domingo, 27 de dezembro de 2009

Crítica - Sempre ao Seu Lado

Qual é o valor de uma verdadeira amizade? O que um amigo verdadeiro é capaz de fazer pelo próximo? Existem amizades verdadeiras? É comum se questionar sobre essas e muitas outras perguntas quando o assunto é a amizade. Só que a amizade em questão em "Sempre ao Seu Lado" (Hachiko - A Dog's Story, EUA 2009, no original) é entre um professor de música e um cachorro da raça Akita.

O filme começa em um mosteiro no Japão onde um filhote da raça Akita é colocado em uma gaiola para ser enviado para alguém nos EUA. Enquanto os créditos iniciais ainda estão passando acompanhamos a jornada do filhote até chegar a uma estação de trem nos EUA, só que a gaiola onde ele está cai acidentalmente no chão e se quebra e este se vê perdido no meio de vários passantes, e é neste momento que o Professor Parker (Richard Gere) encontra o filhote e resolve levá-lo para casa. Porém Parker terá que convencer a esposa Cate (Joan Allen) a deixá-lo ficar com o filhote.

O tempo vai passando e a amizade entre e Parker e Hachi - nome pelo qual o cãozinho é batizado após o amigo de Parker que é japônes traduzir o que está escrito na coleira do cachorro - vai se desenvolvendo a ponto da lealdade do cão levar Parker na estação de trem para ir trabalhar e estar de volta as 17:00 hs para pegá-lo na estação na volta do trabalho e isso vira um rito diário. E todos na cidade passam a conhecer a rotina de Hachi e ficam impressionados com a lealdade do cão para com o seu dono.

Só que o destino tem outros planos para a amizade de Parker e Hachi, quando Parker morre durante uma de suas aulas de música na faculdade, só que nem isso irá impedir Hachi de ir todos os dias a estação esperar pela volta de seu dono.

Dirigido de forma correta por Lasse Hallströn, que tem em seu currículo filmes como "Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador" (What's Eating Gibert Grape, EUA 1993) e "Regras da Vida" (The Cider House Rules, EUA 1999), o filme segue a mesma linha de narrativa dos trabalhos anteriores do diretor que vai aos poucos fazendo com que o espectador se envolva na história e desenvolva uma certa afeição pelos personagens.

O filme é contato em formato de flashback pelo neto de Parker, logo isso faz com que os espectadores já deduzam de antemão algumas das coisas que irão ocorrer ao longo dos 88 minutos de duração do longa - aqui outro acerto do diretor em não se prolongar muito para narrar a história.

Mesmo tendo tirado o foco narrativo do Japão - onde o verdadeiro Hachi viveu nos anos 20 e 30 do século passado - e levado a ação para os dias atuais nos EUA o roteiro por tratar de um tema universal que é a amizade não perde a sua força ao longo da narrativa.

A trilha sonora também dá o tom certo ao filme contribuindo para os momentos mais emotivos do longa.

Por tratar de um tema universal é quase impossível não se emocionar em algumas partes do longa e deixar por escapar uma lágrima ou outra. Afinal lealdade e amizade verdadeiros são difíceis de se encontrar nos dias de hoje onde cada vez mais ganância, injeva e competitividade são sentimentos que estão cada vez mais presentes nos corações dos homens, porém para um cão esses são sentimentos que não existem, restam a eles a amizade e a lealdade aos donos até os últimos dias de suas vidas.

Um filme cativante que com certeza irá conquistar o público com a sua narrativa e a mensagem de amizade deixada pelo longa.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Crítica - Avatar


Desde a sua criação existem momentos no cinema que são verdadeiros divisores de águas e depois de certo acontecimento nada mais será como antes. Foi assim com a introdução dos filmes sonoros, depois com a introdução das cores, som estéreo, som digital e chegado o século XXI a projeção em 3D Digital e novamente o cinema vive um momento único como os citados acima , pois ao entrar em cartaz "Avatar" (Avatar, EUA 2009) o cinema 3D Digital nunca mais será o mesmo e o dia 18/12/2009 entrará para a história da sétima arte.

No primeiros minutos de projeção, nenhuma surpresa somente cenas com profundidade nunca antes vistas e uma imagem nítida introduzem alguns personagens e dão explicações rápidas do que está por vir pela frente. Mais alguns minutos se passam e os espectadores são levados ao planeta Pandora e apresentados a sua fauna e flora, e é neste momento que o filme projetado por James Cameron passa a mostrar o porque de ser um exemplar único em projeção em 3D, ao emergir literalmente o espectador na ação.

Os espectadores realmente são envolvidos pela fauna e flora do Planeta Pandora, tudo em Avatar é superlativo, e cada centavo dos milhões gastos no filme (dizem ter sido mais de US$ 400 milhões) fazem jus a este mega orçamento e a Fox novamente tem nas mãos um filme que irá levar multidões aos cinemas e com grandes chances de desbancar Titanic nas bilheterias.

As cenas nas florestas de Pandora, os insetos que a todo momento saem dos arbustos, as folhas que não param de se mexer e de cair sobre a platéia todo o cenário contribui para emergir os espectadores na ação e realmente somos levados para aquele mundo fantástico e peculiar, como nenhum outro filme foi capaz de fazer antes.

Eu particularmente havia lido já muito sobre o filme e tenho certeza que não só as minhas expectativas quanto a de milhões de pessoas ao redor do mundo, que esperaram o ano inteiro para assistir a esse filme foi literalmente satisfeita, pois o filme realmente é magia em 3 dimensões.

Mas será que tudo em Avatar é perfeito? Não. Tecnicamente ele é um filme encantador, porém o roteiro não condiz com a grandiosidade do filme.

Simplório e previsível em todos os aspectos o roteiro de Avatar é corriqueiro, ao contar para o público a história do fuzileiro naval Jake Sully que é convocado para o programa de Avatares. Sua missão é simples se infiltrar na comunidade Na'vi (os nativos de pandora) coletar informações e repassa-las para as suas tropas no intuíto de fornecer a localização de um minério raro que vale 20 milhões de dólares o kilo. Só há um porém, que o tal jazida das tão cobiçadas pedras, estão exatamente abaixo de uma aldeia Na'vi. Porém conforme Rosseau dizia na sua teoria do bom selvagem que "o homem nasce bom e é a sociedade que o corrompe", os Na'vi terão que se tornar um povo guerreiro para combater os invasores - conhecidos como Povo do Céu - e retornar a paz a Pandora.

A trilha sonora é correta e Howard Shore não decepciona, criando músicas que criam a ambientação perfeita para a ação.

O elenco conta com Sam Worthington (O Exterminador do Futuro - A Salvação), Zoe Saldana (do novo Star Trek), Michelle Rodriguez, Singorney Weaver e Giovanni Ribisi. Com boas atuações o elenco não compromete a narrativa, tendo sido dirigido de forma correta por Cameron, mesmo com um roteiro simplório nas mãos.

Cameron definitivamente criou um novo mundo, com diversas possibilidades ainda a serem exploradas, novas histórias para serem contadas e quem sabe levar o público a revistar Pandora e todo o visual fantástico daquele mundo mais algumas vezes. Será difícil não querer voltar a sala de cinema para rever o filme, tamanha é a sua perfeição técnica, alias foram 11 anos desenvolvendo todo o aparato para Avatar se tornar realidade.

Realmente um marco da história do cinema, que entrará definitivamente em um seleto hall que somente algumas obras tem o direito de permanecer e Avatar com todos os méritos tem direito ao posto, pois se Cameron já era o "Rei do Mundo" agora ele é sem dúvida nenhuma o "Rei de Pandora".

sábado, 12 de dezembro de 2009

Crítica - A Princesa e o Sapo

Com a chegada das novas tecnologias e os desenhos animados todos passando a serem feitos por computador, parecia ser quase impossível para a animação tradicional ter espaço novamente em um mercado cada vez mais ávido pelos mundos virtuais em 3D. Porém como para a Disney nada é impossível e basta somente acreditar que as coisas irão funcionar ela aposta as suas fichas novamente na animação tradicional e nos dá um conto de fadas moderno como a muito tempo não se via nas telas cinemas.

Aliando um roteiro eficiente, música de primeiríssima qualidade (estamos falando de jazz, precisa dizer algo mais?) e resgatando toda a magia que a Disney sempre teve em seus clássicos, o estúdio dá ao público um filme mágico em todos os sentidos e "A Princesa e o Sapo" (The Princess & The Frog, EUA 2009) é um encanto só. Não falo isso por ser fã da Disney e procuro ser sensato nas minhas críticas julgando realmente o filme em todos os aspectos.

O filme começa com Tiana ainda criança escutando de sua mãe uma história sobre a princesa que beija um sapo e este se torna um príncipe encantado se casando com a princesa posteriormente. Um pouco mais a frente somos apresentados ao pai de Tiana que trabalha duro para manter a sua família, mas mantêm o sonho de montar o seu próprio restaurante e ensina a Tiana que o maior poder para a realização de um sonho está dentro do coração de cada um de nós e só assim esses se tornam realidade.

Os anos passam e encontramos Tiana já adulta e determinada a cumprir o sonho de seu pai que já não está mais entre ela e sua mãe. Ao mesmo tempo chega a cidade o Príncipe Naveen que deve arrumar uma noiva rica e se casar. É neste momento que cruza o caminho de Naveen o vilão da história, o Homem das Sombras (tradução em português para o personagem Dr. Facilier) que é um mestre voodu que se vale da magia negra para dominar a cidade e pagar a sua dívida com os espíritos malignos.

Naveen então é enganado pelo Homem das Sombras que o transforma em sapo e ainda é traído pelo seu assistente, que devido aos anos de humilhação vê a chance de ser rico caso o pacto que sela com o vilão venha a ser cumprido.

Lógico que Naveen esbarra em Tiana e a confunde com uma princesa, só que está também é transformada em sapo após o beijo que supostamente quebraria o feitiço do Homem das Sombras, logo os dois irão ter que colaborar um com o outro se estes quiserem ser humanos novamente.

E mais um acerto da Disney em relação ao longa é colocar tudo o que deu certo nos filmes anteriores do estúdio neste daqui. Sem contar nas homenagens aos filmes clássicos da Disney que estão espalhados por todo o longa. Basta reparar na estante de bonecas na primeira cena onde Tiana escuta a história as princesas dos outros filmes da Disney estão lá, ou mesmo no molde que a mãe de Tiana usa para costurar, é o mesmo que estava presente em Cinderela, ou nos carros alegóricos no desfile de Carnaval pelas ruas de New Orleans... e mesmo a Pequena Sereia Ariel aparece representada no filme na cena do baile de máscara... homenagens justas para os filmes responsáveis por todo o sucesso do estúdio ao longo de todos esses anos.

Os personagens secundários criados para auxiliar Naveen e Tiana em sua jornada são igualmente cativantes e os destaques ficam por conta do jacaré tocador de jazz Louis e do vaga lume Ray.

As sequências musicais também estão presente no longa e caem como uma luva na narrativa, antes isso só havia ocorrido com o "Rei Leão" (The Lion King, EUA 1994) que teve a sua trilha composta por Elton John e isso já fazem 15 anos.

Unindo uma história correta com muitas mensagens - tradição Disney neste segmento - o filme encanta a plateia e mostra que a animação 2D ainda tem muito a ser explorada e que possibilidades é que não faltam.

A palheta de cores escolhida para retratar a cidade de New Orleans e os pântanos (onde a maior parte da ação se passa) são perfeitas, e não comprometem os belíssimos cenários desenhados para o filme.

Ahh e lógico que não poderia faltar a estrela sempre brilhante no céu batizada de Evangeline para a qual os personagens sempre se voltam para pedir por ajuda nos momentos mais difíceis.

E como diria Walt Disney em uma de suas célebres frases "O sonho da Disney nunca irá estar completo enquanto houver a imaginação humana". E parece que o sonho está muito distante de acabar e resta ao público somente desejar para uma estrela brilhante no céu que outros filmes deste mesmo quilate e magnitude sejam produzidos e que os magos da Disney voltem a nos levar para mundos cada vez mais mágicos, cheios de sonhos e fascinantes.

No final da projeção o público irá sair do cinema com a certeza que cabe somente a cada um nós realizar cada um dos nossos sonhos sejam eles quais forem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Documentário - A Todo Volume

Parece que cada vez mais bons documentários entram em cartaz nas telas dos cinemas criando assim um vínculo maior entre o grande público e esse gênero que anda reduzido aos circuitos de arte e ao fiel público que frequenta esse circuito mais fechado.

No último dia 02/12 resolvi assistir "A Todo Volume" (It Might Get Loud, EUA 2008) no Vale Open Air e para minha surpresa o filme é uma verdadeira aula de música e para aqueles que apreciam rock, um encontro de três guitarristas que cada qual com o seu estilo ao longo do filme vão contando ao público toda a sua trajetória até os dias atuais.

The Edge (U2), Jimmy Page (Led Zeppelin) e Jack White (White Stripes) se reunem em um galpão para trocarem experiências sobre como tocar e tirar os mais diferenciados acordes da guitarra elétrica.

É a partir dai que cada um vai contar ao público toda a sua trajetória e compartilhar experiências sobre como foram desenvolvendo ao longo dos anos o estilo único de cada um. Jack White recorda os tempos em que ganhou o seu primeiro violão e começou a se ingressar no mundo do rock. Por sua vez Jimmy Page recorda o que levou o Led Zeppelin a gravar em uma mansão em meio a uma paisagem bucólica inglesa e como aquilo ditou novos rumos para algumas bandas da época a fazerem o mesmo. E por fim acompanhamos The Edge até o local onde o U2 fez as suas primeiras apresentações em uma laje que ficava atrás de um colégio nos arredores de Dublin.

O filme prossegue alternando as recordações dos músicos e as suas discurssões sobre os vários estilos de se tocar a guitarra elétrica. É um verdadeiro presente ver os três tocando juntos e o respeito que um tem pelo outro na arte do ofício.

Ao fim do filme o público presente não teve como não aplaudir o documentário do diretor Davis Guggenhein e de quebra durante os créditos finais ganhar uma palinha dos três tocando ao violão uma canção em formato acústico, coisa de quem domina a arte. E fica aqui a torcida para que este filme entre em cartaz nos cinemas para que um público maior possa ter acesso a ele.

No caso deste filme temos a definição do que realmente é música para ver e ouvir e a todo volume.

domingo, 29 de novembro de 2009

Pré Estréia - O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

Terry Gillian já havia se aventurado pelo cinema fantástico antes só para citar o excelente "As Aventuras do Barão de Munchausen" (The Adventures of Baron Munchausen, EUA 1988) ou no espetacular e surpreendente "Os Dozes Macacos" (Twelve Monkeys, EUA 1995). Com esses filmes e alguns outros no curriculo o diretor egresso do grupo de humor inglês Monty Phyton faz um filme que beira a perfeição em termos de cinema fantástico e "O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus" (The Imaginarium of Doctor Parnassus, EUA 2009) é um excelente exemplar deste tipo de cinema.

Com uma premissa simples, porém eficiente Terry Gillian nos apresenta a um grupo de teatro mambenbe que vive nas ruas de Londres a procura de pessoas que ousem a entrar no imaginário do Dr. Parnassus (vivido por Christopher Plummer), logo ficamos sabendo que o motivo para essa busca do Dr. e sua trupe por essas almas, nada mais é devido a um antigo pacto que este tem com o Sr. Nick (Tom Waits) que é ninguém menos que o diabo. O trato iria conceder ao Dr. Parnassus a vida eterna, ter o amor de sua vida e entregar a sua bela filha Valentina (vivida pela atriz Lili Cole) quando esta completasse 16 anos de idade.

Porém o Sr. Nick propõem uma nova aposta ao Dr. Parnassus dando a chance deste salvar a alma de sua filha, em três dias quem coletar primeiro cinco almas vence a aposta e o Sr. Nick teria que liberar Valentina.

É neste momento que a trupe resgata Tony (Heath Ledger) - o ator morreu durante as filmagens e a maneira encontrada por Gillian para substitui-lo não por um mas por três atores foi perfeita e coisa de quem realmente entende de cinema - e este se junta a trupe, só que não estava nos planos do Dr. Parnassus que este iria se apaixonar por Valentina despertando o ciúme em Anton (Andrew Garfield), que nutre uma paixão secreta pela garota.

Visualmente é um filme muito bem fotografado, principalmente nas cenas que se passam dentro do imaginário, nada exagerado e na medida certa. E as cenas que se passam em Londres mostra as partes mais sujas e decadente da cidade e com isso Gillian consegue passar a idéia de que aquela trupe vive a beira da sociedade.

As cenas em que Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell vivem Tony, sempre dentro do imaginário se encaixam perfeitamente na história e não comprometem a narrativa e muito menos o trabalho que vinha sendo realizado por Ledge, antes da sua pré-matura morte. Ao contrário garantem cada um ao seu estilo de atuação enriquecer ainda mais o personagem.

Outro destaque do filme é o ator Verne Troyer, o anão que vive o fiel companheiro e conselheiro do Dr. Parnassus e são dele as melhores tiradas do filme. O personagem é uma espécie de consciência do Dr. e esta sempre pronto a retirá-lo das armadilhas preparadas pelo Sr. Nick.

Com uma direção eficiente, um roteiro inteligente e uma fotografia perfeita, o filme cativa o público que aos poucos vai entrando na história e fica intrigado para saber como tudo aquilo vai acabar. Confesso que eu mesmo fiquei surpreendido com a qualidade do filme e tenho certeza que Terry Gillian atingiu a maturidade em filmes fantástico.

E como um dos personagens mesmo diz lá pelas tantas quando é indagado que se é possível ter um final feliz... "isso nós não podemos garantir", pois cabe a cada um de nós escrevermos esse final feliz para nós mesmo a nossa maneira nas nossas vidas. Afinal qual é o final feliz perfeito para cada um?

Pré Estréia - O Fantástico Senhor Raposo

Wes Anderson é um diretor singular que se aventura por vários gêneros em seus filmes, mas sempre mantendo o sua marca registrada que é o humor ácido e com piadas inteligentes. Depois de realizar os excelentes "Os Excentricos Tenebauns" (The Royal Tenebauns, EUA 2001), "A Vida Marinha por Steve Zissou" (The Life Aquatic with Steve Zissou, EUA 2004) e "Viagem a Darjeeling" (The Darjeling Limited, EUA 2007), chegou a vez de Anderson convocar os atores que sempre trabalham com ele e inovar mais uma vez com o excelente "O Fantástico Senhor Rapouso" (The Fantastic M. Fox, EUA 2009) e detalhe é uma animação em stop-motion.

Com um roteiro inteligentíssimo, ritmo ágil e um humor ácido no ponto certo, Anderson realiza uma animação para adultos que coloca muitos temas do cotidiano representados nas personages.

Tudo começa quando o Sr. Rapouso (dublado por George Clooney) junto com a Sra. Rapouso (dublada por Meryl Streep) seguindo os seus extintos planejam roubar alguns frangos de uma granja local, porém acabam por ficar presos em uma armadilha e é neste momento que a Sra. Rapouso anuncia que esta gravida e pede ao marido para se eles sairem da armadilha ele ira arrumar um emprego e irá sair da vida de "crimes".

O tempo passa e o Sr. Rapouso esta insatisfeito com seu trabalho e com as suas posses materiais, é ai que ele resolve se mudar para uma árvore maior, mas já com a intenção de dar o seu último grande golpe. Com a ajuda do zelador de prédio ele elabora o seu plano e o coloca em execução e neste meio tempo ainda tem que receber em sua casa o sobrinho Kristofesson que é tudo o que ele queria que o seu filho Ash fosse. E aqui Anderson coloca mais uma vez os temas explorados em seus filmes anteriores, mas com muita competência.

É claro que o grande golpe do Sr. Rapouso da errado e ele acaba por colocar toda a sua família e seus amigos em perigo, pois os fazendeiros resolvem revidar e colocam em prática uma verdadeira operação de guerra para capturar o Sr. Rapouso e companhia.

Outra qualidade do filme é que os bonecos assumem os trejeitos dos atores que emprestam a sua voz para cada um dos animais, logo os trejeitos de Clooney foram incorporados ao Sr. Rapouso, assim como os trejeitos de Meryl Streep (que dá um show na dublagem), o elenco de dubladores ainda conta com Bill Murray (Badger), William Dafoe (Rat) entre outros, todos perfeitos.

Semelhanças com a "A Revolução dos Bichos" (livro de George Orwen) até existe, mas são poucas, pois o que se ve na tela é exatamente cada raça seguindo os seus extintos, enquanto os humanos não poupam esforços em promover uma verdadeira guerra contra o Sr. Rapouso e companhia, estes por sua vez querem levar uma vida digna e sem discriminações.

Wes Anderson convence com a sua primeira animação em stop motion e revela que tem talento para a coisa, a cena em que o Sr. Rapouso e os outros animais roubam as fazendas como uma vingança é cheia de sutilezas, sem contar os discursos do Sr. Rapouso a mesa... perfeitos e sutis.

No mais é uma animação para gente grande e amantes da sétima arte, que não vai agradar ao público em geral, pois o que vemos na tela tem a marca registrada do diretor humor ácido na medida certa e muitas metáforas bem ao seu estilo. Um filme que merece ser visto e apreciado como arte, pois o trabalho do diretor é exatamente esse arte.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Crítica - Lua Nova

Qual a receita para se fazer um filme de vampiro teen? Primeiro junte atores com rostos bonitinhos, torne os vampiros vegetarianos (isso mesmo eles não mordem ninguém) adicione a receita alguns quilos de pancake (quanto mais melhor) e lobisomens de peito nú sob a chuva densa... pronto esta feito "Lua Nova" (New Moon, EUA 2009) que consegue ser tão lento quanto o seu antecessor "Crepúsculo" (Twilight, EUA 2008).

O filme começa do mesmo ponto onde o seu antecessor parou e o público reencontra o casal Bella e Edward conversando sobre o seu relacionamento - o mesmo papo chato que permeia todo o primeiro capítulo - e de como Edward pode ser perigoso para ela e isso tudo no dia do aniversário de 18 anos de Bella.

É neste ponto que Alice resolve fazer uma festa para comemorar o aniversário de Bella na casa dos Cullen, porém um incidente ao abrir um de seus presentes faz Bella se cortar e despertar em Jasper - um dos irmãos de Edward - a sua vontade por sangue humano, mesmo sendo contra a tradição dos Cullen tomar sangue humano. Edward se vê obrigado a defender Bella de Jasper e daí irá se questionar se ele também não é uma ameaça a vida de Bella.

Edward então toma a decisão de deixar Bella, esta por sua vez fica inconsolada e se isola do mundo por alguns meses. Após o período de reclusão Bella acaba por se envolver com Jacob Black (que por sua vez também esconde um segredo) e este por sua vez que já nutria uma paixão por Bella vê a chance de te-la ao seu lado uma vez que Edward se foi.

Se o foco do primeiro capítulo eram os vampiros, quem ganha espaço neste segundo capítulo da saga são os lobisomens, mas nem mesmo essa mudança de foco garante um ritmo melhor ao filme que se mostra tão lento quanto o seu antecessor.

Mesmo a mudança de direção que ficou a cargo de Chris Weitz (A Bússola de Ouro) não imprime um ritmo melhor ao filme, se igualando ao mesmo ritmo do seu antecessor e sem acrescentar maiores novidades a trama.

A atuação dos atores não ajuda a imprimir ritmo algum ao filme e as atuações beiram ao risível em algumas cenas, principalmente na cena do sonho de Bella e Edward na floresta.

O filme segue lento e com os questionamentos de Bella sobre com quem deve ficar até a sua parte final. Quando Edward resolve ligar para Bella... e ele esta nada mais nada menos escondido em uma favela do Rio de Janeiro (deve ser o local preferido para um vampiro se esconder). E na cena seguinte já está na Italia se entregando aos seus antepassados... e ai o filme assume o seu lado Romeu e Julieta, com Bella indo atrás do seu amado para resgatá-lo dos clã dos Volturi.

Tudo no filme soa previsível e os flashbacks com cenas de Crepúsculo não ajudam em nada na narrativa, desta vez até a aparição dos vampiros malvados do primeiro longa se mostra totalmente fora do contexto da narrativa do filme e nada vem a acrescentar.

No final das contas, "Lua Nova" se mostra tão burocrático e lento quanto o seu antecessor e o seu roteiro segue a mesma receita e não acrescenta nada a trama, fora pífias e obvias revelações. É um filme totalmente dedicado ao público adolescente feminino e nada mais que isso.
Os efeitos especiais não chamam tanta atenção e nem as transformações dos homens em lobos chama muita atenção.

Poderia ser um filme melhor que o anterior se não fosse o roteiro lento e a ausência de surpresas na trama central. Outro erro do filme é a trilha sonora teen que não acrescenta nada a trama.

No mais o espectador que for atrás de um filme de vampiros vai levar gato por lebre... ou melhor vampiro por lobo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cult - Deixe Ela Entrar

Em tempos em que os vampiros se tornam bonzinhos, não sugam o sangue de humanos e as telas de cinema são invadidas por Edward Cullen e companhia. Um filme vindo da Europa - para ser mais preciso da Noruega - resolve tratar o tema vampirismo como esse merece realmente ser tratado. E Deixe Ela Entrar (Lat den Rätte Komma in, Noruega 2008) tem tudo o que o gênero tem a oferecer de melhor e é tratado de forma séria.

A premissa do filme é simples e não leva muito tempo para que a história se desenrole. Logo no início da projeção os espectadores são apresentados a Oskar um garoto solitário que é o saco de pancada da escola, filho de pais separados e que não tem muita a atenção dos mesmos. E logo em seguida somos apresentados a Eli a vizinha de Oskar também solitária, porém não por opção e sim por sua condição se ser uma vampira e necessitar de sangue humano para sobreviver.

Uma onda de bizarros assassinatos começa a assolar a pequena cidade e logo os mesmos tomam conta das manchetes dos jornais locais. Não há segredos no filme e logo ficamos sabendo que o "pai" de Eli é o autor dos assassinatos que tem por objetivo colher sangue das vítimas para alimentar Eli.

É neste ponto que Oskar começa a observar Eli e tentar uma aproximação da garota, o que Eli evita no início vai se transformando em uma atração pelo menino a cada encontro do jovem casal.

A fotografia também não decepciona e o cenário sempre coberto com a camada espessa de neve dá o tom de solidão exato que os personagens vivem em seus cotidianos.

Aos poucos a amizade de Oskar e Eli vai aumentando e chega o momento de Oskar encarar a verdade sobre a sua amiga, enfrentar o valentão da escola e tomar uma decisão que pode mudar os rumos da sua vida.

Com boas atuações, um roteiro eficiente e uma direção de atores muito bem conduzida, o filme se sobressai a todos os seus companheiros do mesmo tema. Pena que está reduzido a duas míseras salas aqui no Rio de Janeiro. Porém na disputa com o aclamado "Lua Nova" (continuação de Crepúsculo) que trata do mesmo tema, "Deixe Ela Entrar" ganha a disputa com méritos e coloca os vampiros da saga escrita por Stephanie Meyer no seu devido lugar e mostra com quantos caninos se faz um filme de vampiro, inteligente, sutil e ao mesmo tempo sedutor como o tema pede.

domingo, 15 de novembro de 2009

Comentários - 2012 (por Márcia Bezerra)

Parece que está virando uma tradição aqui no Blog os comentários sobre as críticas dos filmes aqui postados, desta vez os comentários ficaram a cargo da Márcia Bezerra (Marcinha), que após recomendações para assistir 500 Dias com Ela, me propos o desafio de assistir 2012. Desafio aceito e cumprido e já com a crítica aqui postada seguem abaixo as impressões da nova comentarista de filmes do Movies & Cultures.


Um filme eletrizante, que faz os telespectadores segurarem-se em suas cadeiras,perderem o folego e que em minha opinião faz por merecer O Oscar por efeitos especias. Sem dúvidas o melhor que já vi nessa categoria, sem falar nos atores, produção, direção.

Crítica - 2012

Quantas maneiras existem de destruir o mundo tendo a seu dispor milhões de dólares, efeitos especiais de última geração e um roteiro que dispensa histórias e parte logo para as cenas de ação? Todas essas respostas podem ser facilmente encontradas em 2012 (EUA 2009) do diretor Roland Emmerich. Após arrasar os EUA em Independece Day (1996), detonar Nova York em Godzilla (1998) e congelar o hemisfério norte inteiro do planeta em O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, EUA 2004). Emmerich não se dá por satisfeito e como desgraça pouca é bobagem partiu para a destruição mundial em 2012.

A premissa do filme é bastante interessante e parte do princípio que a extinta civilização Maia teria previsto o fim dos tempos para a fatídica data de 21/12/2012, dia em que a Terra entraria em colapso. O que podia ser uma história para ser explorada com seriedade se transforma nas mãos de Emmerich em um punhado de cenas de ação e correria - muito bem realizadas diga-se de passagem - e nos intervalos entre uma cena e outra lamentações e redenções que soam as vezes ao risível. E não podiam lógico faltar as frases de efeito dita pelos personagens que são marca registrada do diretor.

O ponto de partida se dá em 2009 quando um geólogo indiano descobre que a Terra está entrando em colapso devido as emissões dos raios solares e de um suposto alinhamento planetário (o tal alinhamento previsto pelos maias), a partir dai o Presidente dos EUA (vivido por Danny Glover na sua versão Barack Obama) se engaja com outros líderes mundiais para a construção de arcas para "salvar" quem estivesse disposto a pagar a módica quantia de 1 bilhão de doláres para entrar na mesma e outros líderes mundiais que devem ser preservados. Neste ponto até a excelente animação da Pixar Wall-E soube tratar o tema com mais seriedade.

Outro ponto fraco no filme são os personagens que parece que estão ali somente para correr, pular, nadar e fugir dos gigantescos terremotos, erupções vulcánicas e tsunamis que estão presente em toda a projeção.

Jonh Cusack e Amanda Peet vivem o casal central do filme e é em torno de seus personagens que a história gira. O personagem de Woody Harrelson é sem sombra de dúvida a melhor coisa no filme, porém fica pouco tempo na tela, aqui outro erro da produção em não o aproveitá-lo melhor no filme.

Não há dúvidas que o Oscar de efeitos visuais já esta garantido para 2012, porém aqui vale dizer que efeitos de última geração não garantem mais uma atração para o público que está se tornando cada dia mais exigente com o que assiste nas telas dos cinemas.

Talvez se Emmerich tivesse realizado 2012 em 3D o filme ganharia algo mais e poderia ser um entretenimento melhor do que ficou. Ou talvez ele esteja guardando essa idéia para quando ele resolver destruir a galáxia, duas galáxias ou quem sabe o universo. Só não pode destruir a atenção do público até lá.

domingo, 8 de novembro de 2009

Crítica - Os Fantasmas de Scrooge


Visualmente perfeito e com uma história atemporal - o clássico de Natal escrito por Charles Dickens - o filme conta como o velho avarento Ebenezer Scrooge passou de um menino cheio de sonhos e esperança a um velho rabugento, frio e sem gosto nenhum pelo Natal. E é com essa premissa que o filme chega para abrir oficialmente a temporada de filmes de fim de ano nos cinemas, com cópias dubladas e algumas cópias em 3D.

Os efeitos tridimensionais oferece ao público novas experiências com essa tecnologia, pois as cenas panorâmicas pela cidade são de encher os olhos, assim como as cenas onde neva, parece que a neve esta caindo realmente na sala de projeção.

"Os Fantasmas de Scrooge" (A Christmas Carol, EUA 2009) é um filme para toda a família, porém as crianças mais novas podem se assustar com algumas cenas do longa.

Estrelado por Jim Carrey que vive 4 personagens no filme, o velho Scrooge e os três espirítos, o dos natais passados, o do natal presente e o do natal futuro e Gary Oldman (perfeito como sempre) que vive mais alguns personagens no filme, Bob Cratchit (o empregado de Scrooge), Marley (o fantasma do ex-socio de Scrooge) e dá voz ao pequeno Tim (filho de Cratchit) no filme.

Após a visita do fantasma de seu ex-sócio Marley, que avisa Scrooge da visita dos três espíritos na noite de natal é que o filme realmente decola e leva o espectador para a jornada que irá mudar a vida do velho avarento de uma vez por todas.

É verdade que o livro de Dickens é mais profundo do que o que se passa na tela nos 97 minutos de duração do longa, porém a essência do conto está toda lá só que agora se valendo da tecnologia 3D para contar a história.

O diretor Robert Zemeckis se vale da experiência adquirida com a direção de "O Expresso Polar" e "Beowulf" que se utilizaram da mesma técnica deste daqui para aperfeiçoa-la ainda mais e dar ao público o melhor que a tecnologia 3D digital pode oferecer. E um dos acertos de Zemeckis é conservar o ano em que se passa a história no final do século XIX, assim como no livro.

Outra grande atração do filme é a sua trilha sonora, com destaque para a belíssima A Christmas Carol interpretada por Andrea Boccelli em italiano, vale a pena ficar na sala para escutar em som surround a canção mesmo enquanto sobem os créditos.

No final o público irá sair satisfeito da sala com a certeza de ter assistido um clássico do natal com uma nova roupagem e que não compromete em nada a obra atemporal de Charles Dickens.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Comentários - 500 Dias com Ela (por Glaucia Mitoso)


E o filme "500 Dias com Ela" já começa a gerar os primeiros comentários. Conversando via MSN com uma amiga e agora colaboradora do blog Movies & Cultures ela expressa no texto abaixo as suas impressões sobre esse filme.

As vezes tenho a nítida impressão que as produções parecem estar conversando, e na conversa o último de uma leva de produções retratando uma mesma temática, acaba concluindo o assunto. E foi essa sensação que tive com “500 Dias com Ela”. Depois de “A Verdade Nua e Crua” (The Ugly Truth, EUA 2009) que brinca entre duas personagens com convicções sobre o relacionamento entre homens e mulheres extremamente opostas, porém com a mesma busca. E em “A Proposta” (The Proposal, EUA 2009) que começou a desenhar os fatores inesperados da convivência, no encontro real do amor.


"500 Dias com Ela", esbanja em estética, esbanja em sabedoria dramática, esbanja em doses sutis, e termina como a vida é, sempre nos levando para um patamar acima.


Um filme gostoso de ver, gostoso de ler, gostoso de pensar, e principalmente de sentir. Suga as metáforas e formatos agressivos representativos dos desencontros e da agressividade contida nos relacionamentos atuais, que em menos ou mais potência toca a diversidade de emoções numa grande confusão, limitando e distanciando o ser-humano do amor mais delicado e real.


Se pudesse resumir, diria que é um filme na categoria filme de arte, e para espectadores de sensibilidade. Mas como a dramaturgia é um gigante iluminado, tenho esperanças que invada os questionamentos daqueles que pouco exercitam a habilidade de entender as sutilezas da vida e da busca pelo amor feliz.

Crítica - 500 Dias com Ela

Recentemente são vários os filmes em que o tema relacionamentos é o tema principal da narrativa, seja em "Ele Não Está Tão Afim de Você" ou no nacional "Apenas o Fim", ambos já comentados aqui no blog. Mas "500 Dias com Ela" (500 Days of Summer, EUA 2009) tem algo a mais para mostrar ao público do que os já mencionados aqui.

Para início de conversa o filme não é uma história de amor, e isso fica bem claro na narração in-off logo no início da projeção. O filme é sim uma história sobre o amor e que vai trazer a tona os questionamentos que todos os relacionamentos trazem.

No filme acompanhamos a história de Tom Hansen (Joseph Gordon Levitt), um rapaz que acredita que o amor nunca irá acontencer para ele, mas que mesmo assim não perde a esperança de encontrar alguém. Durante uma reunião na empresa em que trabalha ele conhece Summer (Zooey Deschanel) moça que não acredita no amor e que evita relacionamentos e que expressa isso de forma clara em uma das frases da sua personagem no filme.

Contando de forma não linear, pois o filme vai e volta no tempo para contar ao público os momentos mais marcantes do relacionamento das personagens. A cena em que Tom sai de casa e imagina a sua vida como um grande musical, após ter a sua primeira noite de amor com Summer é perfeita.

Outro acerto interessante do filme é colocar exatamente em uma pré-adolescente e irmã de Tom no filme, a personagem que será a conselheira dele e que irá faze-lo entender o que deu errado para que este possa seguir em frente com a sua vida.
Atenção também a tela onde a contagem dos dias no filme é realizada, ela muda de tonalidade ao longo de toda projeção.

A trilha sonora é um show a parte indo desde os clássicos do "The Smiths" a melosa "She's Like the Wind" interpretada por Patrick Swayze, e cada música da trilha tem o seu significado na história, alias qual relacionamento que não tem a sua própria trilha sonora.

Um filme cativante e que vai fazer todos de modo geral a pensar no que assistiram. Para os que estão ainda em busca da sua alma gêmea é uma injeção de ânimo na dosagem certa. Para aqueles que tem um relacionamento instável faz com certeza refletirem sobre a pergunta "Será que é isso que eu quero para o resto da minha vida?" Para os que já estão casados e felizes com os seus pares irão ver na tela retratado toda a jornada que percorreram para chegarem até aquele ponto.
Só sei que ao sair do cinema eu vi tudo o que ocorreu na minha vida até hoje e com a certeza que eu já tive a minha dose de Summer, agora... bem... contar o final seria tirar toda a magia do filme. Ahh e muita atenção a última narração in-off do filme, resume tudo o que se passou de forma clara.

domingo, 11 de outubro de 2009

Crítica - Tá Chovendo Hamburguer


Desde ano passado o número de produções que são escritas pensado no novo formato de 3D Digital vem aumentando, porém não é só de efeitos 3D que se pode viver uma produção, pois para a mágica ser completa é necessário aliar um bom roteiro aos efeitos visuais que a tecnologia 3D permite.

No caso de Tá Chovendo Hamburguer (Cloudy with a Chance of Meatball, EUA 2009), temos somente efeitos 3D que são de encher os olhos da platéia, mas faltou o essencial para o cardápio desta produção da Sony Animation ser completa, um roteiro bem elaborado.

A história se inicia com Flint Lockwood (voz de Bill Hader no original) sonhando em ser um inventor famoso, só que este é ridicularizado pelos colegas de escola durante uma apresentação no colégio. Somente a sua mãe acredita em seu potencial. Os anos passam e vemos um Flint adulto tentando de todas as maneiras inventar algo para salvar a sua cidade.

Após arruinar a inauguração de um parque temático em sua cidade, devido a um acidente com uma de suas últimas invenções - uma máquina que materializa comida - que Flint tem a grande chance de sua vida para provar a todos o que ele realmente é. Neste meio tempo ele conhece a reporter Sam Sparks (voz de Anna Faris no original) que foi enviada para cobrir a inauguração do parque temático. Depois disso dá para saber direitinho o que está por vir ao longo dos 90 minutos de filme.

O visual do filme é original, pena que falte um bom roteiro para se apoiar. Os destaques ficam para as cenas onde a cidade é coberta por sorvete e a cena da casa de gelatina construída por Flint na sua tentativa de conquistar Sam.

O filme pode seguramente encantar as crianças mais novas pelo seu visual e somente isso. Porém é certo que com tanta comida e uma paleta de cores as vezes exagerada, que é capaz dos mais velhos enjoarem da comilança e pedirem logo para pular a sobremesa e irem logo para o cafezinho.

E lógico que todos os conflitos de um tipo de filme como estes estão na tela, como o do pai de Flint que nunca disse ao filho que o amava e lá pelas tantas cria coragem de dizer isso para o filho.

Uma fita que vai agradar somente aos mais novos . Mas vai servir para a Sony Animation tirar uma lição que quando servir algo novo nos cinemas que seja a refeição completa para toda a família e não somente o cardápio infantil.

sábado, 10 de outubro de 2009

Análise - Festival do Rio 2009


Foram 15 dias de cinema onde produções do mundo inteiro passaram pelas telas.

Muitas produções valeram a pena como "Bad Liutenant - Port of Call New Orleans", com Nicolas Cage no papel de um policial viciado em drogas que tem que resolver um caso de assassinato em uma New Orleans arrasada pelo furacão Katrina. "Bastardos Inglórios" de Quentin Tarantino, que não apareceu aqui no Festival alegando estar cansado pela promoção do filme, foi aplaudido por um Cine Odeon lotado, e como uma amiga disse ao final da sessão - "O Quentin não sabe o que perdeu." e perdeu mesmo. Em breve vou postar aqui no Blog a crítica do filme.

Outras surpresas do Festival são "Ricky" (de Françoi Ozon) um filme leve e mágico que faz o público sair leve do cinema. "Sede de Sangue" (de Chan Wook Park), o diretor responsável pela trilogia da vingança nos dá um filme de vampiros onde todos os elementos relacionados ao vampirismo são discutidos, em tempos de vampiros teens e congêneres, Park faz um filme correto sobre o tema e acrescenta mais um brilhante filme a sua carreira.

Andy Garcia foi outro ator que andava sumido e volta com o filme "Confusões em Família" (City Island, EUA 2009), é uma comédia que a muito tempo não se via nas telas, sai o humor besteirol e entra a comédia inteligente como nas melhores sitcons, a história é conduzida de forma que uma piada irá puxar outra ainda melhor mais para frente.

Mas nem só de grandes produções se vive o Festival e aqui merece destaque um filme da mostra Midnight Movies entitulado "Black Dynamite" é um exemplar que o cinema Blaxplotation ainda tem uma sobrevida nas telas. Na história o personagem título sai distribuindo tapas e bordoadas a torto e a direito para resolver o assassinato do seu irmão, com um roteiro desconexo e frases de efeito de todo e bom filme trash, agrada em cheio ao publico que curte o cinema trash.

Lógico que decepções também são inevitáveis e aqui leva o troféu o fraco e pretencioso "Vida de Balconista", produção independente feita pelos donos da Cavideo o filme tenta ser engraçado e não consegue, com piadas fracas e um roteiro fraco os seus 80 minutos parecem três horas e nada no filme funciona, nada vale a pena e o público permaneceu apático por toda a sessão e deve ter se perguntado o que estava fazendo ali. Melhor assistir as reprises de "O Balconista" de Kevin Smith do que assistir a esse aqui. E ainda temos que lembrar que Quentin Tarantino é um só e o público não aceita imitações.

A mostra Dox dedicada aos documentários cumpriu o seu papel e os destaques ficam por conta do excelente "Petróleo Bruto" (Crude, no original) e "Plastic Planet" e "No Impact Man", este último sobre o experimento que uma família novaiorquina faz por um ano de viver sustentavelmente, "Fogo Sob a Neve" também cumpre o seu papel e trata da invasão chinesa ao Tibet.
Entre os destaques deste ano também podemos citar documentário "When You Are Strange" de Tom Diccilio sobre a carreira dos The Doors, lógico que o enfoque maior vai para Jim Morrison, o vocalista da banda, que com o seu jeito irreverente conquistava a platéia. Ainda vale destacar a excelente narração de Jonnhy Depp durante toda a projeção dando o tom certo ao documentário.

A mostra latina veio mais forte esse ano e os filmes argentinos que já são presença certa no Festival cumpriram o que prometeram. "O Segredo dos Seus Olhos", "Chuva" e "Um Namorado para a Minha Mulher" fizeram o público entrar em suas histórias e aplaudí-los. Destaque para "Um Namorado para a Minha Mulher" que é uma comédia leve e que a atriz Valeria Bertuccelli, que também é atriz de "Chuva", faz uma personagem hilária e não poupa ninguém com as suas críticas a sociedade em geral.

Entre o entra e sai de uma sala para outra, dispustas pelos ingressos mais disputados o Festival deste ano valeu a pena, espero que o 2010 seja ainda melhor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Crítica - UP Altas Aventuras

O que é manter uma promessa feita para a pessoa que você mais ama nesta vida? É nesta premissa que o excepicional e excelente "UP - Altas Aventuras" (UP, EUA 2009) se baseia, e diga-se de passagem cumpre tudo o que promete.

Os magos da Pixar conseguem mais uma vez se superar e dão ao público um filme que é pura magia. E conseguem levar o público ao riso e as lágrimas e isso tudo nos 102 minutos de duração do filme.

O filme começa nos anos 30 com Carl Fredricksen ainda menino, assistindo no cinema e em preto e branco um documentário sobre o seu explorador favorito Charles Muntz, porém este é desacreditado pela comunidade científica da época o que faz Muntz jurar que irá voltar ao local de onde viera e trazer a ave viva e limpar o seu nome.

Neste meio tempo o ainda garoto Carl conhece a espivitada e aventureira Ellie e a menina o faz prometer que irá levar o clubinho deles para o topo do vale das cachoieras, um lugar que permanece intocado pelas mãos do homem. E se desenrola diante dos olhos do público o primeiro grande momento do longa, sem uma fala e se utilizando de música somente o tempo passa para o casal Ellie e Carl, que em nenhum momento desistem da promessa que foi selada quando ainda eram crianças naquela mesma casa. Porém o destino tem outros planos e Carl fica viúvo, porém não se esquece da promessa feita a Ellie.

O filme salta alguns anos e vemos um Carl amargurado e resistindo a todas as propostas de vender a sua casa para que seja levantado no local um arranha-céu. Após um incidente envolvendo um dos funcionários da companhia de obras Carl é levado ao tribunal e a sua sentença é abandonar a casa que é o seu último vínculo com a sua esposa e ir para um asilo.

Neste momento surge na vida de Carl, Russell um menino cheio de sonhos e esperanças, que necessita de todo modo ajudar um idoso para se tornar um grande explorador e por um acaso do destino Russell acaba embarcando na maior aventura que poderia imaginar ao acidentalmente ser levado junto com Carl e sua casa voadora.

Contar mais a partir dai seria estregar todo o encanto que UP tem a oferecer ao público, que irá rir e chorar, ao longo da jornada de Carl e Russel para levar a casa ao Vale das Cachoeiras.

Os diálogos travados entre Carl e Russell que soam secos no início do filme vão se tornando mais fraternos ao longo da projeção, pois a jornada ensina lições importantes para ambos.

Com um roteiro enxuto e ágil, UP é um filme que trata de perdas, sonhos e promessas a serem cumpridas.

É normal ao longo da projeção nos momentos mais tocantes do filme se escutar alguém chorando no cinema e não será vergonha se emocinar com esses momentos. Destaque aqui para a cena em que Carl toma coragem para ler o diário escrito pela sua falecida esposa e atenção a frase escrita por ela na última página... realmente não há como conter as lágrimas.

UP é a definição de que a sétima arte ainda pode produzir excelentes filmes. Uma coisa é certa o Oscar de melhor animação já está garantido, e por que não ousar e acreditar que UP pode disputar de igual para igual o Oscar de melhor filme do ano de 2009. Esta seria a conquista definitiva que falta a Pixar.

Ao final o público sai do cinema com a certeza de ter assistido a um dos melhores filmes do ano de 2009, senão o melhor.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Crítica - Os Normais 2


Desde a retomada do cinema nacional que ocorreu a partir de 1994, bons exemplares de produções nacionais chegam as telas de cinema disputando a bilheteria com as produções americanas e em alguns casos desbancando as mesmas.

E no seu primeiro fim de semana nas salas de cinema "Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas" (Brasil, 2009), levou aproximadamente 360 mil pessoas as salas de cinema de todo o Brasil para assistirem o segundo longa protagonizado por Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres, como Rui e Vani.

Após 13 anos juntos Rui e Vani, se deparam com a rotina em sua relação e acabam tendo a idéia de realizarem um ménage-a-trois para aquecer a relação dos dois, o problema está em encontrar uma parceira que tope a tal fantasia do casal.

O filme se passa em uma única noite e os seus 75 minutos de duração é ideal para que o público não ache que verá a mesma piada mais de uma vez, e o roteiro nem dá chance para que isso ocorra.

A química entre os atores principais continua a mesma que o público já conhecia da série de TV e do primeiro filme da série.

As situações criadas são hilárias e vale destacar a excelente cena do hospital onde uma piada puxa uma outra ainda mais engraçada, e tudo filmado de uma forma que o espectador vai percebendo as gags a medida que estas vão ocorrendo.

O filme é recheado de participações especiais e em sua maioria mulheres, que vivem as possíveis candidatas a realizarem a tal fantasia idealizada por Rui e Vani.

Se um terceiro filme vier a ocorrer não será surpresa se superar os seus antecessores, pois se o segundo já superou o excelente primeiro filme, podemos esperar quem sabe o melhor para o final.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Crítica - Força G

Mais um exemplar de 3D digital chega as salas de cinema, antes do tão aguardado "Avatar" de James Cameron. E desta vez é o produtor Jerry Bruckheimer de franquias milionárias como "Piratas do Caribe" e "A Lenda do Tesouro Perdido" que se aventura nesta nova mania do cinema que é o 3D digital.

Força G (G Force, EUA 2009) leva os espectadores a conhecer um grupo de porqinhos da india, que sonham em se tornar agentes especiais do serviço secreto dos EUA. Para isso o dono dos bichinhos deve provar a agência de inteligência que o programa de pesquisa que os tais bichinhos fazem parte não deve ser cancelado. Para tanto ele envia o grupo em uma missão para obter informações sobre uma tecnologia que militar que supostamente esta sendo utilizada por Leonard Saber (Bill Nighy) para equipar uma linha de eletrodomésticos produzidos pelas indústrias de Saber. No melhor estilo Missão Impossível os bichinhos penetram na mansão de Saber e conseguem os tais planos, porém algo sai errado na hora de reabrir o arquivo e o progama acaba cancelado. Cabe então ao grupo provar o que Saber pretende e como será executado o seu plano.

O roteiro é simples, porém eficiente para um filme que se propõem ser uma diversão para a família e nada mais.

O grande trunfo de Força G é ter sido pensado em 3D e isso funciona muito bem no filme. As imagens realmente saltam da tela em direção ao público e boa parte da ação do filme tem inúmeras cenas "fora" da tela. Destaque para a cena que os porquinhos da índia pilotam uma espécie de bolas motorizadas, e não são poucas as vezes que as tais bolas saltam da tela e veem em direção ao público.

O filme conta ainda com dubladores como Penelope Cruz, Nicholas Cage e Steve Buscime nas versões legendadas. Porém o 3D é dublado e mesmo assim o filme não perde em nada.

Força G é um exemplar que o 3D aliado a um roteiro simples, mas eficiente, pode servir de ferramenta para tornar o filme mais atrativo. É lógico que o filme deixa brechas para as já famosas continuações, mas se realizadas como o original e sendo adicionados novos elementos pode render bons frutos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Crítica - Arraste-me Para o Inferno


O gênero terror tem andado sumido das telas de cinema - quando digo terror são filmes que realmente fazem o público sentir medo - apesar dos exemplares de terror teen dos já distantes anos 90, onde a trilogia Pânico (Scream no original) ditou um novo rumo para as franquias de terror. Já nos anos 2000 foi a vez dos remakes de filmes de terror chegar as telas, mas a receita era sempre a mesma colocar belas mulheres em roupas sumárias e um psicopata atrás de um grupo de jovens que iam morrendo um a um.

Porém o diretor Sam Raimi - que se tornou famoso devido a um filme de terror, neste caso a série "Uma Noite Alucinante" (Evil Dead no original) - volta ao gênero que o revelou, após oito anos de dedicação a cine série do Homem Aranha e faz o corretíssimo "Arraste-me Para o Inferno" (Drag me to Hell, EUA 2009), que pelos elementos utilizados por Raimi mostra claramente que é um retorno as origens.

Tudo começa quando Christine Brow (Alison Lohman) almeja uma vaga de assistente de gerente na agência bancária onde trabalha, só que para isso ela precisa impressionar o seu chefe e tomar uma decisão difícil. E essa oportunidade aparece quando a Sra. Gunash implora a Christine para prorrogar a sua hipoteca, que é negada por Christine. Essa só não desconfia que a Sra. Gunash irá lançar nela um maldição.

A partir desse ponto Raimi utiliza todos os recursos que um filme de terror dos anos 80 utilizava para assustar as platéias, e realmente faz isso com perfeição. A clássica cena da mão saindo do túmulo está lá. As cenas que utilizam somente as penunbras e sombras para representar as entidades malígnas também estão lá.

Aliado a um roteiro ágil e cheio de reviravoltas até o último frame, Raimi consegue fazer com o que o público sinta medo no escurinho do cinema novamente assistindo ao filme, ou seja é o cinema de terror em sua plena forma e cumprindo a proposta de um filme do gênero.

Contar qualquer outra coisa é estregar as surpresas do filme e agora nos resta torcer para que o gênero volte efetivamente as salas de cinema e com bons exemplares de filme como este.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Crítica - O Contador de Histórias


Já havia comentado aqui no blog que o cinema nacional vinha ganhando uma certa maturidade, e produzindo filmes com um certo cuidado. E mais um exemplar chegou as salas de cinema no último dia 07/08 e se trata de "O Contator de Histórias" (Brasil 2009).

O filme narra uma parte da vida de Roberto Carlos, pedagogo mineiro, que hoje em dia é considerado um dos 10 melhores contadores de história do mundo.

Se não fosse pelo roteiro se prender muito a relação entre o personagem título e a pedagoga francesa Margherit (Maria de Medeiros) e a infâcia e adolescência de Roberto, o filme funcionária melhor. Porém o diretor Luiz Villaça perde a oportunidade de fazer um filme mais tocante com a trama que tinha nas mãos.

Algumas cenas do filme merecem destaque, como a que Roberto se imagina dentro da história "Vinte Mil Léguas Submarinas" e a ação desta cena é toda em animação, para depois cortar a cena e mostrar o personagem título cheirando Tinner escondido de Margherit. Outra cena interessante se dá durante os créditos finais do filme quando vemos o verdadeiro Roberto contando uma de suas histórias para um grupo de pessoas.

A maioria dos atores são meros coadjuvantes e dividem a tela com Maria de Medeiros e Paulo Henrique (que vive Roberto aos 13 anos de idade), que está a maior parte dos 109 minutos do longa na tela.

O filme conta com alguns flashbacks que podem confudir os espectadores mais desatendos a trama. E as vezes até desnecessários ao que está se passando, pois quebra a narrativa.

No fim das contas é um filme regular que cumpre em parte o que prometeu, faltou ao diretor mais ousadia para entrar mais no imaginário de Roberto e de suas histórias, para ai sim o filme fazer justiça ao seu título.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Etc & Tal - Paper Toys


Outro dia através de uma amiga fiquei conhecendo os paper toys, que são feitos de papel (lógico o próprio nome já diz) e são criações de designers ou são toys baseados em personagens da cultura pop.

Os toys não são dificeis de se montar, mas exigem uma certa paciência e precisão nos cortes para se obter um resultado legal.

Um site para se começar a conhecer e se aventurar na montagem dos toys é:


Os personagens vão desde Mario Bros, passando pelo Garfield, Hello Kitty e até personagens como R2 D2 e o Dr. Manhattan (que ilustram esse post e são os meus primeiros toys).

Quem quiser se arriscar o site esta aqui no post e a foto dos toys para ver o resultado final.

sábado, 1 de agosto de 2009

Crítica - Inimigos Públicos


Há algum tempo o cinema andava carente de filmes que aliassem um bom roteiro, boa direção, boas atuações e uma boa fotografia para contar uma história que prendesse a atenção do público até o último minuto de filme. E é aliando isso tudo, que Michael Mann o diretor de "Inimigos Públicos" (Public Enemies, EUA 2009) consegue fazer um filme que é coeso em todos os sentidos.

O filme leva o público para o ano de 1933 nos Estados Unidos, onde a recessão entra em seu quarto ano e o governo nega veemente verbas para a criação de uma bureau federal de investigação. No meio desse cenário surge a figura de John Dillinger (Jonnhy Depp em outra atuação perfeita) e seu bando que roubam bancos em Chicago e desafia a justiça dos EUA, a ponto da mesma criar uma divisão somente para cuidar do caso Dillinger.

É colocado então no encalço de Dillinger o agente Melvin Pulvir (Christian Bale) que acredita que métodos científicos e racionais, podem levá-lo até o seu alvo para que este efetue a prisão e de motivos para o governo americano criar um bureau de investigação federal. E a caçada a Dillinger e seu bando ocorre por vários estados americanos com um foco maior em Chicago.

Um outro ponto alto do filme é a fotografia que não deixa a desejar em nenhum momento, e faz com que o público visualize de forma clara como era a época que o filme retrata.

Outro destaque é a personagem de Mariom Cottilard, que vive Billie, a mulher pela qual Dillinger é apaixonado e faz de tudo por ela.

As cenas de tiroteio entre os agentes e o bando de Dillinger são bem dirigidas por Michael Mann, que consegue captar toda a tensão de ambos os lados.

Com este filme podemos dizer que os filmes de gangster que andavam sumidos das telas por algum tempo, tem tudo para voltarem a ocupar um lugar de destaque nas telas de cinema e atrair o público, pois com uma boa história e uma direção eficiente, nem irá parecer que já se passaram mais de duas horas entre o inicio do filme e o seu desfecho. E até neste ponto "Inimigos Públicos" acerta pois os seus 140 minutos de projeção passam de forma a parecer que se passaram somente alguns minutos.

Ao sair do cinema o público sai satisfeito com o que assistiu e nos resta esperar que outras boas histórias como essa cheguem as salas de cinema com mais frequência.

sábado, 25 de julho de 2009

Cult - A Partida


De tempos em tempos o cinema nos brinda com verdadeiras obras primas, que são perfeitas em todos os sentidos e nos faz lembrar do porque que o cinema é conhecido como a sétima arte.

O filme em questão é a "A Partida", vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2008 que chega com um pouco de atraso e com um número de cópias reduzidas as salas de cinema. Porém o filme é a melhor definição de como colocar poesia na tela.

O tema é um pouco incômodo para alguns pois trata da morte, na verdade o momento em que a pessoa morre e é preparada para receber as homenagens póstumas.

A história acompanha Daigo um jovem que toca violoncelo em uma orquestra em Tokyo que após a mesma ser dispensada pelo seu proprietário, resolve se mudar com a sua esposa de volta para a sua cidade natal no interior do Japão. Lá Daigo arruma emprego como agente funerário e é a partir desse momento que ele começa a ver a vida e a morte com outros olhos.

O filme é cheio de referências, metáforas e belíssimas cenas que soam como poesia na tela. A trilha sonora sustenta a narrativa de forma expecional, as belas paisagens do interior japonês cai como uma luva para compor as tomadas externas do longa e nada ali é desnecessário, tudo se encaixa perfeitamente.

Uma belíssima cena é a que Daigo toca Ave Maria de Gonnoud no violoncelo na noite de natal, a música é perfeita para a cena e para o que vem a seguir.

"A Partida" é um filme mágico, que trata um momento triste de forma delicada e pura.

Pode-se dizer ainda que este é sem sombra de dúvida a melhor estréia do ano e que merecia um circuito maior, porém os exibidores novamente cometem o equívoco de reduzí-lo a algumas salas e poucos horários.

Ao final da projeção aqueles que assistirem ao filme, vão passar a olhar a vida por uma outra ótica.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Anima Mundi 2009


Mais uma Anima Mundi está ai, e com certeza lá vou eu conferir ao longo dos 10 dias os curtas e longas de animação que chegam de diversas partes do mundo para o festival.

Há muitos casos em que o filme só passa neste festival e depois é quase impossível de achar para assistir novamente.

Existem curtas que já são promessas desde já, como é o caso da série Log Jam, que na edição do ano passado foi exibido KJFG nº 5 na verdade o quinto da série, e neste ano o festival exibe os quatro primeiros da série.

A surpresa do primeiro dia ficou por conta de um curta francês "Skhizein" onde um homem ao ser atingido por um meteorito passa a interagir com o ambiente ao seu redor de forma um pouco estranha. "Horn Dog" do animador americano Bill Plympton já era uma aposta certa, no curta o cachorrinho que já uma marca de Plympton se vê apaixonado por uma cachorra de madame e faz tudo para conquistá-la, um curta engraçado e com toques sutis de humor negro que são marca registrada de Plympton.

O longa de hoje foi "Zhang Ga!" um filme chines que se passa na década de 40 na então invasão japonesa a china. No filme um garoto após ter o tio capturado pelo exército japones e assistir ao assassinato da avó, parte da sua aldeia em busca de vingança e se junta ao exército da 8º Divisão para lutar contra os japoneses. O filme é mediano no roteiro, mas a animação tem boas técnicas que não prejudicam o conjunto final.

A maratona continua amanhã e até o final do festival no dia 19/07 muita coisa vai rolar.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Etc & Tal - Board Games

Como eu disse antes o blog não vai se resumir a críticas de filmes. Como quero expandi-lo para vários assuntos este fim de semana descobri dois sites interessantes com jogos de tabuleiros.
Todos os jogos listados em ambos os sites são importados, em sua maioria dos EUA, e são jogos que nem são cogitados a chegar por terras tupiniquins.
Quem viveu a infância ou adolescencia nos anos 80 já deve ter passado muitas noites em claro jogando War - que no original se chama Risk e tem inúmeras variações nos EUA - ou então pegava as cartas do Imagem & Ação 1 ou 2 para brincar de mímica ao invés de fazer os desenhos.
Só que muitos jogos de tabuleiros (os board games como são conhecido nos EUA) não chegam as lojas brasileiras.
Só que hoje esse problemas pode ser contornado pela internet e pode se ter acesso não só as informações sobre os jogos como é possível importá-los e recebe-los aqui no Brasil.
O site para consultar os títulos é :
O site para comprar os jogos caso se interesse por algum é:
Tive contato com alguns desses jogos como o Scene It, um jogo de perguntas e respostas sobre filmes que por ter uma dinâmica interessante alternando DVD e tabuleiro prende a atenção de todos os jogadores. O "No Thanks!" um jogo de cartas que quanto mais você joga e pega os macetes do jogo mais quer jogar e o "Rum and Pirates" um jogo que pela proposta é divertido e um bom passatempo.
Espero ter mais contato com esses jogos.
E fica aqui a dica.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Crítica - A Era do Gelo 3 (3D)


Em 2002 a Fox em parceria com a Blue Sky Studios lançava com algum atraso nos cinemas do mundo todo "A Era do Gelo" (Ice Age, EUA 2002), com um bom roteiro e uma narrativa com piadas inteligentes garantiram uma boa bilheteria para o longa dirigido por Chris Wedge na época. Quatro anos se passaram e "A Era do Gelo 2" (Ice Age - The Meltdown, EUA 2006), chegou aos cinemas desta vez com a direção passando para o Brasileiro Carlos Saldanha, que conseguiu acrescentar elementos a série sem exageros e fazer um filme melhor que o original.

Mais três anos se passaram e a tecnologia 3D Digital já é uma realidade, porém faltavam aos demais filmes que utilizaram essa tecnologia até hoje um roteiro que fosse aliado desta tecnologia, e é exatamente isso que "A Era do Gelo 3" (Ice Age - Dawn of the Dinosaurs, EUA 2009) consegue fazer sem deixar espaço para críticas negativas.

Ao levar o público novamente para a era glacial nos encontramos novamente com o esquilo Scrat em sua eterna busca pela bolota, só que desta vez ele não está sozinho e encontra uma concorrente a altura Scratee que irá disputar com ele ao longo de todo o filme a bolota, porém Scrath se apaixona pela esquila perdimante.

Após a introdução somos levados novamente a encontrar Manny, Diego, Sid, Ellen, Eddie e Crash que estão as voltas com o nascimento do filhote de Manny e Ellen, devido a esse fato o bando começa a se rachar e a questionar se eles podem continuar sendo uma "família". É neste momento que o atrapalhado Sid querendo ter a sua própria família, após Diego deixar o bando, encontra três ovos e os traz para a superfície alegando serem os seus filhos, ele só não conta com o fato dos ovos serem de bebês dinossauros e que a mãe verdadeira está vindo atrás dos filhotes. Ao tentar devolver os filhotes Sid também é levado pela mamãe dinossauro para o subterrâneo e mais uma vez o bando deve se unir para resgatá-lo e traze-lo novamente a superfície.

É lógico que o roteiro dá um jeito inteligente de levar Sract e Scratee para o mundo dos dinossauros, assim como a sua bolota. E os dois vão disputar a bolota ao longo de todo o filme.

O roteiro não apresenta falhas e acrescenta um elemento engraçadíssimo Buck, uma doninha que vive no subterrâneo caçando incasavelmente Rudy o maior de todos os dinossauros. Os gambas Eddie e Crash voltam ainda mais engraçados a este terceiro filme. E todos os novos elementos funcionam como devem.

E o filme ganha ainda mais se assistido em 3D, a cena do vôo com os peterodáctilos parece uma atração tirada dos parques de diversão dos EUA. E o mundo dos dinossauros em 3D realmente ganha uma vida e dimensões bem atrativas com o uso da tecnologia de 3D digital.

Realmente "A Era do Gelo 3" é um excelente longa de animação como deveria ser e não irá decepcionar ninguém, os fãs das fitas anteriores vão rir ainda mais com este terceiro exemplar da série e após as luzes de acenderem fica aquele gostinho de quero mais, bem mais com certeza está por vir e em uma nova dimensão e com tudo que os originais tinham de melhor agora literalmente saltando da tela.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Crítica - Transformers - A Vingança dos Derrotados


A começar pelo título do filme Transformers - A Vingança dos Derrotados (Transformers - Revenge of the Fallen, EUA 2009), já é uma derrota. Derrota para o público que ousa a assistir ao melhor filme RUIM da tempora. Derrota para os produtores que ousaram a produzir o filme. Derrota para os roteiristas que escreveram um roteiro raso e cheio de furos. E por fim derrota para o diretor Michael Bay que volta a sua normalidade.

Os efeitos especiais são bem feitos e Bay usa e abusa da câmera lenta para mostrar as lutas entre os bonzinhos autobots e os seus arquiinimigos decepticons. Novamente os efeitos sonoros cumprem o seu papel e a trilha sonora também não decepciona.

O problema todo então recai sobre o roteiro e a direção pífia de Michael Bay, que se mostra cansanda desde a primeira cena do filme.

Na pequena introdução com a narração in-off de Optimus Prime ficamos sabendo que o Allspark não era a única fonte de energia para os robôs alienigenas e que existe uma outra fonte o Energon, que se cair em mãos erradas pode levar o planeta a destruição.

Corta para a cena pós-crédito que mostra os autobots em conjuto com os humanos rastreando e enfrentando decepticons remanescentes no planeta. Ao final da cena ficamos sabendo que o Fallen esta planejando a sua vingança - e qualquer semelhança com a história do anjo caído não é mera coincidência - contra a raça humana e os autobots.

Dai a cena volta para os EUA onde acompanhamos Sam (Shia La Beof) indo para a faculdade e achando em seu antigo casaco um pedaço remanescente do allspark ao tocá-lo Sam adquiri o conhecimento necessário para encontrar o Energon e a Matriz. Porém a partir dai mais nada funciona no filme e o roteiro coloca todos os personagens na mesma trama.

A cena em que a mãe de Sam como biscoito de "erva" na faculdade é constrangedora. Os novos elementos que deveriam ganhar destaque na trama são pífios, resalva somente para os gêmeos autobots que dão o ar da graça em quase toda a duração do longa. O desfile de cenas constrangedoras chega ao ápice quando um decepticon em miniatura que virá para o lado dos bonzinhos simula sexo na perna de Mikaela (Megan Fox)... lamentável. John Turturo retoma o seu papel como o agente Simmons e são deles as melhores tiradas do filme e é dele também a melhor frase em relação ao amigo de Sam quando diz em alto e bom som que "Eu não aguento mais esse cara" - ele e o resto do público.

Com tantos erros e defeitos ao longo dos seus 147 minutos de duração, o filme perde o ritmo rápido e não prende a atenção do público em geral.

No fim é um filme fraco e sem atrativos e espero que os produtores não ousem a inventar um Trasnformers 3 dentro de alguns anos. Uma coisa é certa se houver um terceiro filme não será nada difícil superar a derrota que foi o segundo filme.