quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Crítica - Resident Evil 4 - Recomeço

A série Resident Evil se iniciou nos videogames no ano de 1996 e a partir dali conquistou muitos fãs no mundo inteiro, pois a trama sombria convidava aqueles que quisessem se aventurar por uma cidade infestada de zumbis após um vírus transformar a maior parte da população nestes seres. O game originou várias continuações diretas do game original e até subprodutos onde se explicavam certos pedaços da trama que não entrariam na sequência dos games.

Devido a este fato, não tardou muito para a história dos games migrar para a tela grande com algumas modificações, porém se tentou manter o mesmo clima sombrio dos games da série. Mas a tentativa não foi bem sucedida nos três primeiros filmes da franquia e Resident Evil (Resident Evil, EUA 2002), Resident Evil 2: Apocalipse (Resident Evil: Apocalypse, EUA 2004) e Resident Evil 3: Extinção (Resident Evil: Extinction, EUA 2007), nunca agradariam por completo os fãs da série de games.

Parecia que a série teria o seu derradeiro capítulo final no terceiro filme, porém com a chegada do 3D Digital as salas de cinema, não só ganhou uma continuação a altura, como um recomeço que os fãs dos games sempre esperaram assistir nos filmes anteriores e Resident Evil 4 - Recomeço (Resident Evil: Afterlife) é o melhor filme da série até o momento.

A história deste quarto capítulo parte exatamente do ponto onde o terceiro filme parou e acompanhamos Alice e seus clones indo ao Japão para invadir um dos laboratórios da Umbrella Corporation onde o T-Virus esta sendo produzido e testado. Após deixar Albert Wesker, um dos chefões da Umbrella escapar, Alice parte no seu encalço, e acaba por encontrar um grupo de sobreviventes em uma presídio no meio de Los Angeles que está cercado por zumbis. Logo Alice descobre que as mensagens de Arcadia também foram escutadas por este grupo de sobreviventes, que por sua vez descobriram a localização de Arcadia. E partir dai que a trama toda irá seguir, com Alice juntando forças com esse grupo de sobreviventes para chegar até Arcadia e capturar Albert.

O filme merece ser visto em cópias 3D, pois o mesmo foi escrito e pensado para se utilizar dos inúmeros recursos que está tecnologia permite, uma vez que o filme foi realmente filmado em 3D e não se utilizou somente da conversão do mesmo na pós-produção.

Pode-se ainda dizer que este é o filme que mais se aproxima da atmosfera criada nos games e o que apresenta muitos dos personagens que faziam parte da história dos games.

A trilha sonora é um dos pontos fortes do filme e serve para criar o clima certo para cada cena de ação do filme.

Os atores estão bem em seus papéis e não comprometem os seus personagens e percebe-se que a interação entre os personagens criados para os games e somente para o filme, como é o caso da personagem Alice (Milla Jovovich).

Uma das cenas de destaque do filme é a cena de luta entre o executor e Claire Redfield dentro de um dos banheiros do presídio e o efeito em 3D só ajudam a cena.

No final o filme ganha em roteiro, em ação e efeitos especiais e deixa uma porta aberta para a continuação da série, uma vez que o filme termina já preparando uma cena de ação que será o início do quinto filme da série. Para um recomeço Resident Evil 4, consegue se sair melhor que os seus antecessores e os fãs podem esperar que os próximos capítulos sejam ainda melhores.

domingo, 5 de setembro de 2010

Crítica - Karate Kid

O ano era 1984 e um filme despretencioso sobre um jovem que sofre "bullying" por parte dos valentões da cidade para o qual ele se muda com a sua mãe, aprende Karate com um senhor pelo qual ninguém daria nada, não antes sem pintar a cerca da casa, lixar o assoalho e encerar dezenas de carros. O rapaz atendia pelo nome de Daniel San (Ralph Macchio), o Sr. Miyagi (Pat Morita) era o seu mestre  e o filme era Karate Kid - A Hora da Verdade (The Karate Kid, EUA 1984), que contaria ainda com Karate Kid 2 - A Hora da Verdade Continua (The Karate Kid Part 2, EUA 1986) e Karate Kid 3 (The Karate Kid Part 3, EUA 1989). Com o sucesso da franquia os produtores bem que tentaram realizar um quarto filme e Karate Kid 4 (The Next Karate Kid, EUA 1994), não só é o mais fraco da cine série como também um filme desnecessário, pois só retorna a cena o Sr. Miyagi e agora a sua aluna é uma mulher vivida pela excelente atriz Hilary Swank, porém ainda em ínicio de carreira.

A dificuldade então em fazer o remake de um filme que tem legiões de fãs ao redor do mundo, que marcou toda uma geração nos anos 80 e que ainda ganha novos admiradores sempre que passa nos canais a cabo ou na TV aberta, não seria tarefa das mais fáceis. Porém o diretor holandês Harald Zwart, egresso de filmes menores e sem muita expressão, consegue um feito ao realizar de forma competente este remake e que faz jus ao filme original e Karate Kid (The Karate Kid, EUA 2010) é um filme que mesmo tendo uma história conhecida de todos irá causar certas surpresas ao público.

Sai de cena Daniel San e entre Dre (vivido pelo ator mirim Jaden Smith, filho de Will Smith), no lugar do Sr. Miyagi entra o Sr. Han (vivido por Jackie Chan de forma excepcional) e além dessas trocas sai de cena o Karate e entra o Kung Fu, isso mesmo apesar do título do filme ser Karate Kid, essa modalidade de arte marcial é só citada no filme. Além de um acerto que é primordial para todo o resto funcionar que é colocar toda a trama para se passar na China, local para onde se mudam Dre e sua mãe, logo após o falecimento do pai do menino e isso ocorre nas primeiras cenas do filme. Logo será em um país estranho que Dre ou Xiao Dre (como o Sr. Han trata o menino) irá viver todo os choques culturais, sofrer bullying por parte dos valentões do colégio, aprender Kung Fu e a falar mandarim, não sem antes conquistar o coração de uma colega de escola.

A fotografia utilizada no filme dá o tom certo a cada cena do longa. A cena filmada na Muralha da China é excepecional, entre muitas outras muito bem fotografadas e incluídas no longa.

A trilha sonora é outro ponto alto do filme, pois junta música instrumetal a canções de pop rock conhecidas do público ou a composições inéditas feitas somente para o filme. 

Porém o grande destaque do filme é a dupla central da história, pois desta vez o mestre no caso o Sr. Han tem certas pendências com o seu passado e somente Xiao Dre poderá ajudá-lo a resolver esse seu conflito interno, para que este possa seguir com a sua vida. Logo existe um troca entre aluno e mestre. E a química entre os atores é perfeita e ambos estão muito a vontade em seus personagens.

A filosofia chinesa também está presente no filme em frases ditas pelo Sr. Han ao seu aluno, para lhe ensinar o verdadeiro significado do Kung Fu, por isso vale a pena prestar atenção a estas, pois se refletirmos estas trazem verdadeiras lições de vida e é devido a uma atuação serena que o ator Jackie Chan nos surpreende neste papel.

Para a homenagem ser completa faltou somente o golpe executado por Dre na luta final ser o mesmo executado por Daniel San, porém o mesmo foi substituído por um outro, que apesar de não ter a mesma classe do golpe do filme original, não compromete em nada o resultado final deste excelente filme.

Tratando de assuntos sobre superação pessoal, vencer obstáculos e acreditar em sí mesmo, o filme vai aos poucos conquistando o público.

Em alguns momentos esta nova versão se mostra muito mais violenta nas agressões sofridas por Dre, do que sofridas por Daniel San no filme original de 1984, mas os tempos mudaram e a inocência dos anos 80 já estão bem distante, pois nesta versão entra também o choque cultural e o racismo.

O resultado final é excelente e as devidas homenagens ao original estão todas lá de forma sutil ou de forma mais explícita, como a primeira aparição do Sr. Han que vive uma cena clássica do primeiro filme que todo o público irá reconhecer de primeira.

Juntando todos esses elementos, boas atuações e uma roteiro ágil (apesar das 2h20min de duração) o filme faz jus ao original, presta as devidas homenagens e ainda prepara o terreno para uma continuação, que se for seguir os mesmos acertos do original terá motivos de sobra para superar o original e melhorar ainda mais a história e seus personagens.

Por todos esses aspectos Karate Kid merece ser visto na tela grande e honrar o original foi só o começo de uma franquia que tem tudo para ser tão boa quanto os originais dos anos 80... tirando o quarto filme é claro que foi um golpe completamente errado.

Crítica - Meu Malvado Favorito

Quando se fala em filmes de animação em computação gráfica logo nos vem a cabeça os nomes da Pixar e Dreamworks, que desde que esta tecnologia começou a ser utilizada para contar histórias despontaram na frente de várias concorrentes. A verdade é que hoje em dia o cinema de animação em computação gráfica conta com outros estúdios que estão se iniciando neste filão. Foi exatamente de uma parceria entre a Universal Animation e o Illumination Studios que surgiu "Meu Malvado Favorito" (Despicable Me, EUA 2010).

O filme parte de uma premissa simples o malvado Gru (voz de Steve Carell no original) está planejando o maior golpe da história para que ele volte a ser o ladrão mais respeitado do mundo. Porém ao apresentar a sua idéia de roubar a lua para o Banco dos Ladrões e ter o empréstimo negado, para a execução de seu mirabolante plano, Gru é confrontado com a seguinte proposta do dono do banco, caso ele consiga roubar uma arma de raios encolhedores do novo ladrão da cidade, Vector (voz de Jason Segel no original), o banco então irá financiar a plano de Gru.

Após várias tentativas frustadas de invadir a fortaleza de Vector para obter o raio, Gru vê a sua chance  de conseguir roubar o raio encolhedor com a ajuda de três garotinhas orfãs, Margo, Edith e Agnes (esta última uma das personagens mais fofas já criadas em animações em computação gráfica). Porém Gru só não contava que iria de uma forma ou de outra ser conquistado pelas meninas, principalmente pela pequena Agnes, e isso poderá comprometer todo o sucesso do seu plano.

Outro elemento interessante do filme são os Minions, seres amarelos que são os capangas de Gru e o ajudam na execução dos seus planos, e as melhores piadas do filme são protagonizadas por eles. Alias durante os créditos finais o Minions irão brincar com os efeitos 3D saindo da tela a toda hora, por isso vale a pena ficar na sala durante os créditos finais.

 Porém fica a sensação de que faltou algo para o filme ser completo, devido ao seu roteiro simples e sem muitas surpresas, além de ser bem fácil prever o que irá acontecer na cena seguinte, o filme se salva mesmo devido ao carisma de certos personagens e nada mais que isso.

O filme está sendo exibido em cópias 2D e 3D Digital, prefira a segunda opção, pois ficará nítido para o público que o mesmo foi feito para utilizar essa tecnologia da melhor forma possível, quando a cena pedir o uso do recurso. Logo é devido ao 3D que o filme ganha outra vida e sequências como a da montanha russa ficam muito divertidas, pois o público vai se sentir dentro do carrinho do brinquendo como se  estivesse andando junto com os protagonistas e são em momentos como estes (que estão distribuídos ao longo do filme) que o público irá se divertir.

Mesmo com uma história fraca o longa dos diretores Pierre Coffin e Chris Renaud acaba por cativar os espectadores devido ao carisma dos seus personagens e nada mais que isso, e será devido a isto e pela sensação nítida que está história foi só um começo para esses personagens cativantes, que "Meu Malvado Favorito 2" já esta em fase de pré-produção e chegará aos cinemas em 2013. Agora é esperar para ver se os roteiristas irão dar uma história a altura do carisma que cada um desses personagens já demosntraram ter.