quarta-feira, 27 de abril de 2011

Show - Roxette

Este post pode estar um pouco atrasado, porém vale a pena comentar aqui no blog e porque não expandir um pouco mais a abrangência do mesmo para os shows de bandas nacionais e estrangeiras.

Quem foi adolescente no final da década de 80 e início dos anos 90 acompanhou de perto o sucesso do grupo sueco Roxette, que com baladas românticas e músicas no estilo pop e com letras fáceis, acabaram por fazer parte da história de muita gente. Que atire a primeira pedra aquele que não cantarolou os versos de "Listen to Your Heart", assobiou igual a dupla na música "Joyride" ou sabia de cor a letra de "It Must Have Been Love" da trilha sonora do filme "Uma Linda Mulher" (Pretty Woman, EUA 1990). Se alguém fez tudo isso com certeza era fã da banda.

O fato é que no último dia 16/04 a banda esteve aqui no Rio para uma única apresentação no Citibank Hall na Barra da Tijuca, então porque não aproveitar a oportunidade e ir conferir e porque não reviver de perto as músicas que marcaram a minha adolescência. Então lá fui eu com a minha noiva para assistirmos ao show, que faz parte da turne para promover o último disco da banda entitulado "Charm School" (2011)

Após 10 anos parados, devido a um problema de saúde da vocalista Marie Frederickson, a banda demonstrou que estava bem sintonizada e que podia voltar ao cenário musical sem problema algum, é verdade que 10 anos se passaram desde o último disco foi lançado em 2001 e após isso os fãs tiveram que se contentar com os antigos CDs e com os rumores de uma possível volta aos palcos.

No show do último dia 16/04 o Roxette mostrou que ainda tem força para fazer o público cantar as suas músicas (aqui confesso que eu sabia todas as letras, sendo que uma delas era de uma música nova do último CD lançado neste ano de 2011 tudo bem que eu busquei a letra na internet).

Foram dois momentos em que o público cantou praticamente sozinho para depois os músicos cantarem novamente a música e isso ocorreu em "It Must Have Been Love" e "Spending My Time", surpreendendo a vocalista que aplaudio o público.

Fora esses dois momentos o show trouxe canções antigas dos primeiros discos da banda e sucessos como "Dangerous", "How Do You Do", "The Big Love" entre muitos outros foram cantandos ao longo das 2 hs e 10 min de show.

O único deslize foi durante o bis com "Listen to Your Heart" em que um problema nas caixas de som da casa estragaram esse momento que poderia ter sido o ápice do show, mas isso não incomodou o público que a essa altura já havia escutado vários sucessos da banda.

Como sessão nostalgia valeu muito a pena o show, tudo bem que a faixa etária do público presente era em média 30 anos, fazia sentido pois todas essas pessoas que ali estavam já devem ter escutado em exaustam em seus walkman sony de fitas K-7 (é na década de 80 e 90 mp3 player era coisa do desenho dos Jetsons ou de filme de ficção científica) os álbuns da banda.

São nestes momentos em shows como esse do Roxette que você percebe que quem viveu os anos 80 e o início dos 90 realmente se divertiu muito e o que é melhor existiam boas bandas para nos entreter e nenhuma dessas bandas coloridas tentando fazer música. Pois no show do Roxette fica provado que música se faz com boas letras e arranjos e não com um visual espalhafatoso.

Então agora é torcer para que o Roxette continue na estrada por mais algum tempo e que produza alguns hits como os antigos, não só para os seus fãs escutarem, mas que uma nova geração possa conhecer.

sábado, 16 de abril de 2011

Crítica - Rio

A cidade do Rio de Janeiro já serviu de cenário para diversas produções de Hollywood das mais variadas possíveis, porém a cidade nunca mereceu o devido destaque nestes filmes e além disso os roteiros só mostravam o que a cidade tinha de pior e as produções eram sempre de segunda linha. Mas esse quadro iria mudar e pelas mãos do diretor brasileiro Carlos Saldanha, responsável pela milionária franquia A Era do Gelo, e "Rio" (Rio, EUA 2011) é um filme que mostra a cidade como ela é.

No filme acompanhamos a história de Blu (voz de Jesse Eisenberg) uma ararinha azul que é capturada ainda filhote e enviada para os EUA, só que o caminhão de carga que a esta levando sofre um pequeno acidente e o caixote de Blu cai na rua e encontrado por Linda (voz de Leslie Mann) ainda criança. O tempo passa e Blu é criada em cativeiro por Linda. Até que um dia Tulio (voz de Rodrigo Santoro) localiza a ararinha nos EUA e convence Linda a levar Blu, por ser a última da sua espécie, para o Rio de Janeiro e acasalar com Jade (voz de Anne Hathaway) para então salvar a espécie da extinção.

Durante a noite o aviário de Túlio é invadido por traficantes de aves, que capturam Blu e Jade e o casal de ararinhas é levado para uma favela de onde serão vendidas para o exterior. É partir deste ponto que irá começar a aventura de Blu e Jade pelas ruas da cidade do Rio.

O roteiro escrito por Carlos Saldanha e Don Rhymer apresenta poucas inconcistências, porém essas não atrapalham ao resultado final do filme, que é sem dúvida o melhor retrato que a cidade do Rio ganhou em todos esses anos onde foi usada de cenários para os filmes que foram rodados por aqui.

E são os cenários da cidade que chamam atenção no longa. Indo da Praia de Ipanema a uma favela na região central da cidade, passando pela Lapa e o bairro de Santa Tereza, além do sambódromo todos esses cenários servem para contar as aventuras de Blu e Jade pelas ruas da cidade na época do Carnaval, alias Saldanha se vale dessa premissa para deixar a cidade mais colorida.

Os personagens que servem de coadjuvantes são outro show a parte do filme, pois assim como em A Era do Gelo, esses irão se encaixar perfeitamente na história que está sendo contada. O destaque fica por conta de Nico (voz de Jammie Foxx) e Pedro (voz de Will.I.Am) uma dupla de pássaros cantores que se unem a Blu e Jade para guiá-los em sua jornada pela cidade para fugir dos traficantes de aves e encontrarem Linda.

Outro destaque são os micos que são os capangas de Nigel (voz de Jemaine Clement), o vilão do filme que é a ave de estimação de um dos traficantes de aves. A cena em que os micos roubam os turistas em pontos turísticos do Rio mostra um pouco das mazelas da nossa cidade de uma forma um pouco mais humorada.

Somente a cena que se passa no Sambódromo fica um pouco destuada de todo o contexto do filme, pois parece estar ali somente para promover o Carnaval do Rio, pois se a mesma não existesse no filme não faria falta alguma, pois o clímax do filme não se passa nessa cena e sim na que vem em seguida, alias alguém já viu um carro alegórico andar livremente pelas ruas da cidade na época do Carnaval? Se não fosse por esses escorregões "Rio" seria um filme perfeito sobre a cidade. Mesmo com esses escorregões Saldanha nos brinda com um ótimo filme, com personagens cativantes e paisagens que são coisa de cinema.

A trilha sonora ficou a cargo de vários artistas brasileiros e estrangeiros, só que é o ritmo do samba que predomina nas músicas que compõem a trilha do filme. É de se estranhar que o funk que é um ritmo nativo da cidade tenha sido deixado de lado na trilha sonora.

Vale a pena assistir a versão em 3D, pois as cenas ganham uma certa dimensão em alguns momentos do longa e as cenas como a do vôo de asa deltas em torno do Cristo Redentor e a da fuga de Blu e Jade da favela.

Ao final da projeção teremos a certeza de ter assistido a um ótimo filme de animação e fica a certeza que em alguns anos iremos ver quem sabe um segundo filme com esses personagens, que colocaram definitivamente o Rio no roteiro das grandes produções cinematográficas de Hollywood.

sábado, 2 de abril de 2011

Crítica - Sucker Punch Mundo Surreal

O diretor Zack Snyder já havia mostrado o seu talento no seu primeiro filme "Madrugada dos Mortos" (Dawn of the Dead, EUA 2004), que de alguma forma trazia algo a mais que os filmes de zumbis convencionais que vinham sendo feitos em Hollywood ao longo das anos, devido a esse filme Snyder chamou atenção dos estúdios e logo foi chamado para adaptar para as telas "300" (300, EUA 2006), que sem sombra de dúvidas é uma excelente adaptação da revista. Em 2009 ele adaptaria para as telas o que muitos durante anos acreditavam ser impossível de adaptar e "Watchmen - O Filme" (Watchmen, EUA 2009) é o que todos os fãs da HQ sempre esperavam ver nas telas. Devido a esses sucessos Snyder ganhou sinal verde da Warner para filmar um roteiro original que este vinha desenvolvendo a algum tempo e "Sucker Punch - Mundo Surreal" (Sucker Punch, EUA 2011) tem a marca registrada do diretor.

O filme conta a história de Baby Doll (Emily Browning) que após a morte de sua mãe e da tentativa de matar o seu padrasto é trancafiada por ele em um manicômio, para que este possa colocar as mãos na herança da menina. Logo ao chegar ao local Baby Doll se refugia em um mundo criado em sua mente onde ela deverá com a ajuda de suas novas amigas: Sweet Pea (Abbie Cornish), Rocket (Jena Malone), Blondie (Vanessa Hudgens) e Amber (Jamie Chung) encontrar os cinco itens que irão dar a liberdade para elas.

Na imaginação de Baby Doll o manicômio se transforma em um bordel que é onde as meninas são treinadas e preparadas pela Dra. Vera Gorski (Carla Gugino), para receber os clientes de Blue Jones (Oscar Isaac) que no manicômio é o enfermeiro chefe e na imaginação de Baby Doll o dono do bordel.

Para capturar cada um dos itens as meninas devem cumprir certas missões e é neste ponto que a imaginação de Snyder, aliada a uma trilha sonora de rock deixa a ação e o filme melhor ainda. As missões vão desde a primeira guerra mundial (com direito a nazistas zumbis), castelos medievais e trens futuristas cheios de ciborgues praticamente idênticos aos exterminadores criados por James Cameron em O Exterminador do Futuro. E essa é a porção pop do filme onde as referências correm soltas pela tela.

Não fosse a mundança do foco narrativo quase ao final do filme, esse seria um dos senão o melhor filme de fantasia já realizado por Hollywood nos últimos anos.

A trilha sonora é um show a parte e pontua cada cena de ação deixando as mesmas melhores do que já são. Logo na abertura do filme Sweet Dreans (Are Made of These) colabora para contar o início da história e as canções que vem em seguida, assim como a trilha sonora instrumental irão colaborar com cada cena de ação da história.

As cenas de ação são bastante elaboradas e cheia de efeitos especiais, por isso ver a protagonista dando saltos que desafiam a gravidade será comum ao longo do filme. Em alguns segmentos por exemplo as meninas invadem um castelo e usam metralhadoras contra espadas, machados e lanças contra um grupo de orcs e cavaleiros, na mesma cena um dragão persegue um antigo B-52, ou seja, o filme merece o seu subtítulo brasileiro... mundo surreal.

Ainda há a figura de um Homem Sábio (Scott Glen) que funciona como uma espécie de consciência de Baby Doll e de suas amigas e sempre ao início de cada nova missão irá passar as instruções do que elas devem fazer para atingir o objetivo. Na verdade esse personagem é a parte filosófica do filme, pois com as suas frases de incentivo irá conduzir Baby Doll na sua missão.

Um filme interessante, porém não indicado para todo o tipo de público devido a sua violência explicita, cenas que induzem ao sexo e uma narrativa as vezes confusa pode fazer com que o público em geral não se sinta tão atraído pelo filme. Porém não tira o mérito de Snyder de ter dirigido e escrito um filme que com certeza coloca o diretor entre os grandes novos nomes de Hollywood.

O público que gosta de filmes de fantasia e ação irá ter em Sucker Punch - Mundo Surreal, uma nova experiência em cinema fantástico e surreal. E como a própria tag line do filme diz... "Você Estará Despreparado" e com certeza estará.

Teatro - Maria do Caritó

Vou começar a expandir ainda mais o blog e agora vou incluir também, a minha opinião sobre as peças de teatro que tenho assistido ultimamente. Porém queria estreiar este novo assunto do blog com uma peça que vale a pena comentar.

A peça em questão e "Maria do Caritó" que tem como principal atração do elenco a excelente atriz Lilia Cabral, porém os demais atores e atrizes que dividem o palco com ela também são excelentes e não deixam nada a desejar em suas atuações e servem sempre como apoio perfeito para a atriz principal.

A história se passa no interior do Nordeste, onde uma solteirona a beira de fazer 50 anos (Lilia Cabral), vive as voltas com as simpatias para Santo Antônio para que o Santo lhe traga um marido. Porém o seu pai prometeu a sua virgindade a um outro santo em troca do mesmo ter salvo a vida de sua filha na hora do parto. Para complicar ainda mais a vida de Maria o seu pai se associa ao coronel da cidade, para que ambos possam lucrar em cima dos supostos milagres que são atribuídos a ela.

Toda as situações engraçadas da peça serão baseadas na premissa acima e em alguns momentos uma situação puxará uma mais engraçada a frente, e esse fato é a grande sacada da peça.

Os atores e atrizes da peça em alguns momentos fazem mais de um papel e são perfeitos em todos e acrescentam cada um da sua forma algo a mais para a história.

O público como um todo se diverte com a história e se identifica com algumas das situações que estão sendo encenadas.

No final a certeza de ter assistido a uma ótima peça e nítida e com certeza dá vontande de voltar e assistir mais de uma vez ao espetáculo.