estrela) dá ao filme o ritmo certo, seja se utilizando de uma história em quadrinho em 3D para nos contar o passado de Damom McReady ou nas trocas de cena onde se lança do recurso de colocar quadros com as palavras "Enquanto isso" entre outras para dar a impressão aos espectadores que estes estão lendo uma revista em quadrinho na tela grande.

Para completar o filme ainda tem o ator Christopher Mintz-Plasse mais conhecido do público pelo seu papel no filme Superbad - É Hoje (Superbad, EUA 2007), em que vivia o personagem McLovin. Em Kick Ass o ator vive o super herói Red Mist.

Um fato interessante do filme é que a internet e suas ferramentas são utilizadas para promover a imagem tanto de Kick Ass quanto de Red Mist, que utilizam por exemplo o MySpace para se auto promoverem, assim como o You Tube, site onde vai parar o vídeo da primeira aparição de Kick Ass. E essa linguagem escolhida pelo diretor ajuda a aproximar o filme do público.

Porém devido a sua violência explicita o filme ganhou censura 18 anos aqui no Brasil e vai ter o público bem limitado, visto que os adolescentes ficaram de fora desta vez. 

Mas mesmo assim o filme já tem uma sequência planejada para o ano de 2012 e Kick-Ass 2: Balls to the Walls já tem data de estréia marcada.

Se mantiver a qualidade a sequência terá tudo para superar o original e poderemos ver mais uma vez os "heróis" quebrando tudo, pois como o próprio personagem Kick Ass diz sem super poderes não há responsabilidades, qualquer semelhança com um outro herói não é mera coincidência.

domingo, 13 de junho de 2010

Crítica: O Escritor Fantasma

O diretor Roman Polanski tem em seu currículo filmes de diferentes gêneros que vão desde a comédia como é o caso de "Piratas" (Pirates, EUA 1986), o terror psicológico "O Bebê de Rosemary" (Rosemary's Baby, EUA 1968), o oscarizado "O Pianista" (The Pianist, EUA 2002) e o policial "Chinatown" (Chinatown, EUA 1974). Todos exemplares de bom cinema que se valem muito a partir da atuação dos atores. 

Afastado do cinema desde a sua adaptação de "Oliver Twist" (Oliver Twist, EUA 2005) devido a problemas com a justiça o diretor parece ter planejado a sua volta as telas com muito cuidado. E  "O Escritor Fantasma" (The Ghost Writer, EUA 2010) não é só dirigido, mas tem o roteiro assinado pelo diretor.

A premissa do filme é simples, após a morte do escritor fantasma do ex-primeiro Ministro Britânico Adam Lang, vivido de forma correta pelo ator Pierce Brosnan. Um outro escritor fantasma deve ser contratado para terminar o trabalho na biografia de Adam Lang. Esse trabalho recai então para um jovem escritor inglês vivido pelo ator Ewan McGregor, pelo trabalho este irá receber a soma de US$ 250.000,00 e conforme a editora tem um mês para terminar o trabalho.

Só que o que parecia um trabalho simples se torna cada vez mais perigoso, pois a medida que o escritor fantasma avança nos trabalhos, vai descobrindo certas coisas sobre o passado de Lang que  irão torná -lo alvo de pessoas poderosas dos altos escalões do governo. E para complicar um pouco mais o próprio Lang esta sendo acusado de crimes de guerra por políticos do governo Britânico, que querem levá-lo para um tribunal.

O roteiro tem o grau de suspense perfeito e prende o espectador do início ao fim, as reviravoltas e revelações a medida que a trama avança ocorrem na hora certa e até o último segundo quando tudo é revelado ao público e a trama toda se encaixar de maneira perfeita se tem a certeza  de que Polanski planejou cada segundo da trama.

A fotografia é um ponto alto do filme, assim como os cenários utilizados, sejam nas cenas externas em uma ilha isolada nas imediações de Nova York ou na mansão que Lang mora na mesma ilha. Todo esse clima da o tom certo de suspense a história que está sendo narrada.

Os atores também são bem dirigidos por Polanski, apesar de Pierce Bronsnan ser um dos protagonista tem pouco tempo na tela, mas as suas aparições são perfeitas, por outro lado Ewan McGregor cada vez mais se mostra um ator maduro e que pode assumir papéis um pouco mais complexos do que os que vinha fazendo antes.

Todas essas qualidades faz do filme uma ótima opção para quem quer assistir a um filme de qualidade nas telas dos cinemas. Pena que mais uma vez os distribuidores brasileiros tenham escolhido o momento errado para lançar o filme nas salas de cinema do país. Pois com toda certeza apesar de ser um excelente filme de suspense e cinema de qualidade irá ser ofuscado por príncipes persas, titãs em fúria, vampiros, lobisomens e outros blockbusters do verão americano.

sábado, 12 de junho de 2010

Crítica - Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Normalmente o que ocorria era o caminho inverso um filme de sucesso tinha que virar não só video game, mas como toda uma meca de produtos que levavam a sua marca. Porém como no mundo dos jogos eletrônicos de hoje as histórias dos mesmos estão cada vez mais elaboradas e cinematrogáficas não seria muito difícil boas histórias migraren da telinha para o telão do cinema. E foi exatamente esse o caminho percorrido pelo filme "Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo" (Prince of Persia: The Sands of Time, EUA 2010).

É verdade que o personagem apareceu pela primeira vez em um jogo de computador no já distante 1989, o objetivo do jogo era simples, o jogador tinha uma hora, nem mais nem menos para salvar a vida de uma princesa e provar a sua inocência. Na época o jogo impressionava pelos movimentos fluídos do personagem e o desafio que propunha aos jogadores de terminar a aventura a tempo. Com o sucesso, como já era de se esperar vieram várias sequências para o jogo, porém nenhuma conseguiu superar o original. E o personagem acabou caindo no esquecimento. Isso até 2003 quando a Ubisoft resolveu dar uma repaginada na personagem e trazer uma aventura para realmente superar em todos os aspectos o jogo de 1989. Usando recursos 3D e uma trama interessante o Príncipe Dastan (vivido nas telas pelo ator Jake Gyllenhall - em seu primeiro blockbuster) ganharia novamente o interesse dos jogadores. O sucesso do jogo então gerou mais duas continuações "The Warrior Within" (2004) e "The Two Trones" (2005) o desfecho da trilogia.

Então o caminho natural seria levar as aventuras do Príncipe Dastan para as telas dos cinemas e lógico em formato de Blockbuster. É verdade que a escolha de Gylenhall para viver Dastan não agradou a alguns, mas o ator não compromete e vive o personagem de forma correta, sem exagerar na atuação. Ao seu lado ainda está a estrela em ascenção Gemma Arterton, Ben Kingsley e Alfred Molina (sem dúvida em uma atuação impagável e são dele os melhores momentos do filme).

A trama segue o mesmo enredo do jogo, acusado de traição e assassinato Dastan deve fugir do palácio para provar a sua inocência, na fuga ele leva consigo um poderoso artefato - uma adaga - concebido aos humanos pelos Deuses e de quebra a princesa Tamina ainda segue junto com ele. Lógico que nada será fácil para Dastan que tem em seu encalço ainda um horda de assassinos conhecidos como Hassassins que querem se apoderar da adaga para entregá-la a pessoa que os contratou.

Entre uma cena de ação e outra sobre tempo para que a fotografia mostre belas paisagens dos desertos e do oriente. Alias os cenários são de encher os olhos e tudo foi muito bem cuidado, assim como o figurino que recria muito bem o antigo oriente.

A direção de Mike Newell não compromete e é correta, dando sempre o toque certo nas cenas de ação. Porém não espere nenhuma cena de ação grandiosa, pois não há sequências assim no filme, as cenas que mais chamam a atenção são as que Dastan usa a adaga para reverter o tempo e alterar o passado, destaque aqui para a cena do ataque das víboras ao acampamento.

Se tudo correr como o esperado ainda veremos mais duas aventuras do Príncipe da Pérsia nas telas, isso se Hollywood não colocar o personagens em mais filmes, histórias originais e reboot. Porém nada foi anunciado até o momento. É esperar para ver.