sábado, 24 de dezembro de 2011

Crítica - Os Muppets

Antes de mais nada que fique um aviso "Os Muppets" (The Muppets, EUA 2011) apesar de estar sendo vendido como um filme infantil é mais direcionado para o público adulto que acompanhou e cresceu assistindo ao Muppets Show nas décadas de 70 e 80, ou seja, é um filme totalmente nostálgico e saudosista.

O tempo passou e os Muppets cairam no esquecimento do público, que agora procura por outros tipos de atrações com tantas opções sendo vinculadas não só na televisão e na internet. Porém os bonecos que outrora fizeram sucesso irão ter uma segunda chance de retomar o seu sucesso e voltar ao estrelato que tinham no seu passado e será com base nesse argumento que o roteiro irá se basear.

A história começa com a aparição de um novo muppet, criado exclusivamente para esse filme, Walter vive com o seu irmão Gary (Jason Segel) na pacata Smalltown. É lá que também vive Mary (Amy Addans), namorada de Gary a 10 anos e que está planejando uma viagem a Los Angeles com o namorado para comemorar os 10 anos de namoro e este é somente o ponto de partida do filme.

O roteiro é todo construído para ser um filme de retorno dos bonecos criados originalmente por Jim Hensom e que agora são propriedade da Disney. Logo após Walter por um mero acaso descobrir o plano de Tex Richman (Chris Cooper) para ficar com os Studios Muppets e decretar de vez o fim do grupo. É neste momento que Walter convence Gary e Mary a ajudá-lo a localizar cada um dos Muppets, reuní-los para que este façam um último show e tentem arrecadar os 10 milhões de dólares que precisam para salvar o teatro e o próprio nome do grupo.

Aos poucos o público vai descobrindo o que aconteceu com cada um dos Muppets após a separação do grupo. O primeiro a reaparecer é Kermit (antes conhecido como Caco), aos poucos reencontramos Gonzo, Fonzie, as Galinhas e todos os demais Muppets, até chegar vez de Miss Piggy, que hoje vive em Paris como editora de moda e a sua aparição rende uma brincadeira com "O Diabo Veste Prada", e sem dúvida é uma das melhores tiradas do filme.

E lógico que não poderiam faltar os números musicais que antes permeavam o Show dos Muppets na televisão e no cinema nos filmes dos anos 80. E são exatamente esses momentos que rendem as melhores tiradas dos filme e que somente os adultos irão entender, pois as referências a cultura pop dos anos 80 estão em quase todo o longa.

Os convidados famosos que compareciam ao Show dos Muppets também estão de volta e desta vez é o ator Jack Black que interpreta a si mesmo durante o show que os bonecos montam para tentar arrecadar os 10 milhões de doláres. Entre outros famosos estão ainda presentes em aparições rápidas Whoopi Goldberg, Selena Gomez, Neil Patrick Harris entre outros.

Com um roteiro simples, mas eficiente o filme agrada aos adultos (que curtem muito mais por entender a maioria das piadas) e crianças um pouco mais crescidas, que irão ter contato com os Muppets pela primeira vez. A Disney então faz a sua tentativa de lançar o grupo novamente nos cinemas para quem sabe uma nova cine série, porém novamente somente o tempo dirá se os Muppets realmente estão de volta ou irão continuar no ostracismo.

A depender deste filme tudo indica que novos filmes virão com o tempo uma vez que a Disney pavimentou a estrada para mais filmes.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Crítica - Happy Feet 2: O Pinguim

Em 2006 o diretor George Miller fez uma animação em que o mote da história era o de ser aceito por uma sociedade onde o protagonista da história era diferente, pois ao invés de cantar o pinguim Mano (dublado por Elijah Wood) era exímio dançarino, porém todos os seus pares eram cantores e usavam esses dotes para conquistar as suas fêmeas e se acasalarem. O filme além de ter esse mote, ainda tocava na questão das diferenças entre as raças e a ação predatório que os humanos representam para os animais, o final um pouco sombrio para um desenho animado deixava a mensagem muito clara.

Quatro anos depois Miller volta a visitar o universo dos pinguins imperadores em "Happy Feet 2: O Pinguim" (Happy Feet Two, EUA 2011), só que o tom sombrio do primeiro filme ficou de fora da trama e desta vez entra em cena questões como paternidade, união, humildade e a busca do nosso lugar no mundo. É verdade que a trama é bem mais simples que a do primeiro filme, mas por outro lado este segundo filme é mais emotivo e com cenários muito mais elaborados do que o original.

Na trama Mano e Glória (agora dublada por Pink, em substituição a Brittanny Murphy falecida em 2009), tiveram um filhote Erik, que assim como o seu pai quando era um filhote está em busca do seu talento e do seu lugar no mundo, enquanto isso Mano passa a ter como desafio de ser um bom pai para o filho, tarefa que não será nada fácil uma vez que o pequeno Erik sonha em voar, sonho esse que ficará mais forte, quando o caminho de Erik cruza o de Sven, um "pinguim" voador que prega que tudo é possível e que basta desejar forte para se conseguir o que quer.

Após fugir do local onde ficam os pinguins imperadores, com dois de seus amigos Erik segue Ramom até a terra onde este saiu no primeiro filme para viver na companhia de Mano e dos demais imperadores, fato com que faz que Mano siga o grupo até o local onde vivem os outros pinguins para encontrar Erik e levá-lo de volta a terra dos imperadores. Porém ao encontrar o filho novamente e retornar com ele e os amigos para a terra dos imperadores um enorme iceberg racha e aprisiona todos os imperadores, deixando esses sem comida e os condenando a morte e a merce dos predadores, caso não encontrem uma saída.

A estrutura de usar músicas de sucesso na história ainda esta presente, porém em menor número do que no filme original, a cantoria se resume a dois grandes números um na abertura do filme e outro no seu desfecho, em que Under Pressure do Queen ganha uma versão que não deixa nada a desejar a original. As demais canções do filme servem para contar a história e deixar a trama um pouco mais emotiva.

Com tanta carga emotiva imperando na tela era óbvio que algum alívio cômico fosse utilizado pelo diretor e entra em cena Bill e Will dois camarões, que deixam o seu cardume para conhecer o mundo exterior, após Bill se questionar se eles devem permanecer na base da cadeia alimentar ou fazer algo para mudarem esse cenário, mais uma vez entra em cena os questionamentos de encontrar o seu lugar no mundo.

E para embalar todo esse pacote entra a questão da união entre diferentes raças e a de saber dar um passo para trás, para somente depois seguir em frente.

A experiência do filme fica ainda melhor se assistido em salas 3D. Mas o impacto maior é assistí-lo em IMAX 3D, ai sim a imersão é total e desta forma o público irá entrar mesmo na história, e nos belíssimos cenários criados por Miller e sua equipe para dar mais uma vez vida aos seus pinguins.

Com um roteiro mais elaborado que o do primeiro filme, com uma carga emotiva maior e com cenários deslumbrantes Happy Feet 2 é um filme encantador, que irá agradar a adultos e crianças, mesmo filme sendo mais voltado para os pequenos, os pais irão pescar melhor algumas mensagens que estão no filme (principalmente as sacadas musicais), porém os pequenos irão aprender lições importantes como a humildade, seguir os seus sonhos e jamais desistir deles até encontrar o seu lugar no mundo. O tema do filme pode até ser batido, porém os belíssimos cenários aliados a experiência de 3D IMAX garantem um programa de final de ano para toda a família.

domingo, 9 de outubro de 2011

Pré Estréia - Um Dia

Esta é a centésima postagem do Movies & Cultures. Quando comecei o blog a dois anos atrás, em maio de 2009, queria colocar em prática um projeto antigo de escrever sobre filmes, coisa que eu fazia esporadicamente em outros sites. Quando fui vendo que se aproximava da crítica número 100 imaginei que tinha que ser um filme especial para merecer essa posição. E como na vida as surpresas ocorrem de uma hora para a outra e o momento para postar essa crítica é também especial em minha vida, pois estou a uma semana do meu casamento e nada melhor que escrever sobre uma história de amor, mas não é uma história de amor qualquer é uma história de amor como à muitos anos não chegava as telas do cinema.

O filme se chama "Um Dia" (One Day, Inglaterra 2011), dirigido pela premiada diretora inglesa Lone Scherfig de "Educação" (An Education, Inglaterra 2009), e é baseado no romance homônimo de David Nicholls (já comentando aqui no Blog) e tem como personagens principais uma garota idealista Emma (Anne Hathaway) e um rapaz rico e mimado Dexter (Jim Sturgess), que terão suas vidas retratadas ao longo de 20 anos de convivência e neste período eles irão conversar, se consolar, se ajudar, brigar, retornar a amizade, enfim todos os elementos que tornam uma amizade sincera possível.

No ínicio da projeção vemos Emma no dia 15 de Julho de 2006 e o tempo então recua para o dia 15 de Julho de 1988 a noite em que Emma e Dexter se conheceram e se tornaram amigos, e nesta primeira cena está a grande sacada para fazer com que o público entenda que os anos irão passar e fazer com que a linha narrativa do roteiro, escrito pelo próprio autor do livro, seja coesa ao longo de toda a projeção. 

Com 108 minutos de duração o filme alterna momentos divertidos e outros tristes (alguns até levam as lágrimas) como ocorre na vida. 

A cada ano os personagens vão amadurecendo, colocam projetos pessoais em prática, erram, pedem perdão um ao outro e seguem em frente com as suas vidas. No caso de Emma que tem como primeiro emprego o de garçonete em um restaurante mexicano, porém não desiste do seu grande sonho que é o de escrever livros para crianças e adolescentes, por outro lado Dexter quer curtir a vida e passa de um romance a outro em um curto espaço de tempo, para ele tudo é uma festa que parece não ter fim, pois o estado normal de seu personagem é estar de ressaca após longas noitadas com mulheres, bebidas e drogas.

Porém Dexter nutre algo mais pela melhor amiga, só que o seu estilo de vida não agrada a Emma que apesar de nutrir os mesmos sentimentos pelo amigo, acha que ele ainda precisa amadurecer para merece-la por completo. E será Emma que irá curar as feridas que a vida irá imprimir em Dexter e ser curada pelo amigo quando ela precisar, coisas que só as verdadeiras amizades permitem.

Só que a vida tem sempre cartas nas mangas e de um ano para o outro o rumo das vidas dos personagens mudam para melhor ou para pior, afinal é a vida real sem tirar nem por que está sendo retratada nas telas, por isso tudo é possível.

Como o roteiro foi escrito pelo próprio autor do livro a essência do mesmo foi mantida nas telas e após lapidar os excessos (são 410 páginas no total) retratou nas telas o que era necessário, porém para quem leu o livro nada irá mudar e para quem não leu irá procurar o mesmo nas livrarias para ler, mesmo já sabendo o final da história. Não há dúvidas que esse roteiro já é um dos fortes candidatos a roteiro adaptado no próximo Oscar, tamanha a semelhança entre livro e filme.

Outro ponto forte que não foi deixado de lado são os elementos da cultura pop que vão desde as músicas, filmes e video games da época em que está sendo retratada a cada ano da história, e não será surpresa escutar Tears for Fears, ver referências a Evil Dead e Star Trek, passando games como Mortal Kombat e a  popularização do celular, tudo mostrado de maneira sutíl e que se encaixa perfeitamente na narrativa.

A medida que os anos avançam os atores precisavam envelhecer, então entram os truques de maquiagem para fazer com que os mesmos na casa dos seus 30 anos na vida real, se tornem velhos, no caso de Emma o cabelo fica mais curto e o seu estilo de se vestir mudam ao longo dos anos, já Dexter ganha cabelos grisalhos e barba e amadurece aos poucos.

Quem já leu o livro vai perceber que até os diálogos que mais chamavam atenção estão lá e da mesma forma como foram escritos. 

Um execelente filme de romance que vai permanecer na memória de todos que assistirem por muitos e muitos anos e merece sem sombra de dúvidas muitos prêmios, não será surpresa se algumas estatuetas do Oscar forem arrematadas pelo mesmo,afinal é um filme que cativa, faz rir e chorar, mas como na vida no momento certo e como diz a personagem Emma em uma de suas frases mais marcantes "Não importa o que irá acontecer amanhã se nós sempre teremos o hoje", pois na vida são os momentos presentes que contam e são esses que determinam o nosso futuro. E essa é a grande mensagem do filme aproveitar cada momento, que é único, nem que seja por um dia.

Crítica - Contra o Tempo

A ficção científica é um gênero cinematográfico que tem de tempos em tempos volta a cena nas telas dos cinemas, porém não são todos os filmes desse gênero que se saem bem nas bilheterias. Não é o caso de "Contra o Tempo" (Source Code, EUA 2011), que ao misturar Avatar com Matrix consegue prender a atenção dos espectadores em seus 93 minutos de duração.

Um dos acertos do roteiro é ir direto ao assunto e não perder tempo de contar para o público a origem dos personagens, até porque esse é um dos mistérios que serão desvendados ao longo da projeção. 

A história começa com o soldado Colter Stevens (Jake Gyllenhall) acordando no corpo de um outro homem que viaja em um trem em companhia de uma mulher, que neste momento não fica claro para o público que tipo de relação eles tem. Um série de fatos ocorrem e exatos 8 minutos depois o trem explode matando todos que estão a bordo e Stevens acorda em uma espécie de cápsula, onde uma outra militar conhecida somente como Colleen Goodwin (Vera Farmiga), faz uma série de perguntas a Stevens relacionadas ao atentado que acabou de ocorrer, além é claro de explicar em parte do que se trata aquilo tudo. Na verdade o Código Fonte (o título original do filme em inglês) é uma experiência do Governo que possibilita que por oito minutos uma pessoa entre no corpo de uma das vítimas do atentado que está por vir e localize o terrorista, para que este seja posteriormente preso pelas autoridades.

Um filme que terá a sua cena chave (a da explosão do trem) repetida inúmeras vezes tinha tudo para ser maçante e chato, porém o roteiro é tão bem estruturado que está cena vai mudando de acordo com que Stevens vai mexendo com aquela realidade paralela até localizar o terrorista e passar o seu nome para as autoridades. Porém Stevens acaba se afeiçoando por uma das passageiras, neste caso Christina (Michelle Monaghan) e esse fato faz com que ele ainda tenha alguns flashs de memória onde ele irá recordar algumas coisas do seu passado como soldado.

A princípio pode parecer complicado entender toda a trama, porém o roteiro vai revelando os mistérios ao longo da projeção e no momento certo, e neste ponto se destacam também os atores que dão vida aos seus personagens na medida certa. O filme é praticamente dirigido por um diretor estreante em longas e sem um título de destaque em seu currículo, porém já neste demonstra que tem tudo para fazer bons filmes.

Já o trio de atores principais, estão bem em seus papéis e aqui se percebe novamente que unir bons atores a um roteiro eficiente e bem escrito, pode render boas histórias e sem que o público fique contando os minutos para terminar o filme.

No final Contra o Tempo é um filme que tem uma boa dose de ficção científica, suspense e ação e todos na medida certa. Ao final tudo será explicado e o público irá compreender toda a trama que se passou na tela. E em tempos de continuações o final deixa uma porta aberta para mais alguns filmes, só se espera que os produtores não queiram correr literalmente contra o tempo para colocar outros filmes nas telas e estragar um roteiro que tem tudo para gerar boas continuações, afinal este faz cada segundo de projeção valer a pena.

domingo, 25 de setembro de 2011

Crítica - Planeta dos Macacos: A Origem

Em 1968 foi lançados nos cinemas um filme que a princípio trazia uma história despretenciosa, o de um planeta onde toda a sociedade era dominada por macacos e os homens eram os "animais" e escravos dos símios, o filme era "Planeta dos Macacos" (Planet of the Apes, EUA 1968). Com o sucesso do primeiro filme logo foram realizados mais 4 continuações entre os anos de 1970 e 1973, praticamente uma a cada ano o que não comprometeu em nada a narrativa dos filmes, porém todos inferiores ao clássico de 1968.

Em 2001 o diretor Tim Burton, trouxe a sua versão para a história e com um remake do filme original de 1968, não obteve sucesso e a sua intenção de fazer uma nova série não alavancou e rendeu somente o pior filme da carreira do cineasta e nada mais.

Só que este fracasso não afastou a idéia dos produtores de Hollywood em fazer mais uma tentativa para revitalizar a série, só que desta vez no foi feito um remake, mas sim uma nova origem para a história e Planeta dos Macacos - A Origem (Rise of the Planet of the Apes, EUA 2011), promete ser uma nova série para os cinemas, mesmo tendo somente os elementos básicos dos originais e de prestar algumas homenagens a série original.

A ação se muda para uma São Francisco dos dias atuais, onde o cientista Will Rodman (James Franco), tenta a todo custo achar a cura para o Mal de Alzhemeir com a intenção de salvar o seu pai da doença, então com a sua equipe utiliza chipanzés para fazer os testes da vacina. Porém a droga batizada de ALZ 112 tem um efeito diferente nos símios, que faz com que estes desenvolvam inteligência maior que a dos humanos. Após um acidente durante a apresentação para a diretoria da empresa para conseguir os recursos para o término da sua pesquisa e uma das cobais chipanzés ser morta diante de todos os diretores, Will é obrigado a parar a pesquisa e sacrificar os chipanzés, porém um de seus ajudantes descobre que na verdade uma das chipanzés havia dado a luz e estava somente defendendo a sua cria. Will resolve levar o pequeno chipanzé para sua casa e continuar as pesquisas da droga por conta própria, porém isso seria o estopim de toda uma revolução, e a criação de uma nova raça.

Apesar desta versão para a origem do planeta dos macacos ser diferente, da contata na versão dos anos 60 e 70, ao menos é uma versão que não compromete a história original.

Ao contrário dos filmes dos originais a maior parte dos macacos utilizados que aparecem nos filme são digitais, e foi utilizada a técnica de captação de movimentos de atores reias para dar vida aos símios. Andy Serkis (o mesmo ator que deu vida ao Gollum da trilogia Senhor dos Anéis) aqui vive Caesar o chipanzé que será o líder dos macacos.

Além destes atores estão presentes Freida Pinto, como uma veterinária que irá ter um romance com Will e Tom Felton (o Draco Malfoy da série Harry Potter), que parece estar interpretando ainda o mesmo personagem da série do bruxinho, porém o seu personagem no filme irá despertar o ódio dos símios pelos humanos devido aos maltratos que recebem dos humanos que tomam conta deles em uma espécie de prisão de segurança máxima, onde desde jatos de água fria e choque são utilizados para "acalmar" os animais. Local este que Caesar vai ser levado após atacar o vizinho de Will para defender o pai do cientista.

O filme contém poucas cenas de ação, e somente a cena da Golden Gate quando os macacos utilizando técnicas de guerrilha e liderados por Caesar irão atacar os seus opressores humanos, na tentativa de irem viver nas matas ao redor da cidade, chama maior atenção.

Apesar de trazer uma versão diferente da contata na série original para como a Terra será habitadas pelos símios, está versão não é tão comprometedora como a realizada por Tim Burton. No final o filme agrada o público e deixa uma porta aberta para uma continuação, só não se sabe se a Fox irá levar os seus planos a frente e seguir com a série, mas tudo indica que sim. Com uma linha narrativa já estabelecida é mais fácil em um futuro filme colocar mais ação e continuar a história.

Com algumas qualidades o filme se sai bem nas telas, porém o clássico de 1968 ainda impera absoluto e ainda não será desta vez que será destronado por uma versão moderna da história.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Crítica - Os Smurfs

Sei que demorei um pouco para postar essa crítica, mas não poderia deixar de falar a respeito desse filme aqui no blog. Quando saíram as primeiras notícias que seria feito um filme dos Smurfs para o cinema pensei que outra bomba estava a caminho, tempos depois divulgaram que o diretor seria Raja Gosnel (egressos de filmes não tão bons assim), pronto tudo indicava que o filme tinha tudo para ser a bomba de 2011. Para a minha surpresa e de muitos outros espectadores o filme, além de servir de nostalgia para aqueles que viveram a infância ou adolescência nos anos 80 é ótimo.

Pode-se dizer que "Os Smurfs" (The Smurfs, EUA 2011) é um filme divertido, ágil e com um roteiro simples, mas que não compromete o resultado final. O primeiro acerto é colocar os seres azuis da altura de três maçãs em plena cidade de Nova York em pleno século XXI. Como isso é feito? Logo no início do filme o smurf Desastrado atrai sem querer o bruxo Gargamel (Hank Azaria) para a Vila dos Smurfs, objetivo perseguido pelo bruxo em toda a série animada e que este nunca conseguia atingir. Está é a deixa para levar Papai Smurf, Smurfette, Gênio, Desastrado, Ousado e Ranziza, após a fuga da vila a atravessarem um portal mágico aberto devido a Lua Azul, para a cidade grande e lá se encontrarem com o casal Grace Winslow (Jayma Mays) e Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) e lógico que para o roteiro funcionar era preciso levar Gargamel e o seu gato Cruel para a cidade grande pelo mesmo portal.

O roteiro apesar de simples, não deixa pontas soltas e não exagera nas piadas relacionadas a cor dos smurfs, seja fazendo referência a uma nova mídia digital de filmes ou a um grupo performático americano. Porém os melhores momentos do filme são de Gargamel e de seu gato Cruel que no meio de Nova York parecem terem sido incorporados de forma perfeita a metrópole, devido ao todo tipo de gente que anda por aquela cidade, logo eles apesarem de "esquisitos" para a época são encarados com naturalidade pelos habitantes da cidade.

Não poderia faltar a música cantarolada pelos smurfs no desenho animado e a cena que os pequenos seres azuis cantam para "alegrar" o trabalho de Patrick em seu escritório e com direito a um comentário um pouco sarcático por parte de um dos personagens, além servir como outra justa homenagem ao desenho dos anos 80.

E como estamos na época dos filmes em 3D, este não poderia deixar de entrar na onda e ter a sua versão em três dimensões exibida nas telas de cinema, e não é surpresa se um ou outro smurf se aproximar da platéia e alguém tentar colocar a sua mão nos seres azuis. O 3D dá uma vida extra ao roteiro e não é um exagero por parte do estúdio para se arrecadar mais dinheiro na bilheteria.

Talvez a única coisa que não se encaixa perfeitamente no todo é a personagem vivida pela atriz Jayma Mays, que não tem uma função bem definida na história e se a sua personagem nem existisse na história não faria a menor falta.

Com referências ao século XXI muito bem sacadas - como a cena do Guitar Hero - o filme está agradando ao público em geral e levando adultos a reviver a sua infância e fazendo toda uma nova geração de fãs das criaturas azuis criadas pelo belga Peyo em 1958.

Devido ao sucesso do filme a Sony já deu sinal verde para que o segundo filme seja feito e o mesmo está agendado para chegar as salas de cinema em meados de 2013.

Agora é esperar para ver o que os roteiristas irão fazer com os personagens no segundo filme, quais os novos personagens irão entrar para o grupo e onde a ação irá se passar e lógico torcer para que uma segunda visita do público aos Smurfs seja também tão surpreendente como esta primeira... Ahhh sim e esperar que a canção dos smurfs esteja lá novamente.

domingo, 21 de agosto de 2011

Crítica - Super 8

Quando era criança e adolescente nos anos 80 cresci assistindo a filmes como Goonies, E.T, Gremlins, entre muitos outros em que a temâtica era quase sempre a mesma coisa, mas eram filmes que tinham os seus roteiros tão bem escritos que de uma maneira ou de outra encantavam os espectadores. Porém com o passar do tempo essa magia foi se perdendo e os filmes passaram a não ter mais um tom de inocência como os citados acima.

Porém o diretor J.J. Abrams, o mesmo que revitalizou a série Star Trek no cinema, se uniu a Steven Spielberg que entra aqui como produtor executivo, para levar as telas o excelente "Super 8" (Super 8, EUA 2011) e fazer com que os mais saudosos revivam toda a magia dos filmes dos anos 80.

O ponto de partida do filme é a morte da mãe de Joe (Joel Courtney), logo entra aqui o elemento da família partida, que em E.T. era representado pelo divórcio dos pais de Elliot. O filme avança 4 meses e chegam as férias escolares de verão do grupo de garotos que serão os verdadeiros protagonistas do filme, pois os mesmos estão rodando um filme de zumbis trash para participar de um festival de filmes amador. Em uma determinada noite o grupo decide rodar uma das cenas em uma estação de trem um pouco afastada da cidade, mas destemunham ali um "acidente" de trem e tudo fica registrado na velha máquina super 8, daí o título do filme. A cena do acidente é perfeita em todos os sentidos, não há falhas, além de ser dirigida de forma magistral, uma cena que já entrou para a história do cinema.

É durante o acidente que uma criatura é libertada e começa a aterrorizar a pequena cidade no interior de Ohio, porém os meninos começam a desconfiar que na verdade existe muito mais por trás do acidente que destemunharam. É ai que entra o lado "Cloverfield" (filme dirigido por Abrams) do filme, pois só vemos vultos da tal criatura.

Se existe um elenco adulto no filme, estes funcionam como meros coadjuvantes, o filme é realmente dos garotos e da única menina do elenco que é Elle Fanning (irmã mais nova de Dakota Fanning) e são delas momentos de atuação perfeitos no filme, onde demonstra uma enorme maturidade como atriz.

O roteiro é outro acerto de Super 8, pois nada ocorre fora do contexto e toda a ação é baseada nos fatos que se desenrolam e sem que sejam cometidos exageros, talvez a única cena mais exagerada do filme seja a dos tanques de guerra dentro da cidade quando o exército invade a cidade para eliminar a tal criatura e mesmo assim há alguma veracidade por trás da cena apesar dos exageros. Outro grande acerto do filme é ambientar toda a ação no ano de 1979.

A trilha sonora parece ter sido importada diretamente da década de 80 para os dias atuais e lembra muito as memoráveis trilhas criadas por John Williams para os filmes daquela época, pois a mesma pontua as cenas de ação de forma perfeita indo até as cenas mais tristes quando Joe se lembra de sua mãe ao visitar o seu túmulo.

E lógico não poderia faltar os efeitos especiais para fechar todo o pacote e estes trabalham a favor do roteiro e não contra ele e entram no momento certo na trama.

Outra coisa que chama a atenção é a arte do cartaz, que lembram em muito os cartazes dos filmes antigos da década de 80.

Os mais atentos irão perceber inúmeras referências nos cenários aos filmes da década de 80 e são cartazes de filmes de terror, naves de Star Wars entre outras referências todas prestando a devida homenagem aos clássicos que fizeram fãs ao redor do mundo.

Muitos poderam achar ao terminar de assistir ao filme que virão um "E.T" do século 21 e se pensarem isso não estaram pensando errado, pois o filme realmente se assemelha muito ao antigo filme da década de 80 que permanece um clássico e aqui em Super 8 de uma maneira ou de outra recebe as devidas homenagens.

Um filme que merece ser visto no cinema para que os mais saudosos revivam a década de 80 e para que uma nova geração possa ter a sensação do que era esse cinema mágico que Spielberg, Lucas entre outros que levaram as telas nesta década já distante histórias que encataram fãs do mundo inteiro. Não será surpresa se "Super 8" entrar para a lista dos melhores filmes de 2011 no Oscar do ano que vem e será com todo o mérito.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Crítica - Capitão América: O Primeiro Vingador

Os filmes dos super heróis da Marvel já se consolidaram no cinema de ação, além de já terem datas cativas para as suas estréias e ainda levam fãs e não fãs dos heróis para as salas escuras para assistirem as suas aventuras. Com "Capitão América - O Primeiro Vingador" (Captain America: The First Avenger, EUA 2011) o ciclo se fecha e o cenário já está pronto para o filme da super equipe da Marvel do ano de 2012, "Os Vingadores" (The Avengers, EUA 2012).

Um dos maiores acertos do filme é situar a história durante a Segunda Guerra Mundial, exatamente na origem do personagem, além de mostrar personagens que foram citados somente nos outros filmes da Marvel, um desses personagens é o pai de Tony Stark (Homem de Ferro), Howard Stark ( Dominic Cooper)   que é o responsável pela criação do Capitão América (Chris Evans), devido ao soro que ele injeta em Steve Rogers no experimento para criar os Super Soldados. Devido a essa decisão o filme além de ligar os fatos conta de forma clara até para os não fãs como foi a origem do personagem.

Outro acerto foi convidar o ator Hugo Weaving para ser o arquinimigo do Capitão América e o seu Caveira Vermelha é perfeito, apesar do ator só aparecer com o seu alter ego na segunda metade do filme, porém antes como o nazista Johann Schmidt ele não decepciona.

A história do filme começa com as inúmeras tentativas de Steve Rogers para entrar no exército e defender o seu país contra as forças do eixo na Europa, só que devido ao seu porte físico ele é sempre reprovado durante o recrutamento, até que durante a sua visita a Stark Expo ele é misteriosamente recrutado pelo serviço militar e finalmente vai para a Europa. Porém o real motivo de seu recrutamento era se tornar um dos possíveis candidatos a participar da experiência para se tornar um dos super soldados. Só que para isso terá que passar pelo treinamento militar supervisionado pelo Coronel Chester Philips (Tommy Lee Jones), que como de costume nos filmes da Marvel é o personagem que serve de alívio cômico para a trama.

Já a atriz Hayley Atwell que faz a personagem Peggy Carter, tem bons momentos no filme e serve como par romântico para Steve Rogers. Porém a sua personagem não é uma mulher frágil e em algumas cenas está na frente de batalha para defender o seu país.

É após a experiência que transforma Steve Rogers em Capitão América que o filme assume ainda mais o seu lado patriótico e não faltam referências aos EUA e toda aquela patriotada e discurso pró americanos já visto em muitos filmes. Esse é senão o único "erro" do filme, porém pode ser facilmente colocado de lado.

A trilha sonora é correta e serve corretamente a ação que se desenrola na tela.

O roteiro é outro ponto alto do filme, pois a ação ocorre sempre quando deve ocorrer e tirando uma cena ou outra mais exagerada, as demais são bem colocadas ao longo do filme. Merece destaque aqui a excelente sequência onde o Capitão América e o seu grupo de soldados tomam um dos trens Nazistas em um desfiladeiro, a sequência é bem dirigida e a ação é na medida certa. Porém o clímax do filme merecia um pouco mais de ação, porém nada que comprometa o resultado final do filme. Merece destaque tanbém a maneira que os roteiristas encontraram para levar o Capitão para os dias atuais e logo fazer o link para o filme dos Vingadores.

Com todo esse trabalho de contar aos poucos nos filmes solos de cada um dos heróis como a super equipe irá se reunir, ficou claro o que a Marvel pretende fazer em 2012 com "Os Vingadores".

O resultado final de Capitão América é satisfatório e como filme de ação é perfeito e lembra muito os longas do gênero dos anos 80 e 90. Se "Bastardos Inglórios" (Inglourious Basterds, EUA 2009) de Quentin Tarantino não tivesse sido feito a dois anos atrás o filme do Capitão América daria um outro foco para a Segunda Guerra Mundial, porém o filme do herói que tem como uniforme a bandeira americana, agrada a fãs e não fãs. Ao final dos créditos está lá escondido o trailer do tão esperado "Os Vingadores" que promete ser o filme de super heróis definitivo da Marvel é esperar para ver, pois tudo está pronto.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Crítica - Assalto ao Banco Central

Após a retomada do cinema nacional, muito bons filmes foram feitos e outros não tão bons assim, porém todos contribuiram de uma forma ou de outra para a maturidade do nosso cinema, que aos poucos cai no gosto do espectador, que antes só estava acostumado aos filmes made in USA. E "Assalto ao Banco Central" (Brasil, 2011) é mais um exemplo de bom cinema nacional.

A trama se baseia no caso real ocorrido em Agosto de 2005, quando um grupo de ladrões planejou meticulosamente uma maneira de entrar no cofre do Banco Central em Fortaleza e roubar R$ 164.7 milhões. O grupo passou quatro meses cavando um túnel que os levaria ao interior do cofre, onde só roubariam notas de R$ 50,00 que estavam para serem incineradas. Todo esse planejamento levou a todos os envolvidos a cometer o maior roubo a banco do século e isso tudo sem disparar um único tiro, fazer soar um alarme sequer e após terem sido gastos milhares de reais com todo esse planejamento.

No elenco estão Eriberto Leão (Mineriro), Hermila Guedes (Carla), Milhem Cortaz (Barão), Lima Duarte (Chico Amorim) e Giulia Gam (Telma Monteiro), que compõem o núcleo central do filme, além das participações especiais de Daniel Filho, Cassio Gabus Mendes e Milton Gonçalves.

O grande trunfo do filme e a sua maior contribuição para o cinema nacional é a sua montagem, pois o filme não tem uma narração linear e vai e volta no tempo para retratar o caso que deixou todo o país com muitas perguntas até hoje. Montado de uma forma ágil e em alguns momentos se utilizando até mesmo de uma câmera mais rápida o diretor Marcos Paulo consegue imprimir o ritmo certo para a narrativa do filme, sem que o público fique disenteressado logo pela trama central do filme.

Como o caso não foi elucidado e muitas perguntas são feitas até hoje a seu respeito, os roteiristas tiveram que preencher as lacunas que faltavam para que o roteiro se fechasse por completo. Logo quem acompanhou o caso nos jornais da época irá perceber o que é realidade e o que é ficção no filme, porém essas inclusões não atrapalham no resultado final do longa e até coloca alguma luz no que pode ter ocorrido realmente.

Como todo filme policial existem cenas violentas e que podem incomodar um pouco o público, como as cenas de sexo protagonizadas pela personagem Carla ou a cena da tortura de um dos integrantes do bando por policiais corruptos que querem uma parte do dinheiro roubado para si. Porém esses momentos se encaixam perfeitamente na trama e apesar de serem um pouco exagerados não estragam narrativa do filme.

A trilha sonora foi bem escolhida e enriquece ainda mais as cenas onde a música é necessária para pontuar a ação que está passando na tela e criar um certo suspense quando for o caso.

Ao final o público terá assistido a mais um bom filme nacional e agora podemos ter certeza que com todo o cuidado que os diretores e produtores estão tendo com os filmes nacionais, logo iremos ter mais  blockbusters, como foi o caso de "Tropa de Elite 2", e definitivamente o Brasil irá voltar para a rota do cinema mundial. 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Perfomance - Miwa Matreyek

Já havia planejado escrever aqui no blog um post sobre como teria sido o 19º Anima Mundi, dando um panorama de tudo o que ocorreu durante os dez dias de festival. Este post será publicado em breve aqui no blog, porém algo me chamou tanta atenção durante o Anima Mundi, que merece um post exclusivo.

Durante a programação do Anima Mundi, estava programado para a segunda semana, a performance de Miwa Matreyek, que consistia na sombra da artista projetada em uma tela onde animações eram exibidas e isso tudo sincronizado com a trilha sonora criada exclusiamente para a apresentação.

A performance que foi apresentada durante o Festival se chama Myth and Infrastructure (2010) e consiste em quatro atos, totalizando 20 minutos de apresentação.

No primeiro segmento as mãos da artista interagem com as imagens projetadas, que vão de frutas e bolos de aniversário até livros. Já no segundo segmento Miwa se torna uma ilha e aos poucos é "criada" uma civilização. O terceiro segmento e mais impressionante de todos é quando a sombra de Miwa passeia por entre os prédios de uma metrópole, e ai é um dos grandes momentos da apresentação, pois existe um truque para criar essa ilusão que a artista esta passeando entre os prédios. O quarto e último segmento é o mais onírico dos quatro apresentados, onde o corpo da artista interage com as imagens que são projetadas sobre o seu corpo.

Toda essa performance era acompanhada por uma trilha sonora impecável, que era sem sombra de dúvidas um dos pontos altos da apresentação. Pois é a música que marca o tempo certo para os movimentos da artista.

Sem dúvida alguma a perfomance de Miwa Matreyek é realmente mágica diante dos olhos. Unindo animação, teatro e dança, não há quem não assista que não se impressione com o que vê. Durante o festival foram 12 apresentações ao todo e todas com lotação esgotada.

Não há dúvida alguma que está performance apresentada esse ano no Anima Mundi irá ficar marcada na história do festival e para quem não teve a oportunidade de assistir segue o link no you tube com um trecho do trabalho de Miwa.


Vale a pena conferir um trecho e porque não torcer para que ela volte com outras performances ao país, pois não é toda hora que performances como essa aparecem por aqui.

domingo, 17 de julho de 2011

Crítica - Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

Com a estréia de "Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2" (Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2, EUA 2011), chega ao fim uma das franquías mais rentáveis da história do cinema. E com isso os fãs que cresceram com o bruxinho inglês, acompanhando cada aventura de Harry e seus amigos, fosse nos livros ou nas adaptações para as telas de cada um dos sete livros da série e chegado o momento de dizer adeus.

Tudo começou em 1997 com a publicação do primeiro livro, só que o primeiro filme da série cinematográfica só viria a luz em 2001, pelas mãos da Warner Bros. que no mesmo ano enfrentou a concorrência de um outro peso pesado do cinema fantástico que era a adaptação para as telas da trilogia "O Senhor dos Anéis", após o lançamento do primeiro filme era certo que Harry e seus amigos teriam vida longa nas telas e os demais livros iriam ser adaptados para a tela.

Agora o ciclo se fecha com a estréia da segunda parte da adaptação do último livro da série dirigido por David Yates, que foi responsável pelos três últimos filmes da série e coube a ele a responsabilidade de fechar a série como os fãs esperavam. Lógico que lançando mão de algumas licenças poéticas para adaptar o texto de forma que o formato para as telas não compromete-se a narrativa do livro.

O filme começa no mesmo ponto que a parte 1 havia parado, com Lorde Voldemort (Ralph Fienes) tendo em suas mãos a varinha das varinhas e Harry se despedindo de Dobby, morto ao resgatá-lo junto com os seus amigos da mansão dos Malfoy. Neste momento fica claro para Harry que ele precisa seguir em frente com a difícil tarefa de localizar e destruir as Horcruxes, objetos que guardam parte da alma de Vodemort e somente após destruir a todas Harry terá alguma chance de confrontá-lo e destruí-lo.

Se no primeiro filme não haviam muitos momentos de ação, agora nesta segunda parte estes irão se fazer presente durante toda duração do longa, intercalados por momentos em que Harry irá se questionar se tudo aquilo irá levá-los a algum lugar.

Outro ponto forte do filme é não poupar os espectadores com cenas de batalhas onde ambos os lados terão baixas e feridos, o diretor optou por uma narrativa bem próxima ao texto original, e Harry vê a cada momento um dos seus amigos morrer ao confrontar um comensal da morte.

A fotografia do filme é sombria, como vem ocorrendo desde o terceiro filme da série dirigido por Alfonso Cuarón, que foi deixada um pouco de lado no quarto filme dirigido por Mike Newell e voltou a ter um tom mais assustador a partir do quinto filme da série já com a direção de David Yates.

Apesar de ter sido convertido para o 3D e não filmado com esta tecnologia, o filme ganha um pouco com este formato, pois as cenas de batalha em Hogwarts ganham outra dimensão e em alguns momentos realmente parece que o especatador esta no meio da ação.

Um grande acerto é dar o devido destaque aos personagens que nos últimos filmes da série foram relegados ao esquecimento, e com isso a personagem da atriz Magiie Smith, a professora McGonagal ganha o seu destaque. Assim como o personagem Neville Longbottom (Matthew Lewis) que tem momentos chaves do filme no desenrolar da história.

As cenas da batalha em Hogwarts são grandiosas e o clímax com o duelo entre Harry e Voldemort, funciona muito bem nas telas, assim como no livro. Também merece destaque a cena em que Harry e seus amigos Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint) invadem o Banco de Gringotes para localizar e destruir mais uma Horcrux.

O resultado final agrada aos fãs, que irão notar algumas discrepâncias aqui e ali, porém isso não afeta em nada a narrativa e até ajuda a manter a narrativa mais coesa e fluída. Após uma década acompanhando cada filme no cinema os fãs se despediram do bruxinho inglês com grande estilo e agora estes tem como missão perpertuar a saga de Harry e seus amigos através dos tempos, pois como em determinado momento é dito no filme a nossa maior magia está nas palavras.

sábado, 9 de julho de 2011

Livro - Um Dia

O que é uma amizade sincera que transcorre durante anos e anos e permanece intocada, mas com todos os percalços de uma amizade verdadeira e sincera deve ser? Como pedir desculpas a uma pessoa que você considera como melhor amigo ou amiga? Como estar presente nos momentos em que um precisa do outro para aconselhar e ser um ombro amigo, ou para compartilhar conquistas e alegria? É exatamente respondendo a essas perguntas que o autor David Nichols estrutura o seu livro "Um Dia" (One Day, Inglaterra 2009).

O livro acompanha a vida de Emma Morley e Dexter Mayhew ao longo de 20 anos, tendo como ponto de partida o dia 15 de julho de 1988, o dia em que ambos se conhecem e passam a noite juntos no pequeno apartamento onde Emma mora com uma colega de quarto, no dia da formatura de ambos. Porém Emma e Dexter são praticamente o oposto um do outro, ele é um rapaz rico e fútil que só pensa em ser famoso na televisão, enquanto Emma é uma garota pobre e que pensa em se tornar uma escritora ou se tornar uma professora.

A cada capítulo do livro o ano muda, e o leitor encontra novamente os personagens um ano mais velhos e exatamente novamente no dia 15 de julho, no dia do aniversário em que os protagonistas se conheceram. E o livro segue mostrando o amadurecimento de Emma e Dexter ao longo dos anos, e como em qualquer amizade que se preze, eles se ajudam, brigam, pedem desculpas, conhecem pessoas, mas não esquecem a amizade que um tem pelo outro.

O livro é bem estruturado e é difícil parar de ler, pois o leitor sempre vai querer saber o que irá ocorrer no ano seguinte. Em alguns momentos o livro faz um flasback, o que são raros, para explicar algo e isso garante que não existam pontas soltas na história.

Outro ponto interessante é como o ato de um dos protagonistas irá influenciar diretamente no outro, logo as longas conversas entre Emma e Dexter, irá moldar aos poucos não só a personalidade de ambos, mas as suas vidas serão guiadas muitas vezes por essas conversas.

E o livro realmente mexe com o leitor e o leva do riso as lágrimas e consegue passar uma mensagem de amizade e companheirismo para todos que o ler.

Estruturado em cinco partes e 23 capítulos o livro de 408 páginas (na edição nacional publicada pela Intrinseca) é de leitura fácil.

Com um texto envolvente e cativante, personagens bem construídos e uma história de amizade que atravessa duas décadas, David Nicholls escreveu um livro que vai ficar marcado para quem o ler e aqui digo que vale até uma releitura, para que as passagens que passaram despercebidas na primeira leitura sejam descobertas.

Um Dia ganhou recentemente um filme estrelado por Anne Hathaway como Emma Morley e Jim Sturgges como Dexter Mayhem e dirigido por Lone Scherfig (Educação), o longa está ainda inédito nos cinemas nacionais. e tem data de estréia marcada para agosto para os Estados Unidos. E quando estreiar será comentado aqui no blog.

Por enquanto nos resta ler o livro e tirar algumas lições para as nossas vidas, que o autor colocou ao longo de todo o livro, seja em uma frase ou conversas entre os personagens principais de alguma forma o livro nos fará pensar e refletir e percermos que a verdadeira amizade é intocável, mesmo que esse amigo ou amiga não esteja por perto quando precisarmos, ele ou ela sempre será uma parte de nós, pois amizades verdadeiras e sinceras são assim, ficam marcadas por toda a vida.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Crítica - Meia Noite em Paris

Woody Allen sempre fez filmes do estilo que ou você os ama ou você os detesta, ou seja, não há o meio termo em toda a sua filmografia. Pode-se dizer que a turnê europeia de Allen que passou Londres com "Match Point: Ponto Final" (Match Point, EUA 2005), "Scoop - O Grande Furo" (Scoop, EUA 2006) e "O Sonho de Cassandra" (Cassandra's Dream, EUA 2007), depois Allen foi para a Espanha onde rodou o sensual "Vicky, Cristina, Barcelona" (Vicky, Cristina, Barcelona, EUA 2008) e parecia ter parado a sua turne pela Europa por ai, pois os seus dois filmes seguintes voltaram para os EUA.

Porém Allen voltou as suas lentes para a cidade luz e "Meia Noite em Paris" (Midnight in Paris, EUA 2011) é um filme com a marca registrada do diretor e que une em um único longa a fotografia de uma metrópole Europeia e os diálogos ácidos de toda a obra do diretor na fase em que este filmava em Nova York.

O filme conta a história do escritor e roteirista Gil (Owen Wilson), que está em viagem a Paris com a noiva e os sogros, porém Gil não esconde o seu desejo de ter vivido em Paris em plena década de 20, quando grandes nomes da arte e da literatura viveram por lá e estavam no auge de suas criações. O desejo de Gil se torna realidade em uma noite após sair andando pela cidade e se perder e não conseguir chegar novamente ao hotel onde está hospedado e em um passe de mágica este é transportado por um antigo Pegeout para a própria década de 20.

A partir daí Allen faz com que o seu protagonista se encontre e debata as suas idéias e percepções com figuras como Ernest Hemingway (Corey Stoll), F. Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston), Zelda Fitzgerald (Alison Pill), Cole Porter (Yves Heck) entre muitos outros grandes nomes. Porém sempre de manhã Gil volta a sua realidade, ou seja, retorna ao tempo presente e desejando retornar ao passado mais uma vez.

Owen Wilson, que já trabalhou em diversos filmes de comédia e nunca esteve em papéis mais sérios, agora tem a chance de se firmar como um ótimo ator, pois ele está perfeito no papel e em muitos momentos dá para reconhecer os trejeitos do próprio Woody Allen nos diálogos de seu personagem quando este está debatendo os seus pontos de vista com os personagens que vai encontrando durante o filme.

A fotografia é outro trunfo do filme e Allen consegue captar belíssimas imagens de Paris e de seus arredores, sempre com uma câmera que valoriza a paisagem, nas cenas externas como as que se passam no Palácio de Versailles, ou em locações como os cafés em que Gil encontra com os demais personagens da década de 20. E como não podia deixar de ser o figurino recria muito bem a época.

As atrizes continuam sendo uma atração a parte nos filmes de Allen e agora o diretor aposta em duas atrizes que além de chamarem atenção pela sua beleza, são ótimas atrizes e já se destacaram em outros longas e Marion Cotillard e Rachel McAdans, não decepcionam e interpretam bem as suas personagens.

Outro ponto de destaque é o roteiro que não deixa brechas e tudo é bem resolvido, como já se espera de um filme do diretor. A forma encontrada para que Gil seja transportado a década de 20 é realmente um dos destaque do roteiro, e tudo o que se passa nesta época irá se refletir de alguma forma na vida de Gil ao retornar para a época atual.

Porém se "Meia Noite em Paris" tem tantas qualidades, o mesmo não é um filme para o grande público, devido ao grande volume de referências a literatura, pintura, música e ao cinema que estão permeados ao longo de todo o filme, somente quem já teve contato de alguma forma com os personagens citados irá entender as referências e achar graça do que esta sendo dito. Allen neste ponto optou por não explicar muito e deixar a referência ali para que quem já conhece entender.

O filme no final agrada a uns e desagrada a outros, como é de se esperar de um filme de Woody Allen, pois apesar de não estar filmando em Nova York, o diretor fez um filme que se assemelha demais a sua produção em terras americanas, ou seja, diálogos inteligentes, personagens cativantes e com um reforço de estarmos em uma capital européia que já serviu de cenário para inúmeras produções e agora é eternizada pelas lentes de Allen.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Crítica - Se Beber Não Case Parte 2

Quando Todd Phillips lançou em 2009 o filme "Se Beber Não Case" (The Hangover, EUA 2009) o que chamava a atenção eram as situações inusitadas vividas pelos três protagonistas Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis), quando estes organizavam a despedida de solteiro de Doug (Justin Bartha). Só que estes tomavam um porre e esqueciam completamente o que ocorrera na noite anterior, além de perderem o noivo e não saberem onde os mesmo se encontrava. A comédia rendeu muitos elogios da crítica e do público e lógico que com todo esse sucesso era inevitável que uma sequência fosse acontecer.

E dois anos depois "Se Beber Não Case - Parte II" (The Hangover Part II, EUA 2011) chega aos cinemas e seguindo a mesma estrutura do primeiro, pois tudo que deu certo no primeiro volta no segundo filme. Agora a premissa do filme é o casamento de Stu, só que este para não repetir o que ocorreu na despedida de solteiro de Doug resolve fazer somente um café da manhã, onde não haverá riscos de todos tomarem um porre homérico novamente.

Para garantir que nada irá dar errado Stu não convida Alan para o seu casamento, só que a pedido dos amigos este acaba por ceder e resolve levar Alan para Tailândia onde será realizado o seu casamento. Só que Alan não fica satisfeito com a amizade que Stu tem com o irmão de sua noiva Teddy (Mason Lee) e resolve dar um porre nele somente para tirá-lo do caminho, só que isso será o estopim para tudo que irá ocorrer no segundo filme.

Se no primeiro filme o cenário era Vegas, agora é a vez de Bangkok com todo o seu submundo servir de cenário para mais uma noite do grupo de amigos que tem que novamente descobrir o que ocorreu na noite anterior para descobrir onde está Teddy.

O que mais chamava atenção no primeiro filme era a estrutura do roteiro, em que cada situação puxava uma outra mais engraçada , no segundo filme essa estrutura se repete e as surpresas já não são tão surpreendentes, pois em alguns momentos dá para adivinhar o que irá ocorrer, porém outras surpresas não são tão óbvias assim e são estes os melhores momentos do filme.

A melhor adição para o filme é sem dúvida o pequeno macaco que acompanha o grupo pela sua peregrinação pelas ruas de Bangkok para descobrir o que ocorreu e onde estatria Teddy. Outro personagem que retorna e ainda melhor é Mr. Chow (Ken Jeong) que desta vez acorda da bebedeira junto com os protagonistas.

Se por um lado o roteiro não apresenta muitas surpresas, as situações são mais pesadas do que no filme anterior e desta vez até cenas com algum sangue foram adicionadas ao longa. Além das piadas terem um teor mais picante do que no filme original.

Ao final do filme novamente as fotos irão revelar o que ocorreu durante a noite em que os três amigos ficaram vagando por Bangkok, porém muitas coisas são reveladas durante o desenrolar da trama e isso é um outro ponto que este filme perde em relação ao seu original que era o fator surpresa.

Ao que parece a franquia pode parar neste segundo episódio sem ter a necessidade de ocorrer um terceiro episódio, pois não existe mais história para contar e se não houverem casamentos em um possível terceiro capítulo o título em português irá perder todo o sentido.

No final "Se Beber Não Case Parte II" cumpre o que promete, não desaponta o público, mesmo sendo a sua melhor piada o pequeno macaco, pois são dele os melhores momentos do filme.

domingo, 19 de junho de 2011

Crítica - Kung Fu Panda 2

Quando o primeiro "Kung Fu Panda" (Kung Fu Panda, EUA 2008) saiu nos cinemas não me chamou muita a atenção, apesar de ser um cinéfilo de carteirinha e adorar animações em computação gráfica, a história de um Panda que era "filho" de um ganso que sonhava em ser um mestre do Kung Fu em uma China antiga, seria apelação demais para um roteiro.

Passado algum tempo assisti ao filme quando o mesmo foi lançado em  DVD e a minha opinião foi um roteiro interessante, com bonitos cenários, paleta de cor adequada e uma carga filosófica até que exagerada para um filme infantil, não havia muita graça nem piadas, o filme era sério até demais para crianças pequenas e interessante para adultos que curtiam filmes de Kung Fu.

Parecia então que a Dreamworks iria ficar somente com o primeiro filme, isso seria uma certeza até porque a mesma lançou um longa metragem direto para o mercado de DVD com o título "Kung Fu Panda: Os Segredos dos Cinco Furiosos" (Kung Fu Panda: Secrets of the Furious Five, EUA 2008) no mesmo ano do lançamento do primeiro filme.

Então como em Hollywood a regra é lançar sequencias de franquias que podem se consolidar, a Dreamworks lança em 2011 "Kung Fu Panda 2" (Kung Fu Panda 2, EUA 2011) e para a minha surpresa o filme supera em muito o seu antecessor, trazendo uma história mais fluída e sem muitos rodeios de roteiro e vai direto ao ponto.

Desta vez reencontramos o Panda Po (voz de Jack Black no original) e seus amigos no Vale da Paz. Após ter vencido Tai Lung no primeiro longa, Po continua o seu treinamento com o mestre Shifu (voz de Dustin Hoffman no original) e este revela a Po que ele deve encontrar a sua paz interior para prosseguir com o seu treinamento e se tornar um grande mestre do Kung Fu. Só que uma nova ameaça surge para colocar em risco não só a China como o próprio Kung Fu, pois Shen (voz de Gary Oldman no original) utilizando da tecnologia criada pelo seu povo pretende utilizar uma arma criada por ele para oprimir o povo Chinês e ter um império somente para si, após ter jurado vingança aos seus pais e ser expulso da corte após matar vários pandas para que uma profecia feita pela feiticeira da corte não se realizasse.

Partindo dessa premissa o filme segue com um roteiro coeso até o seu desfecho, e sem a carga filosófica do primeiro filme, este segundo tem o seu pilar mais forte nas cenas de luta e ação, e a violência das lutas não parece estar disfarçada dos olhos dos espectadores. Pelo visto os roteiristas optaram por um roteiro bem mais adulto para este filme e com mais cenas de ação.

Um técnica interessante foi utilizar recursos de animes para contar em flashback o passado de Po, e isso diferencia a ação que se passa no passado da ação que se desenrola no presente, além de dar um toque mais dramático a trama.

A trilha sonora é toda instrumental ao longo do filme e não há muitas novidades com o que já havia sido mostrado no primeiro filme.

Só que o grande destaque do filme é sem sombra de dúvidas o 3D, que desta vez foi utilizado a favor da animação, o roteiro foi pensado para este formato e tudo se encaixa. Os cenários tem belíssimas paisagens e a profundidade que o 3D possibilita as tornam mais belas. Mas existem vários momentos do filme em que objetos de cena ou os próprios personagens vem para fora da tela. Pode-se dizer então que Kung Fu Panda 2 é um filme para se assistir nesse formato e que realmente vale o ingresso.

Lógico que com tantas perfeições o filme teria que ter alguma imperfeição e essa está exatamente na última cena exibida no filme, nada contra deixar portas abertas para um terceiro episódio, pois dá a impressão que algo fica fora do roteiro basta prestar um pouco de atenção. Mas isso não é o suficiente para tirar toda a magia e a mensagem que esse filme tem para passar para o público.

Ao final da sessão o público não sai arrependido e tem a certeza de ter assistido a um bom filme de animação, com um 3D que realmente vale a pena e a certeza de em breve voltar mais uma vez para o Vale da Paz e quem sabe para um desfecho triunfal para uma série que não prometia nada em seu primeiro filme, tem um segundo filme excelente e nos resta torcer para um terceiro melhor ainda.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Crítica: X-Men - Primeira Classe

De tempos em tempos Hollywood tenta reciclar o que já foi feito anteriormente e dar uma nova roupagem a filmes que já ganharam as telas do cinema em anos anteriores. Primeiro foram os reboots que "reinventaram" algumas das franquias como "Batman", o não tão bem sucedido "Superman - O Retorno" e mais esta por vir. Porém uma nova moda esta surgindo em Hollywood a de contar as origens dos personagens e foi exatamente desta premissa que surgiu a idéia de contar a origem de certos heróis.

A primeira tentativa foi com "X-Men Origins: Wolverine" (EUA, 2009), onde a idéia principal era contar a origem do personagem Wolverine, desde a sua infância, passando pelo momento em que ele se torna a arma X e de como ele perdeu a sua memória. Porém o tiro saiu pela culatra e o filme que tinha tudo para dar certo é uma sucessão de equívocos que deixaram os fãs desapontados e parecia ser o final desta idéia.

Dois anos se passaram e a Marvel Studios e Fox resolveram colocar na tela um projeto muito mais ousado, pois após ter consolidado a franquia dos mutantes da Marvel no cinema com a trilogia X-men. Era hora de contar a origem daquela equipe e "X-Men: Primeira Classe" (X-Men: First Class, EUA 2011) surpreende a todos pela sua linha narrativa, roteiro e atuações que dão vida aos personagens.

O filme começa com a mesma cena que abriu o filme X-Men original de 2000, com Erik Lehnsherr ainda garoto sendo levado para um campo de concetração alemão e vendo os seus pais serem executados. Na próxima cena vemos Charles Xavier ainda menino encontrando uma outra mutante em sua casa e então ele acaba por acolhe-lá. Após essa introdução o filme avança para os anos 60 onde uma nova ameaça está surgindo, pois o mundo está a beira de uma guerra nuclear e quem está por trás desse plano é Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e líder do Clube do Inferno que quer utilizar a guerra para exterminar os humanos e o mundo se tornar somente dos mutantes.

Enquanto isso Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) já adulto começa a perseguir os seus algozes em várias partes do mundo, até conseguir encontrar o nazista que assassinou a sua mãe a sangue frio na sua frente. Em uma das suas viagens é que o seu caminho irá cruzar com o de Charles Xavier (James McAvoy), após esse último ser recrutado pela agente da CIA Moira McTaggert (Rose Byrne) para localizar e juntos tentarem neutralizar os planos de Shaw, mas este tem o seu próprio grupo de mutantes ao seu lado e é neste momento que Xavier percebe que se quiser enfretar Shaw deve recrutar o seu próprio grupo de mutantes e treiná-los.

Para colocar tudo isso na tela foi recrutado o diretor Matthew Vaughn, que já tinha dirigido o excelente "Kick Ass: Quebrando Tudo" (EUA,2010) e com um ótimo roteiro nas mãos e uma excelente direção de atores faz com que "X-Men: Primeira Classe" seja um filme que supera todas as expectatívas.

Como é um filme que trata de origens muitos que conhecem a história dos mutantes verão no filme como surgiram alguns dos apetrechos utilizados pelos personagens em filmes que se passam no presente, então iremos ver a criação do Cérebro (máquina utilizada pelo Professor Xavier para localizar mutantes), o primeiro Black Bird e entre muitos outros.

Porém o grande destaque do filme é sem sombra de dúvidas as atuações de James McAvoy e Michael Fassbender, como Professor Xavier e Magneto respectivamente, que tinham a responsabilidade de criar toda a base dos personagens que nos filmes anteriores foram interpretados por Ian McKellen (Magneto) e Patrick Stuart (Professor X). Os atores conseguem fazer isso e ainda prepararem os seus personagens para os próximos filmes da franquia que virão.

Os efeitos especiais estão mais modernos e com isso quem ganha é o público que pode ver na tela os mutantes utilizando os seus poderes em muitas cenas do longa, como na cena da Crise dos Mísseis Cubanos onde os mutantes de Shaw lutam contra os mutantes de Xavier e Erik.

Talvez o único ponto negativo do filme seja a mutante Emma Frost (January Jones), que apesar do figurino sensual de sua personagem, não soube dar vida a Rainha Branca do Clube do Inferno, como a personagem dos quadrinhos que se valia de sua sensualidade, aliada aos seus poderes de telepata para conseguir o que desejava dos seus inimigos. Porém esse pequeno detalhe não é suficiente para estragar todo o resto.

Ao que parece novamente a Fox e a Marvel estúdio tem nas mãos a oportunidade de começar uma nova franquia dos mutantes em uma época diferente, que irá deixar muitas portas abertas para as histórias que serão contatas a partir daí.

Porém o mérito maior do filme é tratar de uma questão que é presente no universo mutante, que é a questão das diferenças raciais entre humanos e mutantes, além dos mutantes aceitarem o que eles são. São esses mutantes que vão defender a humanidade dos mutantes que se viraram contra a mesma. E essa é a base de todas a história dos mutantes da Marvel.

No final o filme é um ótimo exemplar de que aliado a um bom roteiro e boas atuações dos atores é possível contar as origens dos personagens de forma que estes devem ser tratados e quem sai ganhando é o público. Agora é aguardar para que em um futuro próximo possamos ver nas telas uma segunda classe e quem sabe um filme que irá conectar a antiga geração de mutantes com a que todos nós conhecemos no filmes da trilogia original.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Crítica - Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas

Quando anunciaram que iriam fazer um filme baseado em uma atração da Disney para as telas do cinema e que esta atração seria o Piratas do Caribe, pensei que essa idéia não iria vingar e não passaria do primeiro filme.Porém esqueceram de contar que o protagonista do filme seria o excelente ator Jonnhy Depp e com ele a bordo ao lado de outros bons atores a franquia iria navegar nas telas por muito tempo.

E a franquia chega agora ao seu quarto longa e com fôlego ainda para muito mais e "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas" (Pirates of the Caribbean: On Strange Tides, EUA 2011) mantém o ritmo dos outros filmes da série e chega até ser melhor que o longo e demorado terceiro capítulo da série, que tinha quase três horas de duração.

No início do filme reencontramos o Capitão Jack Sparrow (Jonnhy Depp) em Londres, tentando livrar da prisão o seu amigo Gibbs que está sendo julgado por pirataria em uma corte inglesa. Porém não foi esse fato que levou Jack a Londres e sim os rumores de que ele estaria contratando uma tripulação para ir atrás da lendária Fonte da Junventude e quem assistiu ao terceiro filme, irá logo se lembrar da cena final onde o pirata estava de posse do mapa onde estava o caminho para a tal fonte, logo a ação desta vez deixa as águas caribenhas para ir para a Europa.

E após escapar das tropas do Rei George e descobrir que o pirata Hector Barbossa (Geofrey Rush) agora é um corsário a serviço da Coroa Inglesa. Jack então esbarra com Angélica (Penélope Cruz), uma mulher do seu passado, que está se passando por ele para contratar uma tripulação para ir atrás da Fonte da Juventude, porém sem Jack não seria possível chegar a fonte, pois ele conhece o ritual e o que deve ser feito para encontrá-la, a partir dai o pirata vai parar no Queen Anne's Revenge o navio de Barba Negra (Ian McShane), de quem Angélica diz ser filha e a partir dai ele não sabe quem deve temer mais o pirata ou Angélica.

Apesar de não ser mais dirigido por Gore Verbinsky (diretor dos três longas anteriores), a direção de Rob Marshall não compromete em nada o ritmo do filme, que continua a ter os mesmos elementos básicos dos anteriores e isso é sem sombra de dúvidas um dos grandes trunfos desse filme.

Saem personagens dos filmes anteriores e entram novos, o casal central que antes era formado por Will (Orlando Bloom) e Elizabeth (Keira Knightley), agora é formado pelo Reverendo Phillip (Sam Claflin) e Syrena (Astrid Berges-Frisbey), que não tem a mesma força do casal da trilogia anterior, porém não compromete a trama.

Devido e este fato o filme é todo de Depp, que usa e abusa dos trejeitos criados por ele para o personagem desde o primeiro longa e que a cada capítulo pode ser mais desenvolvido e explorado pelo ator, e são dele como sempre as melhores tiradas do filme e as melhores cenas de ação também.

Outro acerto do filme é que este apresenta uma história fechada e não como ocorreu no segundo longa da franquia que a história só iria acabar no terceiro filme. Lógico que pontas ficam soltas para preparar o público para o quinto longa da série que não deve tardar a chegar as telas do cinema.

A trilha sonora continua envolvente e pontua bem as cenas de ação do filme, além de já ser uma marca registrada da franquia.

A exibição em 3D Digital não acrescenta muito a trama, somente em algumas cenas como as das sereias e as cenas na Fonte da Juventude, ganham alguma vida com o recurso 3D, no mais o roteiro é tão bem desenvolvido que o público até esquece que esta assistindo a um filme em 3D.

Com todos esses fatores a seu favor o quarto longa da franquia mantém o ritmo dos anteriores e deixa as portas abertas para novas aventuras do Capitão Jack Sparrow nas telas do cinema. E aqui um aviso após os créditos existe uma cena escondida e está cena é mais um indício que uma quinta aventura está para acontece muito em breve. 

sábado, 7 de maio de 2011

Crítica - Thor

A Marvel Studios a cada estréia de um de seus filmes parece estar se estabelecendo como um dos estúdios que trata com seriedade os seus personagens, e a partir de produções bem cuidadas e com roteiros que agradam aos fãs e aos não fãs. Além de estar dando ao cinema uma nova visão de como se pode fazer uma cine série de sucesso, onde fatos que ocorrem em outros filmes da empresa se entrelaçam com fatos que são narrados no filme mais recente e no fim é como se você estivesse lendo uma revista só que em formato de filme.

A produção mais recente do Marvel Studios a ganhar as telas do mundo todo no último dia 29/04 foi "Thor" (Thor, EUA 2011). Como se trata do primeiro filme solo do herói é necessário contar a sua origem e como o mesmo veio acabar por viver na Terra (ou Midgard como o personagem chama o nosso planeta).

O filme começa com Jane Foster (Natalie Portman), o Dr. Erik Sevig (Stelan Skargard) e Darcy Lewis (Kat Dennings), em mais uma noite aguardando uma tempestade no deserto do Novo México para coletar dados para a pesquisa que estão realizando. Só que nesta noite ao ir atrás da "tempestade", o grupo acaba por atropelar um homem e após prestar socorro a ele acabam por descobrir mais tarde, que apesar da aparência humana ele não pertence ao nosso mundo.

É neste momento que o filme recua no tempo para contar como os Asgardianos mantêm a paz entre os nove mundos e o motivo pelo qual Thor (Chris Hemsworth) será exilado. É neste momento que somos apresentados aos gigantes de gelo que habitam um dos nove mundos e são governados pelo Rei Laufey (Colm Feore) e devido a um ato impensado de Thor, que desencadeia uma nova guerra entre os dois povos e a paz do universo estará novamente ameaçada.

O filme então volta ao seu príncipio e iremos a partir dai acompanhar toda a saga do herói para se reafirmar e ser digno de empunhar novamente o Mjomin, o martelo que lhe confere os seus poderes.

Levar para as telas todo esse roteiro com toques fantásticos, poderia ser algo impossível, pois a Marvel estaria saindo da zona de conforto dos seus filmes anteriores, onde os poderes dos heróris derivavam de mutações genéticas (X-Mem e Homem Aranha), experiências mal-sucedidas (Hulk) e avanço tecnológicos (Homem de Ferro) e não um personagem que já nasceu com os seus super poderes. Além de ter que ainda que lidar com as tramas e traições políticas que ocorrem em Asgard. Para essa missão foi escolhido o diretor inglês Kenneth Branagh, que egresso de diversas adaptações de obras de Shaskepeare para as telas de cinema teria a habilidade para conduzir a empreitada.

Não só o diretor faz um excelente trabalho de direção e direção de atores, como soube filmar de forma perfeita com a tecnologia 3D que teve a disposição, e os ângulos de câmeras escolhido pelo diretor enriquecem cada cena do longa de maneira extraordinário, aqui fica o destaque para as cenas da Ponte de Arco Íris e a batalha entre os Asgardianos e os Gigantes de Gelo.

Como o filme apresenta também em sua trama as intrigas políticas na corte de Asgard, o diretor se sentiu ainda mais confortável para deixar fluir as suas experiências com tema, devido aos muitos filmes em que dirigiu onde a temática central dos filmes era a traição e intrigas políticas.

Além disso tudo a favor do filme, o mesmo serve para fazer ponte com outros filmes do Marvel, e referências é o que não falta em "Thor", desde frases ditas pelos personagens até em pequenos detalhes nos cenários onde a aventura se desenrola. O filme também serve para pavimentar o caminho para o filme dos Vingadores, onde estarão nas telas juntos a super equipe composta por Thor, Homem de Ferro, Hulk e Capitão América que tem a sua estréia marcada para 2012.

As cenas de ação são bem elaboradas e não são exageradas, se encaixam bem no contexto do roteiro e até as idas e vindas entre Asgard e a Terra é feito de maneira a não atrapalhar a narrativa.

Com um bom roteiro, um ótimo diretor e um elenco bem escalado, "Thor" é mais um excelente filme produzido pelo Marvel Studios e não decepciona aos fãs do herói em nenhum aspecto. Vale a pena assistir no cinema e se possível em 3D.

Agora que o caminho já está pronto é só aguardar pelo tão esperado encontro dos heróis em 2012 e torcer que os filmes solos dos heróis sejam tão bons quanto esse exemplar. Ah sim!!! Não saiam da sala antes de terminarem os créditos, existe uma cena extra escondida ao final do filme.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Show - Roxette

Este post pode estar um pouco atrasado, porém vale a pena comentar aqui no blog e porque não expandir um pouco mais a abrangência do mesmo para os shows de bandas nacionais e estrangeiras.

Quem foi adolescente no final da década de 80 e início dos anos 90 acompanhou de perto o sucesso do grupo sueco Roxette, que com baladas românticas e músicas no estilo pop e com letras fáceis, acabaram por fazer parte da história de muita gente. Que atire a primeira pedra aquele que não cantarolou os versos de "Listen to Your Heart", assobiou igual a dupla na música "Joyride" ou sabia de cor a letra de "It Must Have Been Love" da trilha sonora do filme "Uma Linda Mulher" (Pretty Woman, EUA 1990). Se alguém fez tudo isso com certeza era fã da banda.

O fato é que no último dia 16/04 a banda esteve aqui no Rio para uma única apresentação no Citibank Hall na Barra da Tijuca, então porque não aproveitar a oportunidade e ir conferir e porque não reviver de perto as músicas que marcaram a minha adolescência. Então lá fui eu com a minha noiva para assistirmos ao show, que faz parte da turne para promover o último disco da banda entitulado "Charm School" (2011)

Após 10 anos parados, devido a um problema de saúde da vocalista Marie Frederickson, a banda demonstrou que estava bem sintonizada e que podia voltar ao cenário musical sem problema algum, é verdade que 10 anos se passaram desde o último disco foi lançado em 2001 e após isso os fãs tiveram que se contentar com os antigos CDs e com os rumores de uma possível volta aos palcos.

No show do último dia 16/04 o Roxette mostrou que ainda tem força para fazer o público cantar as suas músicas (aqui confesso que eu sabia todas as letras, sendo que uma delas era de uma música nova do último CD lançado neste ano de 2011 tudo bem que eu busquei a letra na internet).

Foram dois momentos em que o público cantou praticamente sozinho para depois os músicos cantarem novamente a música e isso ocorreu em "It Must Have Been Love" e "Spending My Time", surpreendendo a vocalista que aplaudio o público.

Fora esses dois momentos o show trouxe canções antigas dos primeiros discos da banda e sucessos como "Dangerous", "How Do You Do", "The Big Love" entre muitos outros foram cantandos ao longo das 2 hs e 10 min de show.

O único deslize foi durante o bis com "Listen to Your Heart" em que um problema nas caixas de som da casa estragaram esse momento que poderia ter sido o ápice do show, mas isso não incomodou o público que a essa altura já havia escutado vários sucessos da banda.

Como sessão nostalgia valeu muito a pena o show, tudo bem que a faixa etária do público presente era em média 30 anos, fazia sentido pois todas essas pessoas que ali estavam já devem ter escutado em exaustam em seus walkman sony de fitas K-7 (é na década de 80 e 90 mp3 player era coisa do desenho dos Jetsons ou de filme de ficção científica) os álbuns da banda.

São nestes momentos em shows como esse do Roxette que você percebe que quem viveu os anos 80 e o início dos 90 realmente se divertiu muito e o que é melhor existiam boas bandas para nos entreter e nenhuma dessas bandas coloridas tentando fazer música. Pois no show do Roxette fica provado que música se faz com boas letras e arranjos e não com um visual espalhafatoso.

Então agora é torcer para que o Roxette continue na estrada por mais algum tempo e que produza alguns hits como os antigos, não só para os seus fãs escutarem, mas que uma nova geração possa conhecer.